19 novembro, 2020 Cinco Sentidos
Lembro-me da primeira vez que te vi
A despejar bacios na pensão da dona Augusta
Quanto agachavas rachavas o pipi
Aos meus olhos eras fofa e meio puta
Mesmo entre o mijo e o merdum
Distingui perfeitamente o cheiro a cueca
O mostozinho agridoce e transpirado
Que remanescia do teu estar de perna aberta
Abracei-me logo a ti, não me fugisses
Por trás, jurei-te amores monumentais
Espremi-te as tetas que pareciam bagos de uva
Enfiei dedos em ambos os canais
Bebi tudo o que tinhas para beber
Sumo de cona, mel de cu, mar de sovacos
E com tanta substância a interceder
Prontificou-se-me o caralho a partir pratos
Tu gemeste, num animalês perfeito
Mal comecei a introdução
E quando te esporrei para as mamas a preceito
Gemeste ainda um último palavrão
Foi assim, meu amor, que nos fodemos
Como a boda nupcial de dois meninos
Eu, que te fodi a cona
E tu, os meus cinco sentidos
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com