01 julho, 2022 Voltaste!

Final de tarde numa caminhada. Sinto um perfume no ar que me é familiar e retiro a minha máscara para que possa relaxar - alguns minutos de aromaterapia...

- Hoje não temos futebol!

Olhei para trás e nem quis acreditar que estava aqui novamente, ainda mais bonito do que aquilo que me conseguia lembrar.

- Pois, hoje não temos jogo, mas eu moro aqui na rua! Sou a Maria. E tu?

- André. Fiquei com a ideia de que moravas por aqui depois daquele dia, mas só ficavas na rua em dias de jogo.

- Ou dias de sol, nevoeiro... Ou sempre que me sinto claustrofóbica em casa e preciso apanhar ar!

- Sorte a minha porque assim consegui voltar a encontrar-te!

Naquele momento, fiquei sem resposta possível. Não tinha voltado a pensar nele, mas, neste momento, senti-me a escorrer até ao tornozelo.

A sedução de uma mulher são estes pequenos pormenores - não é o tamanho do pau como muitos homens pensam! -, estes olhares, sorrisos e frases ditas na hora certa, pois provocam orgasmos bem mais intensos do que um pau grande e grosso.

O André continuava a falar, mas eu, sinceramente, desliguei a observar os lábios. No fundo, já estava feito. Ele já me tinha conquistado e eu só queria passar à próxima etapa. Não queria continuar naquele jogo.

Fiquei a saber que era motorista de pesados, o que me deixou surpreendida por não corresponder ao estereotipo. Morava numa cidade vizinha, viúvo, dois filhos. Ele continuava a desbobinar a vida dele e eu sentia-me assoberbada com tanta informação! Não fui capaz de disfarçar mais - disse que tinha um compromisso e fugi para casa!

Foi um misto de sentimentos. Por um lado, a lembrança daquele homem que me faz escorrer até ao tornozelo, que me faz desejar o seu caralho duro todo enterrado em mim, com toda aquela informação que não pedi e que ele vomitou, quebrando a magia que aquele momento tinha e deixando-me confusa sobre o que ele poderá querer de mim.

Não trocamos contactos nem mesmo redes sociais...

Fui para o duche. Deixei-me encostar à parede com a água bem quente. Deslizei o sabonete pelo corpo, dando largos minutos na cona, e voltando a usar os jatos do chuveiro para conseguir relaxar. A segunda vez que um encontro com o André terminava assim! Será que existirá próximo?

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