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24 novembro, 2022 Os Amantes de Maria

Passavam tardes e noites nisto. Romeu era realizador, actor e narrador do melhor filme das suas vidas.

Maria queria porque queria, dizia que era para sair da monotonia e que sem isso fazia as malas e partia... Quando uma mulher nos fala assim, um homem não pia. E assim acedeu Romeu a permitir outro camafeu no reservado da sua cama, que até foi mandada refazer para dar mais conforto e espaço ao inquilino.

Os Amantes de Maria

Óbvio que o dito não morava lá, isso seria a escandaleira na vizinhança. Mas ficava amiúde a convite do casal.

Américo, chamava-se, era sempre amável e os que o conheciam de o verem entrar habitualmente na moradia, achavam-no um bom amigo ou até mesmo um familiar dos residentes. Na realidade, dentro da casa mal se trocava uma palavra e pouco ou nada sabiam uns dos outros, nem mesmo o apelido.

Isso sim, mal se fechava a porta acabavam-se as amabilidades e conheciam uns dos outros cada veia dos respectivos caralhos, cada prega dos olhos do cu, cada fressura da cona enrodilhada, cada papila das suas línguas ávidas e insaciáveis...

Os amantes de Maria 1

Tudo aquilo era obra consequente de Maria, a quem os atributos sexuais do marido tinham transformado da noite para o dia. De uma santa que mal permitia os dedos do prometido a passajar-lhe a licra no meio das pernas, tornou-se uma tarada febril obcecada pela fodenga. O que, trocado por miúdos, redundava em que a maior responsabilidade de tudo era, afinal, dele, que era tão bom na cama que ela só queria mais e mais e mais...

Os amantes de Maria 2

Por causa dele, ela andava sempre com a rata pingada. Romeu, com as suas extraordinárias aptidões libidinosas, criara aquele monstro chamado Maria.

Os amantes de Maria 3

O que talvez nenhum dos dois contasse foi que, no processo, acabasse ele por gostar tanto da experiência, a mais das vezes até mais do que ela. Porque Romeu descobrira na hesitação, na indecisão, na timidez dos protagonistas e até no desajeitado do momento, a necessidade humana que todos temos de que alguém tome conta de nós...

Das primeiras vezes que se encontraram, nem sabiam como começar. Despiam-se logo, como se a nudez fosse uma terapia de choque para fabricar a intimidade. Depois começava a negociação, passavam mais tempo a debater hipóteses e regras do que a foder.

Discernindo esse vazio de decisão, que impedia o bom andamento das coisas que realmente interessavam, Romeu chegou-se à frente e tomou o controle. Começou ele a dizer o que se fazia e não fazia, abre a boca, despe as calças, vira o cu, enfia-lho agora...

Os amantes de Maria 4

Era ele a orientar os trabalhos, de forma organizada e visando o fim último de todos tirarem do evento a satisfação que procuravam.

Esse poder subiu-lhe imediatamente à cabeça. Não que isso tivesse mal, mas apaixonou-se por ele. E agora passava, também ele, os dias a ansiar pelo momento da visita nocturna, a mesma que nos primeiros encontros o deixavam com a urticária aos saltos.

Mal confirmou que a sua voz era ouvida, e mais, que era a lei, tornou-se imediatamente criativo. Como o deus que tem a prerrogativa de decidir a vida de uns e de outros.

- Não, não se dispam já. Querida, vai até à cozinha e lava um prato. Américo, faz como se eu não estivesse aqui e vai ter com ela e agarra-a por trás. Isso. Maria, tu resistes, não porque não queiras que ele te enfie o seu belo pau na coninha empapada, mas por medo que eu vos apanhe em flagrante delito. Tu queres foder com todos mas não me queres perder, não é verdade, amor? Não queres perder quem te fode melhor que todos, o que te faz vir por todos os buracos ao mesmo tempo, não é? Vá, resiste-lhe...

- Não, larga-me! O meu marido pode ver… Ai...

- Isso. E tu, o que é que esperas para lhe rasgares a camisola?

Os amantes de Maria 5

- Belo. Apalpa-lhe as mamas. Com mais força. Espreme esse mamalhal que ela passa-se. Aperta-lhe os mamilos e começas logo a ouvi-la miar. Estás a ver?

- Rrrrrrrrrr… Ai…! Rrrrrrrrrrrrr…. Ai…!

- Olha para ela a ronronar, fica logo no ponto. Vá, apalpa-lhe o cu. É macio, não é? Esse cu só lhe falta falar… Enfia-lhe um dedo. Sim, no cu. Está seco? Então mete-lhe a mão na cona. Vá, dentro das cuecas. Agarra bem esse papo, com a mão cheia. Esfrega esses lábios gordos. Esfrega que vais ficar logo com os dedos pegajentos… Ela é toda sumo, ensopa logo as cuecas, às vezes até as calças e a saia. Com mais força, comprime bem os dedos, ela delira…

Os amantes de Maria 6

- Isso. Agora experimenta outra vez meter-lhe os dedos nas nalgas. Já entram bem, não é? Com a Maria não precisas de lubrificante anal, tiras-lho directamente da greta.

