25 abril, 2024 A história de Andreia – Capítulo 3
O desfecho da história de Andreia contada pela própria...
"Logo no primeiro dia, perdi a virgindade. Gostaria de dizer que foi especial, mas não foi. Quer dizer, foi e não foi, porque, afinal, o objectivo principal foi conseguido."
"Ele era um homem bem vestido, roupa de marca, com cerca de 40 anos, limpo e cuidado. Quase não falámos, mas pude, pela primeira vez, chupar um pau (não era grande, mas era grosso) e adorei sentir aquela bola de carne dentro da boca.
Estava muito dura, sabia bem e apeteceu-me logo engoli-la. Nunca tinha feito, mas sabia as regras essenciais acerca da intensidade da sucção, das variações da língua, do ritmo, etc..
Não estava assim tão certa acerca do que fazer com as mãos... Quando lhe agarrei no pau, ele disse-me para não o fazer, porque queria um broche, não uma punheta. Percebi.
Depois, apalpei-lhe as bolas, mas também me pediu para não o fazer, porque o distraía. Em contrapartida, pediu-me para lhe enfiar um dedo no cu enquanto o mamava. Pareceu contente com o resultado, embora uma vez lhe tenha tocado com os dentes na cabeça da pila. Aí não foi muito simpático:
– Foda-se! Nunca fizeste um broche? Olha lá a merda dos dentes..."
"Mas ele não sabia que era a minha primeira vez, por isso compreendi. Além disso, aquele aviso serviu-me de lição. Comecei a treinar mais com a cenoura e nunca mais voltei a cometer o mesmo erro.
Foi ele que me tirou o caralho da boca, por mim, ficava ali horas. Ele estava de pé e eu ainda sentada, com a cara à altura da cintura dele. Disse-me para me deitar na cama.
– Abre as perninhas.
Então, foi ele que me lambeu, mas, sinceramente, não senti nada a não ser cócegas. Não sei qual era a conhecimento dele sobre os mistérios da genitália feminina, mas fiquei com a ideia de que não sabia muito bem onde estavam as coisas. Felizmente, não se demorou.
Também não pareceu impressionado com a minha pintelheira...
– Devias ter posto no anúncio que és peluda.
– Não gostas?
– É-me igual.
Mas percebia-se que não era. Agora a moda são as rapadas, mas eu, pessoalmente, não aprecio, nem para usar, nem para lamber. Gosto duma boa carpete lá em baixo, preciso da textura.
Finalmente, subiu para cima da cama, pôs-se de joelhos e colocou o preservativo. Depois, deitou-se sobre mim e penetrou-me, sem mais nada."
"Fiz um esforço para o receber sem denunciar a dor que sentia, para ele não saber que eu ainda era virgem.
– Estou com um restinho de período – menti, salvaguardando a eventualidade de ele sair de mim com a piça ensanguentada.
Aí ele foi mais gentil:
– Não faz mal. Se não for muito, até gosto.
E foi isso, uma foda sem grande história. Ao princípio, ele não o conseguia encaixar bem, pensava que era por eu ser apertadinha. Até que me rasgou e começou logo a subir e a descer sobre mim.
Demorou o seu tempo, o que foi bom, porque deu para passar a dor e, eventualmente, comecei a sentir o prazer que tanto ansiava.
Não foi uma cena idílica, nem romântica, nem especial, como referi. Mas foi suficiente para me conseguir abandonar e fiquei com alguma pena quando senti que ele ia acabar. Acelerou na ponta final, ficou com o corpo muito duro e veio-se com um gemido arrastado. Não gritou nem nada disso.
Por fim, deixou-se cair em cima de mim e ficou uns dois minutos meio adormecido."
"Não se podia dizer que era grande amante, mal me tocou, não me acariciou as mamas, nem o rabo, não me beijou o pescoço. Acho que nem sequer olhou para mim. Não houve o mínimo de intensidade ou cumplicidade. Mas, agora, eu já sabia o que era ter um caralho dentro da cona, portanto... Suponho que ele só queria descarregar os tomates e teve o que procurava. Eu também.
No final, abriu a carteira, puxou de uma nota de 50 e de uma de 20 e perguntou-me:
– Chega?
Fiquei surpreendida, mas disse que sim. Depois, ele foi embora.
Não vou entrar em pormenores emocionais sobre a experiência, mesmo porque de emocional ela teve muito pouco. Eu só queria ter sexo e aquele foi o primeiro passo necessário dos muitos que se seguiram.
