08 agosto, 2024 Memórias dum corno - Parte 5
Tinha duas hipóteses: ou batia em retirada, ou ficava a espiá-los pela porta do quarto...
"Se queres fazer rir Deus, conta-lhe os teus planos". Conhecem com certeza a expressão... Basicamente, significa que não vale a pena perder muito tempo a planear nada, pois as coisas raramente correm como as idealizámos. Foi assim também no meu caso...
Depois de muito pensar, acabou por ser um repente de loucura (em oposição a um projecto bem delineado) a precipitar os acontecimentos.
Era uma quinta-feira, ou seja, no calendário da minha mulher, advento de foda ao domicílio. A qualquer momento, ela chegaria a casa trazendo o caralho do dia.
Previa-se uma tarde normal, com ela na cama e eu escondido no armário a vê-la dar a cona e o cu. Mas precisava de gin, meu fiel companheiro das (ob)sessões voyeurísticas, e fui rapidamente ao supermercado que, para meu azar, estava anormalmente cheio.
Quando voltei, percebi logo que tinha perdido tanto a minha janela temporal como a do guarda-fato. E a julgar pelo ranger da cama e os subsequentes gemidos, não restavam dúvidas de que a minha puta e o seu amante já estavam em plena actividade.
Aí tinha duas hipóteses: ou batia em retirada, ia para o café embebedar-me e dava a tarde como perdida; ou entrava sorrateiramente e, tal como na primeira vez, ficava a espiá-los pela porta do quarto.
Como sempre, a curiosidade perversa ganhou e optei pela segunda hipótese.
Apesar de repetido, o programa nunca deixava de me excitar e rapidamente comecei a sentir as habituais ânsias lúbricas a subirem-me pelo pau acima.
No entanto, naquela situação de evidente precaridade, não me senti confortável para baixar as calças e bater uma. E aí, algo diferente aconteceu... Com o passar do tempo, a tesão foi dando lugar a frustração, até desembocar numa raiva incontrolável!
Não é exagero dizer que sentia o sangue a ferver e a testa a escaldar... Foi como se me caísse tudo em cima. Vaca do caralho, traidora, putéfia!
Nem consigo explicar o sentimento que finalmente tomou conta de mim, mas entrei pelo quarto de rompante e apanhei-os em flagrante delito!
A expressão deles era inenarrável... Ficaram atarantados, como se duvidassem da realidade do momento. O estúpido não se conseguia mexer, nem para apanhar a roupa do chão.
A minha mulher ficou com cara de parva, primeiro, e logo a seguir, quando lhe caiu a ficha, com um olhar de virgem arrependida.
E foi aí, para verem como as coisas são, que os limites da depravação tomaram conta de mim.
Enquanto a minha mulher tentava desajeitadamente pedir-me desculpas e o estafermo saía do transe, pelo menos o suficiente para começar a procurar as calças, ordenei-lhes que não se mexessem, porque "ainda não tinha acabado com eles"!
Foi evidente o terror que ambos sentiram quando me dirigi a eles nestes termos, com um grito afirmativo de fúria que imediatamente os imobilizou. Não tenho grandes dúvidas de que, nesse momento, ambos viram a vida por um canudo...
A minha linguagem corporal ajudava e não prenunciava nada de bom. Eu era um touro enraivecido, com cornos a preceito, e os meus olhos faíscavam de tal maneira que a minha mulher até verteu uma gotinha...
Depois da fúria, veio o desespero e a hesitação. Eu próprio não sabia o que fazer. Claro que nunca me passou pela cabeça, nem nada que se parecesse, um qualquer acto criminal.
Não aceito que nada na vida se resolva com violência e, já o disse aqui, sei que estas coisas acontecem e ninguém é de ninguém - que duas pessoas se casem, não dá a nenhuma delas o direito de propriedade sobre a outra. Portanto, nunca na vida faria algo para os magoar.
Mas, naquele instante, queria, pelo menos, amedrontá-los, dar-lhes uma lição. Mas claro, eles não sabiam...
A minha mulher vestiu o negligé e tentou aproximar-se de mim, mas rejeitei-a, mais do que outra coisa porque precisava de tempo para pensar, para decidir o que ia fazer a seguir. Por um lado, apetecia-me chorar. Mas por outro, inspirado pela experiência das últimas semanas, em que a vira foder com uma dúzia de gajos diferentes na nossa cama, tudo aquilo me continuava a dar uma tesão descomunal!
E foi esse o factor que acabou por ser determinante...
Aproveitando a superioridade que a minha condição de corno me dava (afinal, tinha do meu lado a razão do lesado e a respectiva complacência dos prevaricadores), virei-me para eles e ordenei-lhes, com a assertividade dum ditador:
– Agora acabam o que começaram!
O gajo, que já não tinha ar de ser muito esperto (já tinha reparado que a minha mulher não os escolhia pela “conversa”), ficou com uma expressão ainda mais parva.
– Escusas de olhar para mim assim, é como te estou a dizer... Ninguém sai daqui até acabarem o que começaram!
Vendo o meu tom dominante e endoidecido, a minha mulher, que me conhecia bem, percebeu que eu estava a falar a sério e, achando aconselhável não me contrariar, foi deitar-se submissamente na cama.
– Isso. Abre bem as pernas, mostra essa cona de puta ao mundo! E tu, grande parvalhão, o que é que estás à espera? Monta-te em cima dela!
A tremer de medo, o estupor fez o que eu mandei, pôs-se em cima dela, mas não conseguia levantar o pau.
– Chupa-lhe as mamas. E tu, vaca de merda, esfrega-lhe o caralho...
