21 novembro, 2024 Entrevista com uma ninfo - Parte 2
Quando começaram a bombar como animais, senti que iria chegar ao clímax de que precisava...
– Tenho que dizer que, até aí, apesar de estar a sentir grande prazer, ainda não tinha atingido o abandono que ansiava. Sentia que o prazer não me bastava, precisava de “explodir”!
Até que, finalmente, me aproximei um pouco mais desse estado, quando conseguiram posicionar-me a jeito (eu era pouco mais que uma boneca nas suas mãos, que lhes permitia tudo) e ambos me espetaram com as suas vergas duras, um no cu e o outro na cona.
Aí sim, quando começaram a bombar como animais, continuando a dizer javardices no meu ouvido, senti que iria chegar ao clímax de que precisava.
Eles não se poupavam em nada, nem na força bruta nem nas palavras feias: “Toma nesse cu, puta do caralho”, “arrebento-te essa cona até te mijares pelas pernas abaixo”, “amanhã nem te vais conseguir sentar com esse olho inchado”, “vamos-te esporrar tanto esses buracos que vais a pingar para casa”.
Era como se pressentissem a minha loucura e de alguma forma tivessem ficado contagiados por ela.
– Acha, então, que foi um momento de loucura? De insanidade temporária?
– Não sei se era insanidade, mas desejava ardentemente que fosse temporária. Apesar de, nesse momento, não pensar nisso, tinha a consciência de estar a trair a confiança e o amor do meu marido. Portanto, só queria que tudo acabasse o antes possível, que recebesse duma vez tudo o que precisava, e pudesse voltar a ser a boa esposa que sempre fui. Não queria prolongar o meu estado de delírio... Eu sei que é um paradoxo, mas não posso explicar doutra forma: estava a adorar, mas queria que acabasse depressa.
– E depois?
– Depois, foi como eles disseram, esporraram-se ambos, cada um em seu buraco, e antes de se irem embora divertiram-se um pouco comigo. Deram-me chapadas no rabo até me deixarem o cu a arder, bateram-me com os caralhos na cara, continuando a esguichar os restos de meita que ainda tinham dentro. Esfregaram a sua nhanha por diversas partes do meu corpo, e, finalmente, despiram-me toda, rasgando-me a roupa até me deixarem nua, de cona assada e cu dorido, em cima dum sofá.
– Trataram-me como se eu fosse uma coisa, como se eu fosse um saco de lixo. Um deles queria mijar-me para cima, enquanto o outro ria - só não o fez porque não conseguiu. E tudo isso eu adorei, os seus caralhos, as várias fodas, pois tudo durou várias horas, com inúmeros orgasmos de parte a parte. Adorei a decadência, a depravação, a minha submissão, a sua força, o seu despudor, todo aquele vício de sexo que deixou a suíte a tresandar de cheiros carnais e sujos.
– O que fez depois disso?
– Acabei por adormecer. Quando acordei e me lembrei do que tinha acontecido, percebi que não podia ir para casa. A minha roupa estava em pedaços espalhada pelo chão e toda eu tresandava a esporra seca. Por sorte, tinha o telefone comigo e consegui encomendar roupa pela aplicação duma boutique. Foi aí que vi que tinha várias mensagens do meu marido...
Então, eram quase cinco da tarde. Tínhamos fodido umas boas três horas, o que quer dizer que eu tinha dormido outras tantas! Doía-me a cabeça, pois não tinha comido nada desde manhã, e doía-me o corpo todo, pelo tratamento que eles me tinham dado.
– Mas, sobretudo, estava em pânico com as mensagens do meu amor... Finalmente, consegui dizer-lhe que tinha ido passear de carro para um bosque próximo, onde a rede é fraca, e por isso não tinha visto as suas mensagens. Agora, estava nas compras, disse-lhe, estava tudo bem, víamo-nos quando ele voltasse para casa. Fiquei um pouco mais sossegada, apesar de não gostar de mentir. Mas não tinha outro remédio...
