05 janeiro, 2023 Um Dia de Reis Especial
O Rei no seu castelo tinha frio
Tremia imenso e andava num afã
O Inverno punha-o de mau feitio
Passava os dias enregelado no divã
Com isto desprezava os seus assuntos
E ninguém governava no seu reino
Homens e mulheres ficaram brutos
E os soldados deixaram de ir aos treinos
Sua Alteza não sabia o que fazer
E convocou uma reunião do seu clã
Que lhe sugeriu com duvidoso saber
Que recorresse aos serviços da cortesã
O Rei aceitou sem muita luta
Mas com séria desconfiança nos trabalhos
Sempre o envergonhara ir às putas
Nem sequer lhe entesavam o caralho
Também não o consolava a Rainha
Que era frígida e gelada como a morte
Mas um dia viu-lhe as aias fresquinhas
E por decreto fez delas suas consortes
Chegou-se assim ao Dia de Reis
E Sua Majestade tremeu mas foi de gozo
Alinhou à sua frente trinta e seis
Donzelas que fodeu muito fogoso!
Com tantas fodas, broches e felátios
O Rei sentiu um fogo florescente
E foi assim que os serões no palácio
Se transformaram numa orgia incandescente
O Rei no seu castelo agora é quente
Passou-lhe o frio e vive dos favores
Das plebeias que lhe oferecem de presente
Os buraquinhos que lhe acendem os calores.
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com