Nessa mesma tarde, veio outro homem e foi muito mais pessoal. Não era tão sofisticado como o outro, era canalizador, segundo me lembro, mas era muito mais expansivo e amigável. E generoso.
Dispensou-me todo o tipo de atenções e carícias e sabia fazer um minete bem babado, maravilhoso. Sabia bem mexer naqueles canos (risos). Foi pena que não tivesse continuado, porque teria tido um orgasmo de certeza naquela boca. Mas ele também já estava muito excitado e quis meter no rabo e aí acabou tudo muito depressa."
"No meu dia de estreia, não me vim com nenhum dos dois (vim-me muitas vezes depois disso, pois nunca fiz sexo pelo dinheiro, mas sempre pelo prazer). Mas senti muito mais gozo da segunda vez, e quando ele saiu, masturbei-me imediatamente.
Com as duas fodas ainda bem frescas na memória, tive um orgasmo incrível, com uma potência como nunca tinha tido. Fazer era sem dúvida bastante melhor do que só imaginar, confirmei.
E sobretudo, a partir daí estava livre, livre para foder, livre para explorar, livre para enfim ir de encontro ao meu destino.
No final do dia, fui para casa feliz e orgulhosa da minha decisão.
Na minha casa, nunca ninguém desconfiou de nada. Agia como se tudo estivesse como sempre foi e os meus pais estavam longe de imaginar que passava a tarde de pernas abertas, a receber caralhos de todos os tipos e feitios. Mesmo que alguém lhes dissesse, não conseguiriam acreditar.
“Atendia” três, às vezes quatro, ocasionalmente, cinco, e só uma vez seis amantes por dia. Apareceu-me de tudo! Não sei quantos tipos de homem haverá, mas acho que os conheci a todos.
Fiquei com muitas histórias para recordar... Ainda hoje me masturbo – nunca deixei de o fazer – com muitas delas."
"A melhor experiência que tive foi com um gajo que, ao princípio, não tinha tesão. Era tão tímido, estava tão excitado, que nem se conseguia concentrar naquilo que o excitava. Não era capaz de o pôr de pé.
Aconteceu-me diversas vezes, creio que tinha a ver com a timidez, mas também com o constrangimento do momento, o facto estarmos num lugar estranho e sermos pessoas desconhecidas. Percebi aí que o sexo tem menos a ver com o desejo e mais com a intimidade.
Nesse caso, com paciência e imaginação, consegui acalmá-lo, oferecer-lhe alguma familiaridade, e no fim, ele “revelou-se”.
Deitado ao meu lado enquanto conversávamos, tinha uma pichinha de anjo. Quando “acordou”, cresceu-lhe entre as pernas o pénis mais perfeito que já vi! As medidas perfeitas sem tirar nem pôr.
E quando começou a pôr e a tirar, percebi que o talento natural fazia jus ao tamanho. Ele adivinhava os meus ritmos todos, chegava primeiro ao que eu desejava, era como se conhecesse os caminhos de cor sem nunca lá ter estado...
Nunca tive nada assim, nunca mais voltei a ter. Era o meu match perfeito, a primeira vez que soube o que eram orgasmos múltiplos. Não conseguia parar, qualquer toque dele me fazia vir...
Fodeu-me a boca, fodeu-me a cona, fodeu-me o cu, nem sabia como reagir, o que dizer ou o que sentir. Levava as mãos à cabeça sem conseguir acreditar, era como se tivesse perdido o controle sobre mim própria. Provavelmente, a única experiência divina que tive na vida, pois, depois daquilo, era difícil não acreditar em Deus...
Nunca mais voltou. Suponho que ande por aí a fazer outras mulheres felizes anonimamente, o que ninguém pode repudiar. Se a felicidade só nos toca uma vez, por mim que toque a todas..."
"O pior foi um pianista. Por mim, os gajos podiam logo foder, que, na essência, era o que eu queria também. Mas uns precisavam de falar para se ambientarem. Este gastava a conversa...
Só falava de duas coisas: de nomes de amigos da música mundial que eu não conhecia, e duvidava muito que ele conhecesse; e de ginásios.
Primeiro, ribombava nos nomes e ia em crescendo até à apoteose, que era outro gajo qualquer de quem nunca ninguém tinha ouvido falar, mas que, dizia ele, era o génio dos génios!
