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17 dezembro, 2020 O hino da alegria

Olhando em retrospectiva, confesso que a minha inocência de então me impedia de entender coisas...

Era muito nova quando fui violada pelo meu professor de piano. Bem, para ser sincera não foi exactamente uma violação. Eu não disse “não”, não me esquivei aos seus avanços, não reagi quando me forçou. Deixei-o fazer e, para ser completamente honesta, gostei. Mas parecia errado e além do prazer que a experiência me propiciou, recordo que passei algum tempo a sentir uma culpa que não conseguia aquietar dentro do meu espírito.

O hino da alegria

Olhando em retrospectiva, confesso que a minha inocência de então me impedia de entender coisas que às vezes se passavam durante as lições. Por exemplo, nos primeiros tempos ele tinha o hábito de me bater nos dedos quando eu me enganava. Fazia-o com uma vara finíssima e comprida, que também usava como a batuta de um maestro para marcar o compasso. Doía-me bastante quando o fazia e queixei-me a minha mãe, mas ela disse que fazia parte, era o chamado “método à antiga” e ela própria tinha aprendido através dele. Resignei-me, portanto, àquela prática e cessei de me queixar.

Certa vez, no entanto, cometi uma sequência tão errática de notas que o meu tutor achou que as sevícias deviam corresponder proporcionalmente aos erros. Então, fez-me apoiar no piano, ordenou-me que levantasse as saias e baixasse as cuecas e vergastou-me as nádegas com a sua vara, que apesar de fina era extremamente dura e resistente.

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Fiquei com o rabinho cheio de marcas mas não disse a ninguém.

O meu silêncio não o desmotivou, pelo contrário, deu-lhe ânimo para tornar aquela prática recorrente. Ele era cada vez mais exigente e não perdoava o mínimo engano. De modos que ia deitar-me todas as noites com o cu em chagas.

Olhando para o dia que deu origem a tudo, recordo que ele começou por bater-me nas mãos com tanta força que comecei a sangrar. Horrorizado, abraçou-se a mim e pediu-me muitas desculpas, com a voz embargada e chorosa. Ficámos os dois muito tempo nesse abraço de perdão. Era quente e agradável. Ele cheirava bem, a homem, e apesar de tremer um pouco, fez-me sentir segura.

Não sei exactamente como, mas fomo-nos ajeitando melhor nesse abraço e ele acabou com o seu corpo sobre o meu. Foi então, ali mesmo em cima do banco do piano, que senti as suas mãos debaixo do meu vestido. Ele não disse nada, os seus dedos limitaram-se a desviar-me as cuequinhas para o lado e senti uma coisa dura e comprida a forçar-se na entrada do meu pipi.

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Lembro-me que a sua transpiração era muito acelerada e que lhe escorriam pingos de suor da testa.

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Senti-me rasgar por baixo e algo de uma natureza enorme penetrou-me pelo buraquinho entre as pernas, magoando um pouco no início mas dando rapidamente lugar a sensações extremamente agradáveis.

A coisa toda não demorou muito. Ao fim de dois minutos a ir e vir sobre mim, deu um urro abafado, levantou-se e começou à procura de qualquer coisa. Encontrou o vaso das acácias e começou a libertar jactos de um líquido branco para a terra. Foi a primeira vez que vi o objecto que acabava de me arrombar: o meu primeiro caralho! Era grosso e comprido, muito escuro, com uma cabeça roxa em cima. Todo ele brilhava, com os seus fluídos e os meus. Achei lindo…

Não obstante as gratas impressões com que fiquei daquele acontecimento indiscreto, senti-me um pouco perdida sobre o que fazer a seguir. Dizer à minha mãe? Arriscava-me a que ela parasse com tudo e não tinha a certeza de que era isso que queria. Decidi que provavelmente era mais uma modalidade do “método à antiga” e que o melhor era guardar para mim o sucedido.

Na aula da tarde o professor agiu como se nada se tivesse passado entre nós, embora parecesse mais nervoso que o costume. Comecei o primeiro trecho do Hino da Alegria e tenho a certeza que não me enganei. Mas ele saltou furioso do banco, gritando repetidamente:

– Errado! Errado! Errado!

De castigo, puxou-me pela mão, atirou-me para cima do canapé e caiu sobre mim. Desta vez levantou-me a saia e puxou-me as cuecas para baixo, ficando muito tempo a observar e a cheirar o meu pipi. Chegou mesmo a dar umas pequenas lambidelas que me fizeram cócegas.

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Depois, sem qualquer carinho pelo meio, tirou o seu grande membro para fora, cuja cabeça estava já muito molhada, e voltou a penetrar-me.

Desta vez não senti qualquer dor, apenas uma sensação de paz e prazer como nunca tinha sentido.

Tornou-se, a partir desses dias, o nosso ritual secreto. Comecei a enganar-me de propósito ao piano, de forma a precipitar os castigos. Eramos felizes nessa paixão proibida.

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Até que uma circunstância ameaçou ruir a nossa felicidade. Numa tarde como as outras, estávamos nós entretidos a fazer amor, entra na sala o meu irmão, mais velho que eu dois anos. Faz-se desentendido e chocado, ameaça ir contar tudo à minha mãe. Em pânico, desatei a chorar.

No entanto, reparei que o professor levou o meu irmão para um canto e estava a falar com ele. Pareceram concordar em algo e dirigiram-se os dois a mim. Sentaram-se cada um ao meu lado e começaram a tocar-me.

– O que se passa? O que estão a fazer?

– Estivemos a falar… – disse o professor. – Está tudo bem. A partir de hoje, o teu irmão vai passar a brincar connosco.

Sem mais demoras, agarraram em mim e dispuseram-me do jeito que queriam. Fiquei de quatro, com o professor por trás, e à minha frente ficou o meu irmão, com as calças em baixo e um grande pau exposto à altura dos meus olhos. Apesar de tão novo, já tinha um cacete maior do que o professor!

– Abre a boca, maninha.

Foi a primeira vez que tive um caralho na boca.

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Desta vez tudo durou muito tempo. Tanto que deu para trocarem de posição. Senti o caralho do meu irmão, maior e mais largo, entrar pelo buraco e não consegui evitar um gemido. À frente o professor segurava-me a cabeça e metia e tirava a picha da minha boca como se eu fosse uma boneca de trapo sem vontade própria.

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Vieram-se os dois quase ao mesmo tempo, e desta vez não se preocuparam em despejar a sua semente no vaso das acácias. O professor encheu-me a boca e o meu irmão encheu-me a cona de esporra e foram os seus gritos em uníssono, a sua excitação que parecia transformá-los em animais, que acabou por provocar o meu orgasmo, o primeiro que tive na minha vida!

Foi maravilhoso e, escusado será dizer, nunca mais quis outra coisa!

Esta história aconteceu há cerca de 30 anos e muita coisa aconteceu na minha vida desde então. Casei, constituí a minha própria família e tornei-me uma pianista bastante aceitável, com alguns concertos em salas destacadas.

A esta realidade não foi alheio, por certo, o facto de ainda hoje nos encontrarmos todas as semanas para ensaiar: eu, o professor e o meu irmão. Porque nunca me consegui vir da mesma maneira com outros amantes…

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…mas, sobretudo, porque há momentos assim, que marcam tanto as nossas vidas, que fazemos tudo o que for preciso para que durem para sempre.

 

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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