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11 agosto, 2022 A Pensão da D. Judite - Capítulo 9

Regresso às origens...

Tanto desejara, a partir de certa altura, que ela acordasse, para que pudéssemos validar e consagrar a nossa paixão em consciência, que agora apenas me conseguia arrepender desse desejo. Dava tudo para voltar a esses dias e deixá-la coberta de esporra, enquanto ela ressonava como uma febra mal passada e eu não sabia que era tudo a fingir…  

A Pensão da D. Judite - Capítulo 9

Foram tempos difíceis até que um dia, quando praticamente já tinha desistido das minhas felicidades masculinas, me ocorreu o que tinha que ser feito. Era isso, não havia mais brincadeiras…

Era uma noite atípica de Verão, com as temperaturas a escalar para níveis inauditos e os corpos nus a derreter nas camas ensopadas da pensão. Os mochos grasnavam desvairados nas balaustradas e as osgas suavam pelas paredes, com um olho na profusão de insectos esvoaçantes à sua volta e outro nas janelas abertas, de onde vinha o fresco dos roncos indecisos ecoando no silêncio.

No corredor obscurecido apenas se vislumbrava a linha orientadora dos rodapés brancos, reflectindo a claridade da lua que nos céus do mundo enchia como uma grávida precoce. O relógio marcava 4 horas da manhã, quando rodei o trinco e abri a porta.

No seu quarto minguante, Dona Judite esparramava-se de barriga para baixo, pernas abertas, cu para o ar, à procura de refresco, coberta somente com um lençol a meia perna, para não arrefecer as extremidades.

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Duas grandes nádegas iluminavam o espaço, reflectindo também elas os raios pálidos do astro, que os transformavam em pujantes globos de néon, fantasmagóricos e convidativos. Tirei logo a picha para fora...

O denso volume ressonava como uma morsa asmática. Não tinha cuecas e o seu corpo devoluto subia e descia ao ritmo da respiração, como uma montanha insuflável. Aproximei-me e cheirei-lhe o cu.

A pensao da Dona Judite cap9 2

Com dois dedos comprimidos no rego monumental, descortinei as humidades que os fizeram escorregar até ao buraco gordo. Assim de barriga para baixo, e saliente-se que era uma barriga proeminente e divinal, não conseguia chegar-lhe ao clitóris. Mas enfiei-lhe os dígitos pelas bordas e deixei-me ficar a penetrá-la, tirando e metendo, sempre atento à alteração dos suspiros que necessariamente a minha manipulação lhe iria operar.

Já o disse aqui várias vezes, a Dona Judite gostava mais de foder a dormir do que muitas mulheres acordadas. E se entretanto vim a descobrir que tal não podia não ser exactamente assim, pois afinal ela estivera sempre acordada quando lhe saltei para a espinha, agora podia-o confirmar com absoluta certeza. Não podia haver dúvidas de que a velha estava a dormir!

Nem no Actors Studio seriam capazes de ensinar alguém a recrear um ressonar assim, quase inumano. E não havia dúvidas, também, de que mesmo a dormir a velha era capaz de gemer, um gemer que igualmente não oferecia desafios à imaginação, pois só podia ser um gemido de gozo, de prazer sexual.

Bastava por-lhe a mão em baixo para o certificar. Fervia marés... Uma sopa de cona que inebriava de fragrâncias e estalava bolhas de oxigénio enquanto lhe esfregava a lábia, encharcada em besunto. Dormia e bulia, cada vez mais aberta e prestável.

A pensao da Dona Judite cap9 3

Montei-me sobre os seus quartos traseiros e deixei cair o peso do meu corpo em cima dela, até a pele do meu peito ficar colada, literalmente, às suas costas. Apesar das imensidões de carne de que era nutrida, particularmente nas partes baixas, consegui meter o pau e desbravar caminho até ao buxo empapado, deslizando daí com facilidade para dentro dela.

Ao princípio fiz devagar, para não criar estremecimentos que a pudessem acordar. Mas rapidamente o entusiasmo se revelou mais forte que a minha decisão e comecei a dar ao cu como se a minha vida dependesse disso.

A pensao da Dona Judite cap9 4

Claro que, com um tratamento assim, a velha despertou.

Confundida, começou a balbuciar coisas ininteligíveis. Tive que lhe dar um estalo no rabo:

— Pshhht cala-te!

— O qué que… Ai!

Dei-lhe outra palmada, com mais força.

— Pshhht calada. Dorme!

E então a velha percebeu e fez-se de sonsa, fez o seu papel, a sua parte do enredo. Estávamos entendidos.

A partir daí deixou-se estar quieta o tempo todo, a fingir que dormia, sabendo ambos que não era o caso.

Mas não interessava. O importante era que tínhamos encontrado o caminho de regresso para a nossa dinâmica de perversões. Se era completamente real ou fictício, se éramos actores a representar um papel ou representantes da nossa própria vontade, das nossas fantasias, o resultado era o mesmo.

Em consciência, havia razões e motivos para não sermos capazes de foder. Na inconsciência, real ou simulada, vivíamos, fodíamos, amávamos em liberdade...

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Não havia mais o que discutir. Era assim que nos dávamos bem. Talvez porque assim começara tudo. Era neste formato, em que ela dormia e eu a espiava, furtivo e indecente, e a corrompia ilicitamente, que os dois nos realizávamos, cada um à sua maneira.

No sexo não há mecânicas erradas, há dinâmicas específicas que cada ensemble de amantes consegue criar. A nossa era esta... Não seria, para muitos, a mais bonita. Mas levava-nos aos limites do prazer, fazia-nos explodir em orgasmos cósmicos!

Para o bem e para o mal, o meu caralho precisava da cona adormecida da Dona Judite, assim como a cona da Dona precisava dos muros da inconsciência para se proteger dos ecos morais da depravação.

