30 janeiro, 2019 O vício na Tecnologia, Internet e Redes Sociais
Já lá vai o tempo em que eu também sentia esta dependência de estar permanentemente online...
Atualmente, com a crescente expansão da Internet, dos smartphones e das novas tecnologias virtuais, intensifica-se também um novo fenómeno, o da dependência da Internet (e por conseguinte também das Redes Sociais). Muitos estudiosos já consideram este vício tão nocivo quanto o da droga, do tabaco, do álcool e do jogo.
Dentro deste quadro, existe o vício das Redes Sociais, estando cada vez mais pessoas ligadas permanentemente, 24/7, documentando tudo o que fazem, comem, pensam, trocando mensagens supérfluas, e achando que o número de amigos que se tem no Facebook é mais importante do que as amizades que se têm na vida real.
Basta entrar num restaurante, café, transporte público, ou mesmo passear na rua e é cada vez mais impressionante o número de pessoas que, ignorando a vida real e as pessoas reais que estão à sua frente e à sua volta, permanecem no seu telemóvel, esquecendo que lhes vai escapando pelos dedos a vida real com pessoas reais.
Diz-me: dos teus milhares de amigos do Facebook, seguidores do Instagram, ou outras redes sociais, quantos conheces ao vivo na vida real? E quantos, se precisares de um ombro amigo para situações difíceis, estão ao teu lado ao vivo dando-te apoio?
A tecnologia e a Internet podem ser algo benéfico e fantástico, mas o seu mau uso promovem contatos fugazes, conversas superficiais, troca de informações privadas (o que pode ser até perigoso). Quantos de vocês, que se esquecerem do telemóvel em casa, ou ficaram sem bateria, ficam irritados, aflitos e numa angústia por estar fora da net e do mundo virtual?
Sou webcamgirl, e de certa forma, trabalho muito com o mundo virtual, mas de forma profissional, prestando um serviço. Já lá vai o tempo em que eu também como vocês, sentia esta dependência de estar permanentemente online, em contacto com outros cibernautas.
Hoje em dia, saio e faço a minha vida, sem depender muito da Internet, e já não me aflige sair de casa sem telemóvel. Mas isso, é agora... Também eu, já fui como vocês, me escusando da vida real, para viver intensamente online, permanentemente ligada à web. As novas tecnologias devem estar ao serviço do ser humano, e não o ser humano ao serviço da Internet e das tecnologias!!
A pessoa viciada em Internet vê a sua vida seriamente atingida, especialmente nas esferas familiar, afetiva e profissional, pois ela se torna obcecada e viciada em estar online 24/7 ou, pelo menos, enquanto estiver acordado. Existe o surgimento de um número cada vez maior de ciberviciados.
Mas quais os sinais que demonstram a presença deste quadro de cibervício? Pode-se afirmar que a incessante fixação em estar interligado à rede, ficar distante do convívio social, sentir dores nas costas e ganhar peso são alguns sintomas deste fenómeno.
Numa sociedade e cultura que promove a superficialidade e a documentação da vida nas redes sociais, as interações afetivas também se tornam fugazes e passageiras, substituindo as ligações na vida real. Neste novo mundo, as pessoas acabam escondendo-se cada vez mais nos bastidores virtuais, fugindo constantemente de viver a vida plenamente com a família, amigos reais e até conjuges/namorados.
O risco de infidelidade aumenta na Internet, nas redes sociais, ou sites de relacionamento, fazendo as pessoas pensar que podem encontrar online alguém melhor da que têm, ou ter contatos intímos com múltiplas pessoas simultaneamente. A Internet também se torna muito atractiva pelos chats, as mensagens instantâneas, os jogos online, os sítios de apostas, leilões e compras.
Os viciados na Internet apresentam, na maior parte das vezes, casos de depressão e ansiedade, além de vivenciarem problemas intensos no ambiente familiar e social.
Às vezes, quando vou a um restaurante ou café, entristeço-me bastante, pois vejo pessoas sentadas na mesma mesa, sejam namorados, familiares ou amigos, sem olharem e conversarem uns com os outros, a “brincarem” no telemóvel e documentando o que comem e bebem e onde vão, esquecendo-se de verdadeiramente viver e dar atenção a quem está a seu lado na vida real. Deixamos de ser, para parecer... deixamos de viver para sobreviver de forma superficial...
Vale a pena pensar nisto, e quem sabe mudar crenças e atitudes e viver de forma mais plena gozando da companhia de quem está verdadeiramente ao nosso lado no dia-a-dia!
Até para a semana,
Diana Pereira
Webcamgirl ex-viciada nas Tecnologias e Internet
- O Mundo do Sexo Virtual
- Relação lésbica: Foder uma mulher (por uma bissexual a sair do armário)
- Vamos falar de brinquedos sexuais e acessórios
Diana Pereira
Escritora irreverente e crítica, com um olhar diferente sobre o mundo do sexo e da sociedade. Mulher sensual e provocadora, multi-facetada, escort de luxo, massagista, dominatrix e webcamgirl...
Alguém que irá trazer uma lufada de ar fresco e uma perspectiva inovadora.