– Sentiu remorsos?
– Remorsos, arrependimento, culpa, constrangimento... O bolo todo! Além disso, continuava sem saber o que tinha acontecido comigo, porque estava assim, de onde me vinha aquele fogo que me queimava toda por baixo e me fazia desejar o sexo como nunca tinha desejado. Porque não era apenas sexo, era sexo louco, decadente, submisso, sujo, profano, visceral.
Eu não queria apenas ser fodida, queria ser subjugada, violada, conspurcada, tratada como um objecto, consumível e descartável. Imaginava muitos homens brutos e fortes, queria, precisava, sentir-me um pano sujo nas suas mãos. O meu prazer estava na dureza dessa fantasia, derivava dessa fraqueza, mais do que das sensações erógenas. E isso inquietava-me mais do que tudo, porque o prazer sexual eu compreendia, este estado de delírio não...
– E como acabou esse dia que, como disse, mudou tudo?
– Trouxeram-me roupas e pude tomar banho e vestir-me. Nessa altura, senti um pouco de tranquilidade, lavei-me sem sentir nenhuma urgência, ao contrário do duche da manhã, e pensei que talvez tudo tivesse acabado. Infelizmente, enganava-me...
– Como assim? O que aconteceu?
– Aconteceu que o meu marido só costuma chegar a casa por volta das 21h, o que queria dizer que ainda tinha 3 horas para queimar. E isso fez-me pensar: estou nesta suíte, a mais luxuosa do hotel mais luxuoso da cidade, porque não aproveitar? Mal tive este pensamento, quis lutar contra ele, mas já era tarde...
Uma vez manifestada a possibilidade, imediatamente o meu corpo reagiu. O fogo que eu julgava extinto voltou a assombrar-me, a queimar-me o corpo todo, e em menos de nada, estava de novo toda molhada e a desejar mãos de homem e caralhos dentro de mim.
Não aguentei e desatei a chorar, desesperada por não conseguir sair daquele transe que parecia querer destruir-me. Mas de nada me valiam as minhas próprias súplicas, nada podia fazer... Continuava a precisar de pau com urgência, e era tudo.
– Porque não saiu nesse momento do hotel? Afinal, a Rosa é dona de si mesma...
– Era como se já não fosse a minha decisão. Para falar sinceramente, nesse momento, era incapaz de pensar noutra coisa que não fosse satisfazer o vício. Sentia-me como uma drogada incapaz de resistir à sua droga. O meu cérebro não me permitia formular qualquer outro pensamento.
– O que é que fez, então?
– Fiz o que a droga mandava. Mais uma vez, recorri ao telefone, entrei na internet e procurei um prostituto que fizesse visitas ao domicílio. Nem escolhi pelo aspecto, apenas pela proximidade. Liguei e em menos de meia hora tinha-o a bater-me à porta do quarto.
– E como se sentiu enquanto esperava?
– Excitada, zangada, estimulada, frustrada, carente, impotente... Um misto de emoções. Chorei mais um bocadinho, noutros ri com a expectativa. Até que ele chegou e deixei de pensar no que quer que fosse - só queria que me partisse toda! E, para mal dos meus pecados, foi exactamente isso que aconteceu.
– Conte-me.
– Ele tinha a pele escura, eu nem tinha reparado nisso, para o Jaime ver como eu estava. Estava como que alucinada, era como se a vida não fosse real, como se tudo fosse um sonho.
Ele era simpático, ou queria ser, como profissional devia estar habituado a conversar com as clientes para quebrar o gelo. Mas eu não precisava de quebrar o gelo, só queria que me partisse o cu! Chupei-o durante vários minutos, pois era tão grande que precisava de alguma manutenção até ficar teso. Mas compensou quando finalmente o conseguiu.
Ficou tão duro que quase não me cabia na boca. Nunca tinha visto uma picha com tantas veias salientes.