- Ai! Ai! Ai!

- Esfrega-lhe o clitóris. Não, não lhe largues o cu. Viola-a com os dedos por trás e bate-lhe uma punheta pela frente. Se a queres ver a gemer como se estivesse no cio! Isso, agora puxa-lhe os pintelhos! Gostas duma boa pintelheira, não gostas? És cá dos meus. Puxa com mais força. Até lhe doer, ela adora...

Maria rendia-se a tudo o que Romeu ordenava, poucas vezes se via uma alegria assim a ir ao castigo.

- Vá, chega de carinhos. Anda aqui amor, ajoelha-te. Américo, mostra-lhe o pau.

Os amantes de Maria 7

- Deixa-a lamber essa tomatada. Isso. Agora chupa o caralho do senhor. Sim, mete tudo na boquinha, até ao fundo. É bom não é, querida? Um belo massajador de carne para te ajudar a amaciar as gengivas. Chupa essa merda, sabes bem chupar um caralho. Foste bem ensinada… É bom? Gostas? Gostas muito?

- Mmmmhmmmhmm…!

- Então toma, chupa outro. Sim, os dois ao mesmo tempo. Abre mais a boquinha, querida. Assim. Cuidado com os dentes. Mama, mama bem nas duas piças. Humm, mama tudo, linda. Não perdes por esperar, no final havemos os dois de te encher a boca de esporra. Pois, não gostas de engolir mas hoje vais gostar, porque hoje a compota é variada, vais-te regalar à boca cheia. Américo, dá-lhe chapadas nas mamas…

Os amantes de Maria 8

– Agora levanta esse cu, amor, e chupa-me só a mim. Américo, fode-a por trás. Isso, dá-lhe forte à canzana, é como ela prefere! É mais à bicho. Não é amor?

– Ãh! Ãh! Ai! Ãh!

– Cuidado com os dentes, já te disse.

Os amantes de Maria 9

– Olha, vamos ali para o sofá. Senta-te em cima dele, linda. Fode-o tu agora enquanto eu to meto no cuzinho. Assim… Ah! É bom querida? É bom dois caralhos ao mesmo tempo a encherem-te os dois buraquinhos?

– Aaaaaaaiiiiiii! Foda-se! Cabrões! Fodam-me seus cabrões, filhos da puta!!

– Dá-lhe com força agora, Américo, que ela está prestes a explodir!

Os amantes de Maria 10

Passavam tardes e noites nisto. Romeu era realizador, actor e narrador do melhor filme das suas vidas. Vai para ali, põe-te aqui, abre essas pernas, fecha essa boca. Era o comandante de campo e os seus cúmplices eram os soldados submissos que ele guiava para a batalha a seu bel prazer. Maria tinha orgasmos atrás uns dos outros. Cada vez amava mais o seu querido marido…

- Agora senta-te tu no sofá, querida. Abre as perninhas. Olha para essa cona e para esse cu todos abertos… Levanta mais a peida. Olha, mete uma almofada por baixo, assim consigo-te ir ao cu à missionário. Américo, põe um bocado de gel na piça e enraba-me também, enquanto eu lhe chupo as bordas.

Os amantes de Maria 11

Por muito que depois passassem lixívia na casa, quem lá entrava reparava logo no cheiro esquisito. Era um cheiro húmido, transpirado, como se as paredes tivessem absorvido os óleos essenciais dos habitantes no exercício das suas actividades laboriosas e perversas. Um nariz mais vivido percebia logo: cheirava a sexo!

– Vá, querida, vira-te para eu te ir ao cu enquanto o Américo fode o meu. Depois enrabo-o eu a ele enquanto ele te parte a cona.

E deixavam-se estar assim, em variações do mesmo tom, com muitos caralhos no cu e Maria a encaixar por todos os lados.

Os amantes de Maria 12

O final era sempre igual, apoteótico e decadente. Maria, de boca escancarada, voltava a chupar os dois caralhos cagados, a cheirar e a saber a cu, e os dois vinham-se-lhe abundantemente pela goela abaixo.

Eram tantas calorias que nesses dias Maria passava bem sem jantar.

Nos dias seguintes mal se podiam sentar, doridos e saciados. Mas rapidamente o desejo se manifestava e era endereçado novo convite ao visitante.

Os amantes de Maria 13

Dormiam os três na cama nessas noites. Whatever works.

Nas coisas do amor, cada vez menos há certo ou errado. Maria queria porque queria, porque sabia.

E assim saíam da monotonia e conservavam eterno o seu casamento sagrado.

 Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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