07 março, 2024 Dá-me!
Dá-me um beijinho, dá...
Dá-me um beijinho, dá
com a tua boquinha de azeite
Língua afiada de lava
no meu pau inflamado de leite
Dá-me as maminhas, dá
tuas dunas de salmão gordo
Teus biquinhos tanto arrepiam
que eu lambo, tricoto e mordo
Dá-me a rachinha, dá
tua cona de sabão e mel
Pingo doce que alaga a boca
receita de pantagruel
Dá-me o rabinho, dá
ermo sujo de chaminé
Que eu meto para tirar a limpo
e tiro com cor de café
Dá à perninha, dá
foge da grossa seringa
Que eu hei-de seguir-te à pressa
até que te corras linda
Dá-me um carinho, dá
carícia de sova e mão
Permite-me que dispare em ti
as guerras do meu canhão
Dá-me o prazer, enfim
da tua fatal companhia
E deixa-me morrer assim
no orgasmo que te anuncia
FIM
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com