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25 maio, 2020 Ilusão

Nada de palavras apenas gemidos...

Tudo não passou por ser uma pura ilusão. Ilusão de sentimentos e pensamentos. Em consequência de um momento a nossa forma de encarar o mundo ou até o outro é reformulada, é modificada de forma a que aquele acontecimento não se volte a repetir. O problema é quando somos eludidos e levados a pensar no contrário, que está tudo bem quando na realidade nada do que está acontecendo é errado.

Ilusão

Estava amargurada, magoada com tudo o que se estava a passar na minha vida ultimamente. Vida profissional não ia bem e a vida amorosa não era nenhum mar de rosas. Um relacionamento sério que termina ao surgir uma nova amiga que é apresentada como não sendo nada mais para além disso, contudo só um cego é que não via.

Emocionalmente estou destroçada. Durante meses me enclausurei de forma a proteger-me, mas a vontade de um contacto físico tornou-se mais forte passado um ano e meio. Foi nesse momento que conheci o Duarte.

Logo no primeiro encontro com o Duarte colocamos os pontos nos is e dissemos o que ambos queríamos daquela futura amizade.

- Eu procuro diversão e conforto, mas que no final esteja saciada. - digo sem papas na língua.
- Agrada-me a ideia. - disse-me recatadamente.

Após o primeiro encontro surgiu o segundo, o terceiro até que lhe perdi a conta.

Estamos prestes a fazer um ano que andamos nesta brincadeira dos encontros com, por vezes, noites dormidas nos braços um do outro. Noites cheias de mimos e de jantares gordurosos, mas que me enchiam a alma.

Aos poucos fui olhando para o Duarte com outros olhos. “Estás a ficar apaixonada, Rita?”, questiono-me ao olhar para uma fotografia que tirei ao Duarte enquanto comia desajeitadamente um hambúrguer num restaurante que tinha aberto há pouco tempo na baixa lisboeta. Como ele gostava de passear por lá, fizesse chuva ou sol, ou até que tivesse uma ventania desgraçada, o que aquele homem gostava de estar perto do rio Tejo e das ruas inclinadas de Lisboa.

Uma noite enquanto estávamos deitados a ver a série favorita do Duarte questiono-o:

- O que estamos a fazer Duarte? - Pergunto enquanto lhe passo os meus dedos pelos seus longos cabelos castanhos.
- Como assim, meu anjo?
- Tens noção do tempo que passou desde o nosso primeiro café juntos?

Ele não sabe o que me dizer. Respira fundo, tenta ganhar tempo enquanto procura as palavras certas. E quando as encontra, endireita-se no sofá, pega-me na mão e olhando-me fixamente diz-me:

- Meu anjo, eu tenho que ir embora mas esta conversa não fica por aqui.
- Mas não ias dormir comigo hoje?
- Recebi há pouco um e-mail do patrão a dizer que tenho que estar na empresa mais cedo. É melhor assim.
- Porque não me avisas-te mais cedo? Agora fiquei tristinha...

Ao acabar de vestir o casaco dá-me um beijo leve nos lábios e diz-me:

- Até amanhã, meu doce.
- Espera que eu acompanho-te até à porta..
- Não, deixa-te estar. - aconchega-me nas mantas no sofá e continua – Estás bem ai, eu sei onde fica a porta sua tola! - deposita-me um beijo na testa e diz – Inté!

Fiquei enrolada na manta boquiaberta, sem forma de reagir ao que se tinha acabado de passar. Que momento! Mas que raio se tinha passado ali?
Aquela despedida foi tão desconfortável.

O resto da noite fiquei a remoer no sucedido pois nunca tinha visto o Duarte agir daquela maneira.

Os dias passaram e o Duarte sem agir de forma estranha, tudo a correr às mil maravilhas.

Estamos prestes a entrar no mês de Maio quando penso em perguntar-lhe o que acha de uma escapadela até ao norte do país, ideia que foi aceita com entusiasmo.
Ele aceitou dormir a noite anterior da nossa estadia em Braga, no meu apartamento.

- Viste o quarto? - pergunto-lhe com um sorriso de orelha a orelha.
- Sim. - responde secamente sem retirar o olhar do ecrã do telemóvel
- Tens a certeza que queres ir?

Bloqueia o telemóvel e coloca-o no móvel ao lado da cama, deita-se na minha direcção e responde num tom sereno:

- Quero-te a ti.

Ouvi-lo a dizer aquelas palavras o meu corpo estremece.

- Ó Duarte, não comeces seu malandro. - digo entre risos enquanto ele me começa a atacar o meu pescoço com beijos e mordidas.