– Depois disso, ajeitou-me para me penetrar na posição de missionário, mas não deixei. Além de não ser a maior fã dessa posição clássica, precisava de sentir dor - só a tesão não me chegava.
Então, instei-o a enrabar-me, o que não foi difícil apesar do tamanho, pois ainda tinha o cu aberto das várias vezes que tinha sido enrabada naquele dia. Mesmo assim, quase me arrependi ao início, pois nunca tinha sentido nada tão grande dentro do cu. Mas depois passou, a própria dor anestesiou-me, e o meu amante conseguiu aguentar muito tempo, o suficiente para eu me vir várias vezes.
Voltei, nessa altura, a esguichar água pela cona, enquanto ele me fodia o cu, e o clímax conduziu-me a uma catarse que também experimentei pela primeira vez: ao mesmo tempo que me vinha, rompi em lágrimas! Não pequenas gotas deslizantes, mas um choro convulso a acompanhar-me o orgasmo! E, então, toda eu escorria, da cona, dos olhos, dos sovacos, das mamas, pois suava de gozo, de depravação, de luxúria.
– Só depois de cerca de uma hora, o deixei esporrar-se também. Ao sentir o seu leite na minha cara, lembrei-me finalmente do meu marido. Não era nada que alguma vez tivéssemos feito, nem o gosto da esporra de um era sequer parecido ao do outro.
Não sei exactamente porquê, mas, nesse momento, decidi que quando voltasse a casa ia saltar-lhe para cima e fazê-lo foder-me durante a noite toda. Ia fazê-lo feliz! Nem que fosse para o compensar das fodas todas que eu já levara nesse dia.
– E fez isso?
– Sim. Embora não tivesse durado a noite toda, nem perto disso. Mas fizemos amor à nossa maneira terna e foi muito bom.
– Veio-se?
– Não...
– Oh, então, Rosa, não chore.
– Oh, senhor doutor... Não me vim e esse é, na verdade, o problema que me trouxe aqui. Desde aquele dia, a resposta do meu corpo às carícias do meu marido mudou! Adoro a ternura dele, o carinho, as suas carícias fazem-me vibrar... Mas nunca mais consegui ter um orgasmo com ele e ele já começou a desconfiar!
Já cheguei a fingir para ele não ficar triste, algo que nunca tinha precisado de fazer. É como se já não sentisse prazer no sexo manso e calmo que sempre disfrutámos e nos tornava especiais. Isso faz-me sentir muito triste e deprimida, pois já não sei o que fazer.
– Desde esse dia, voltou a estar com outros homens?
– Tenho vergonha de dizer, mas... sim.
– Muitos?
– Sim.
– Quantos?
– Não sei ao todo...
– Com que frequência?
– Oh, senhor doutor... Jaime... Ajude-me! Por favor, ajude-me!
– Assim tantos?
– Tantos?! Já lhe perdi a conta!
– Muito frequentemente?
– Todos os dias! Mal o meu marido sai de casa! Com um, com dois, com dez ao mesmo tempo! Com mulheres também.
– Por favor, Jaime, tem de ajudar-me! Estou desesperada! Amo o meu marido, mas... Já não sinto nada por ele! Já recorri a outro psicólogo, mas também não funcionou.
– Porquê, se posso perguntar?
– Ora porquê... Porque estava a contar-lhe a minha história e, não aguentei, fodi-o!
– Ups... Humm... Ok... Acho que... É melhor se... Sabe, acho que terminou o nosso tempo.
– Já? Ainda faltam 15 minu...
– Seja como for, é melhor ficarmos por aqui... Tenho de... Preciso de... Acho que precisamos os dois de apanhar um pouco de ar. Ou prefere um abraço?
– Oh sim, por favor, abrace-me!
– Humm, que abraço quente, que boca suave...
– Aiiiii, o que é que está a fazer-me? Oh, senhor doutooooor...
– Pshiiiiu... Chama-me Jaime.
Entrevista com uma ninfo - Parte 3
Entrevista com uma ninfo - Parte 1
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com