Custou um bocado, mas, finalmente, o gajo conseguiu produzir meia tesão, suficiente para a penetrar.
Quanto a mim, percebi que, além do sugestivo quadro de ver a minha mulher ser entalada por um estranho, o que me dava mais tesão era o poder que repentinamente dispunha sobre os dois!
Era como se eu fosse Deus e eles meros fantoches ao sabor dos meus caprichos! E aí sim, baixei as calças, sentei-me no sofá e comecei a bater uma enquanto os via foder.
A puta nem piava, provavelmente de medo e de vergonha, ou talvez com receio de evidenciar que sentia prazer ao ser comida por outro gajo à minha frente. Tive que ser eu a dizer-lhe:
– Geme, puta, não te prives por minha causa! Não é disso que gostas?! De ser furada por uma data de estranhos?! Então, mostra-me como gostas, quero ver tudo, arfa aí como a cadela que és!
Então, ela libertou-se e começou a gemer e a dar ao cu. Quando ele também acelerou em cima dela, e os gemidos começaram a dar lugar a gritos, entrei de pés juntos:
– Foda-se, cala-me essa vaca! Já não a posso ouvir!
Nada confunde mais os meros mortais do que um conjunto de ordens contraditórias. Reforçava assim o meu estatuto de divindade toda-poderosa, misteriosa e incompreensível, movida por intenções arbitrárias, mas que, em todo o caso, exigiam obediência!
E o estúpido não teve outro remédio: tapou-lhe a boca para a calar!
Eu ria-me e gozava abundantemente aquele novo poder, até que não consegui aguentar mais e comecei a esguichar por todos os lados. Por pouco, os jactos da minha esporra não caíam em cima do cu do gajo - isso é que tinha sido bonito!
Por essa altura, pelo acelerado da respiração, percebi que já não faltava muito para ele se vir também. Resolvi então ajudar a apimentar as coisas e apressar o desfecho, uma vez que eu já estava saciado.
– Mete um dedo no cu dessa puta!
Ele olhou para mim, incrédulo.
– O que é que foi, tens nojo?
Rapidamente me provou que não e enfiou o anelar no anel do cu da minha mulher, que recebeu o dedo com um bramido de cabra.
O gajo deu três estocada brutas dentro dela e percebi que estava pronto para derramar o leite.
Para o atazanar, interrompi-lhe o coito:
– O que é que estás a fazer? Vais-te vir dentro da minha mulher, filho da puta? À minha frente?! Vem-te mas é na cara dela!
Urgente como estava, desta vez nem olhou para mim para confirmar a ordem, por mais estapafúrdia que lhe parecesse. Desenfiou o pau, levantou-se da cama e começou a bisnagar forte e feio na cara dela, ensopando-lhe os olhos, a boca, o nariz, os cabelos...
Foi cair-lhe a primeiro risco branco de esporra nas fuças para também ela começar a revoltear as nalgas, sinal de que estava e entrar no ciclo orgástico.
– Vá, veste-te e pira-te daqui! – disse para o gajo. – Se te torno a ver na minha casa não respondo por mim!
Com o rabinho entre as pernas, o enjeitado pegou atrapalhadamente nas roupas e foi-se vestindo pelos corredores, até que ouvi a porta bater.
Eu fiquei mais uns minutos a ver a minha mulher a escorrer esporra pela cara e com o cu aos saltos enquanto continuava a vir-se, espectáculo que inevitavelmente me deixou de pau teso outra vez.
Era óbvio que, como a mim, também a ela toda aquela situação acabara por dar uma tesão nova e explosiva.
Já não havia adjectivos para classificar o nível de badalhoquice daquela vaca, com quem tinha casado pensando vir a tornar-se na mãe dos meus filhos. Claro que agora já não pensava assim!
Para mim chegava. Precisava duma bebida rapidamente. E precisava de rever, de reconfigurar toda a nossa situação.
– Tu também, veste-te e sai-me da frente. Não te quero ver tão depressa. Vai para a casa da tua mãe, conta-lhe o que fizeste, a puta que és... Ou vai para a casa do caralho! Vai bater à porta dum desses gajos que tanto gostas de foder! Eles que te aturem, para saberem o que é viver com uma putéfia como tu. Eu fico com a casa. Vou trazer gajas todos os dias e fodê-las na nossa cama. Vou foder-lhes aqueles cus até te encher a almofada de merda! Quando me apetecer, mando-te chamar. Agora sai-me da frente, desampara-me a loja!
Consternada, com lágrimas a escorrer-lhe da face, a borrar-lhe a maquilhagem e a aguar-lhe ainda mais a meita das ventas, começou a vestir-se, calada como um rato e a preparar-se para sair.
Mas eu ainda não tinha terminado a minha humilhação que, convenhamos, era mais que justa.
– Aliás, espera... Antes faz-me um broche com essa boca de porca. O que é que queres? Esse teu cheiro de puta deixou-me teso outra vez. O que é que estás a fazer?! Não limpes a cara, estronça... Isso, assim mesmo, toda esporrada, chupa nesse pau como tu sabes... Humm, chupas bem, chupas como uma profissional. Nunca te tinha dito, mas é verdade. Mas suponho que prática não te falte, não é? Afinal, quantas pichas já chupaste na vida? Quantas pichas chupaste só nos últimos dois meses, enquanto me punhas os cornos? Não sabes?! Perdeste-lhe a conta? Assim tantas?! Não perdes por esperar, vou-te dar mais esporra para misturares com a esporra dos estafermos que tanto gostas de mamar. O que é que foi? Não gostas de ouvir as verdades? És uma puta ou não és? Então, mama nessa picha, fica descansada, eu pago...
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com