Com estas regras instituídas, podia fazer-lhe o que eu quisesse, ela atinava em tudo!

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Sendo noite de festa, e na falta de foguetes ali à mão, findei a madrugada com uma valente salva de esporra, primeiro no cu da velha e logo a seguir pelo resto do corpo todo, isto depois de uma enrabadela que fez tremer a cama e arranhou os soalhos.

Dona Judite veio-se no durante. Muitos dos orgasmos que lhe conseguia provocar eram orgasmos de cu. Não tinha experiência anal antes de mim, tentara, numa certa época, com o marido, mas ele era demasiado grande, dissera-me. Aparentemente, eu tinha o tamanho exacto para lhe conjurar maremotos no cu que lhe faziam transbordar os diques da racha…

Não era coisa de somenos. De rabo para o ar, comigo dentro do canal pardo, escorria por todos os lados...

A pensao da Dona Judite cap9 7

Como nos bons velhos tempos, não trocámos uma única palavra. Voltei para o meu quarto deixando-a com os dois buracos escancarados, a arejar com as ramelas de meita que a parca brisa nocturna ajudava a refrescar.

Ainda me dei ao luxo de acender a luz para olhar para ela toda esporrada, mas ela reclamou e por isso fui-me embora assim, sem desligar o interruptor, para a tantalizar mais um bocado. Nesse momento até isso foi sexual, como se dissesse “olha para mim a foder-te outra vez”. Fazia tudo parte do jogo...

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Os dias voltaram então a mudar bastante. Desde logo, Dona Judite deixou de fazer a sua saída matinal, por precisar de mais horas de sono.

As nossas sessões começavam sempre por volta da mesma hora, às 4 da manhã, quando ela já estava em sono profundo (mais cedo ela teria a tentação de esperar, de se manter acordada. Àquela hora, simplesmente o corpinho não lho permitia. Os ossos precisam do seu descanso, muito mais numa madura de perna larga, cu grande e mamas colossais).

Variavam entre uma e duas horas, excepcionalmente mais do que isso, se por acaso qualquer coisa nos impedia de cumprir os rituais na noite anterior. Só acabava quando os dois sentíamos o poço a secar. E isso, claro, tivera reflexos na sua energia.

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Nos primeiros dias via-se cansada — bem fodida, mal dormida… Mas depois, quando entrou no ritmo, tudo melhorou. Andava de bons humores, os seus decotes épicos eram cada vez mais ostensivos e cantarolava incessantemente, como um canário ligeiramente obeso de bem com a vida.

Pela minha parte, andava a fazer vida de padeiro e também genuinamente feliz por isso, tudo pelo prazer de amassar a velha... Dormia de dia e passava o serão, até chegar a hora, a fantasiar com a foda que lhe ia dar. Depois ficava demasiado excitado para dormir e só era capaz de o fazer quando entravam os primeiros raios do amanhecer.

Ainda assim, morcego enxertado de vampiro em que me tornara, nunca me sentira mais feliz, mais realizado como pessoa. A vida era boa… Tanto que, ocasionalmente, até, nunca de forma planeada mas sem escamotear a nossa espontaneidade, conseguíamos dar uma outra foda enquanto estávamos acordados...

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Nesse cenário, os meus preferidos eram os encontros na casa de banho, porque podíamos ficar em paz por um momento enquanto os hóspedes soubessem que estava ocupada.

Gostava de a apanhar de rabo na sanita, exposta na maior das suas vulnerabilidades, e enfiar-lhe os tomates pela boca abaixo enquanto ela se debatia para tentar respirar.

Quando eu me esporrava na garganta dela, mijava-se toda e eu depois limpava-a com a língua até o cu lhe começar aos saltos no assento da retrete. Vinha-se que nem uma maluca com o minete.

Outra vez mijei eu para cima dela. Estava de robe e saiu da casa de banho a patinhar tudo...

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Mas tudo isso era pontual, a nossa cena, validada e institucionalizada por ambos, era na cama, de madrugada, onde ela só não se fazia de morta porque não conseguia inibir-se de expressar sonoramente tudo o que lhe ia no corpo e na alma.

Precisava de gemer. Libertar-se era mais forte do que ela e, admito, impressionava-me muito isso na sua personalidade. Dizia-me que apesar de tudo não se rendia, que lá no fundo ainda acreditava ser merecedora do prazer.

As nossas fodas eram um baile, uma noite de gala enfeitada com mamas, cus, caralhos e conas, broches e minetes e esporradelas mil! Só estávamos bem com o narço enfiado até aos entreforros! Era fácil, honesto, simples e perfeito para ambos...

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Porque razão sentimos necessidade de pôr as perfeições em causa quando as consideramos conquistadas, é um mistério que não me cabe aqui resolver. Mas, naturalmente, foi isso que eu fiz.

A semente de tudo chegou-me a par de um pensamento que partilhei atrás: ela, a Dona Judite, a minha senhoria, dotada de um corpo maduro e alucinantemente desejável, bela de mil maneiras, espectacularmente fodível, vertiginosamente enrabável, deixava-me fazer... tudo!

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A minha questão agora, que me fazia estremecer a sobrancelha, era:

— Mas tudo… o quê?!

De que totalidade estávamos, afinal, a falar? Onde se traçam os limites do todo, dessa ausência humanamente irreal de limites? Haveria ainda formas transcendentais de explorar mais este filão de devaneios?!

Nem era preciso ir tão longe... Para aqueles que alimentam a fantasia como quem gere um negócio de catering, a resposta era simples: claro que havia...!

(continua...)

A pensão da Dona Judite - Capítulo 8

A pensão da Dona Judite - Capítulo 1

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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