Depois pegava daí a segunda conversa. "Um músico é como um jogador de futebol ou um piloto de carros. Não chega a lado nenhum se não investir na sua saúde e se não trabalhar a forma física”. Portanto, ia ao ginásio.
Precisava de, pelo menos, 20 minutos para contar histórias de ginásio. As máquinas, as toalhas, os estúpidos que lá iam, que eram todos menos ele, as gajas, o cu das gajas, as mamas das gajas... Acabava sempre de joelhos, em pose dramática, de mãos em concha, a fazer uma oração de agradecimento ao gajo que inventou a licra. Um perfeito idiota! E eu ali à espera que ele me enfiasse o pau...
Quando, finalmente, me montava, sempre à canzana, com uma pila pequena e fina como um porco, dava ao cu três vezes, saculejava e esporrava-se. Algumas vezes nem chegou a entrar, só o toque da cabeça nos lábios o fazia disparar."
"Depois levantava-se da cama cheio de si próprio, como se fosse o herói da rua dele, e dava-me uma gorjeta gorda, porque “eu era a melhor”. Sabia lá ele... Nunca soube, nem saberá, o que é foder. Claro que era casado. Tenho pena da mulher.
O mais engraçado é que nunca disse a nenhum homem que precisava de pagar. Eles é que me perguntavam sempre quanto era. Eu só queria gajos para foder... No entanto, percebi rapidamente que assim não precisava de trabalhar e tinha mais tempo para o meu hobbie. Em vez duma coisa pagar a outra, acabou a coisa a pagar-se a si própria.
Estive três anos a rodar neste rolo que não parava, mas também não saía do lugar. Foi aí que parei.
Vi mais paus nesse período de tempo do que qualquer gaja vê numa vida inteira. Uns deram-me prazer, outros deram-me asco, mas todos eles me deram uma razão de viver enquanto andava perdida.
Amava o sexo e ainda amo, sei que nasci para o fazer. Mas, a dada altura, compreendi que não me preenchia por completo. Era bom, mas não era tudo. Não era a vida.
As minhas formas também foram mudando muito, e com o esforço de me tornar atraente para os homens, acabei a sê-lo naturalmente. Passei a andar na rua, já não como uma miúda invisível e desinteressante, mas como uma fêmea apelativa.
Hoje, os homens olham para mim (como tu olhaste quando me viste) e os mais corajosos atrevem-se a falar comigo. Esses são os que ganham a recompensa..."
"Ainda uso óculos (risos), mas de repente percebi que já não sou aquela miúda tímida e desengonçada que não era capaz de falar com os rapazes. Percebi que agora tinha um corpo atraente que os seduzia, que os levava a querer seduzir-me. E pensei: "Ok, posso ir à minha vida". E fui. Já não me sentia longe do mundo.
Agora, fodo com homens de quem gosto. E com mulheres também. Amo o sexo como amei desde sempre, mas agora fodo com significado. É melhor. Não é apenas físico, mas também emocional. Essa camada extra muda tudo.
A minha última experiência, que ainda dura, é com um casal. Conheci-a a ela primeiro, estavam cheios de problemas, quase não se falavam, quanto mais foder.
Finalmente, consegui convencê-la e levei-a para a cama. Ela nunca tinha feito com uma mulher. E não sabia que eu tinha arranjado tudo para que o marido chegasse e nos apanhasse. Claro que ele se juntou a nós...
Foi isso que fiz por eles, apimentei a vida que tinham. Agora são outras pessoas, alegres, confiantes, confidentes, parceiros de aventura, disponíveis para abraçar a vida e tudo de bom que ela tem para oferecer."
"Não lhes peço dinheiro, não há transacções envolvidas. Mas estão sempre a dar-me prendas e vamos a todo o lado juntos, restaurantes, espectáculos, viagens... Passámos 10 dias em Paris no mês passado. Enquanto lá estivemos, dormimos juntos todos os dias. São de classe alta, estão bem na vida, pagam tudo... Gostam de me mimar. E eu gosto de mimá-los a eles.
Podem-me chamar puta, se quiserem, mas sou só uma mulher que aprecia a vida e não tem medo do prazer. Não o faço por dinheiro, faço-o por gosto, como sempre quis. E acho que é assim que devíamos ser todos. E todas. Livres para nos mimarmos enquanto dura a vida, que é tão curta... Não achas?"
A história de Andreia – Capítulo 1
A história de Andreia – Capítulo 2
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com