Quando dei por mim já estava entre as minhas pernas, esfregando-se em mim. Sentia a sua erecção contra o meu clitóris. Sentia-o a roçar aquele pénis tão grande e delicioso sobre a minha vagina, fazendo-me cada vez mais humedecida. Agarro-me aos seus braços. Mordo-lhe o ombro. Deixo escapar uma lufada de ar. O meu corpo começa a arder. Começo a ficar urgente e sinto a urgência do meu corpo em ter aquele pénis grosso dentro de mim.

Beija-me ambos os seios. Chupa-os com dedicação, rodopia os meus mamilos, puxa-os e mordisca-os, que loucura de sensação. Sinto o seu corpo a aquecer cada vez mais. A temperatura debaixo daqueles lençóis começa a aumentar.

Ao conseguir alcançar o seu pescoço começo a desenhar uma linha com a ponta da minha língua ao encontro da sua orelha. Lambuzo-a. Chupo-a. Até que lhe digo bem junto do seu ouvido:

- Fo – de – me. A – go – ra.

Já não aguentava mais aquele tease todo. Estava a levar o meu corpo à loucura. A minha vagina latejava de dor. Queria-o dentro de mim com urgência. Ele coloca-se por cima de mim e enfia o seu pénis na minha boca. Puxa a minha cabeça contra o seu baixo ventre. Força-me a chupá-lo todo de uma vez.

- Isso sua porca. Tu gostas assim não é?

Nada de palavras apenas gemidos. A minha língua deambulava ao longo do seu astronómico pénis. Era de louvar um instrumento daqueles. As lágrimas vinham-me aos olhos enquanto ele forçava o seu pénis a entrar todo de uma vez na minha boca. Ouvia-o a gemer e a puxar-me o cabelo com cada vez mais força.

- Estás a gostar tanto quanto eu sua porca? - pergunta-me enquanto me olha nos olhos.

Chupo os seus testículos enquanto o continuo a estimular com a minha mão. Ele atira a cabeça para trás e geme cada vez mais alto enquanto me puxa a cabeça para colocar o seu pénis novamente na minha boca.

- Estou prestes a vir-me. Queres que me venha no teu peito ou preferes na boca?
- Como desejares. - Digo-lhe enquanto chupo calmamente cada testículo e o meu dedo começa a explorar ao redor do seu ânus.

As minhas mãos fazem com que ele delire e ele acaba por ejacular dentro da minha boca, engulo e continuo a chupá-lo - senti-lo quente na minha boca deixa-me cada vez mais quente.

- Mais? - questiono-o enquanto continuo calmamente a estimular o seu pénis com movimentos de vaivém.
- Tens que me deixar descansar um pouco…

Deito-me ao seu lado com a cabeça encostada ao seu peito. Oiço o seu coração descontrolado. Mas sinto-o a esticar o braço – apanha o seu telemóvel.

- Que estás a fazer? - pergunto-lhe num tom tristonho.
- Estou a colocar o despertador.

A noite avançou e não houve mais nenhum “Mais”, pois a criatura adormeceu e eu fiquei a satisfazer-me sozinha ao seu lado na cama e a pensar “Um homem aqui e eu a saciar-me sozinha? Para isso mais valia estar sozinha do que ter empecilho aqui”, penso enquanto me estimulo e olho para ele com um olhar reprovador.

O fim-de-semana que deveria ser uma maravilha, virou por ser um pesadelo. Enquanto eu queria ver e descobrir a cidade e aproveitar o facto que ele já conhecia um pouco da zona, pintei um cenário que nunca existiu, pois o Duarte só queria estar era no quarto de hotel a foder repetidamente, mas à maneira dele.

Foi nessa escapadinha, passado um ano e meio, que descobri finalmente as reais intenções do Duarte para comigo. Não era de amor como ele chegou a mencionar, mas sim apenas de usar, manipular para chegar ao seu objetivo: saciar o seu desejo carnal, mesmo mencionando que me amava e que desejava ser o homem que eu merecia.

Chorei. Chorei ao longo do fim-de-semana e nas semanas que se seguiram. O envolvimento do Duarte nessa situação era de indiferença. Estava cada vez mais frio e distante para comigo. Cheguei mesmo ao ponto de pensar que não reconhecia aquela pessoa. Não era possível ser o Duarte que eu conheci. Tão seco, tão insensível, tão desligado emocionalmente.

Claro que não é preciso dizer que também ele, como o meu ex-namorado antes, me trocou por uma nova amiga. “Uma nova amiga. Mas não tenho hipóteses”, escreveu-me ele.

Após os momentos que passamos, pequenas discussões que nos fizeram crescer enquanto indivíduos... num piscar de olhos tudo se evaporou.

Alexa

Alexa

Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...

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