02 setembro, 2019 Hormonas
Um homem que se transformou num puto sem qualquer tipo de charme.
Com o mudar das estações o ser humano começa a sua busca por uma companheira sexual, seja ela por mero divertimento, entretenimento ou porque, simplesmente, não querem estar sozinhos. Sozinhos, nesta época onde as cores começam a surgir ao longo dos campos e o calor nos convida a ir dar uns mergulhos à praia ou a procurar uma sombra onde podemos relaxar com a nossa cara metade.
Uns belos dias se estavam a aproximar.
Os dias finalmente estão a aquecer e eu posso finalmente guardar de vez as minhas malhas, cachecóis e botas. Com os apetrechos de inverno guardados a sete chaves, posso dar as boas vindas aos vestidos, calções, tops, t-shirts e os maravilhosos biquínis.
As coisas com o Daniel evoluíram muito rápido. Comecei a trocar mensagens na rede social faz agora uns certos seis meses. Demorámos algum tempo até nos conhecermos pessoalmente, mas quando isso aconteceu, três cafés depois, ele beija-me. Um beijo apaixonado. Um beijo dado de uma forma que eu não recebia já há algum tempo. Um beijo tão dedicado, tão carinhoso. Aquele beijo foi terno, lento e suave. Os seus lábios eram tão grossos e gostosos.
Se pensávamos que estávamos a levar tudo com serenidade e com a tranquilidade prevista, tudo foi por cano abaixo quando combinamos a nossa primeira noite foram.
- Sexta-feira … Queres passar a noite comigo? - pergunta-me timidamente.
Fiquei surpresa com aquela questão, mas não a neguei. Faz tempo que não deixo alguém me ver e tocar no meu corpo, totalmente, exposto.
Cada encontro que tinha com o Daniel deixava-me palpitante e ansiosa, tanto que ao chegar a casa deparava-me com uma enorme poça nas minhas cuecas. Aquele homem mexia comigo, com as minhas entranhas, com o meu subconsciente.
A bendita sexta-feira tinha chegado finalmente e com ela chegaram duas notícias: a primeira era que iria estar um calor danado e a segunda que o Daniel tinha conseguido a tarde para começarmos a nossa noite bem mais cedo.
Após saber da sua disponibilidade enviei-lhe uma fotografia como resposta.
Estava de biquíni a aproveitar o sol que começava a aquecer cada vez mais os nossos dias. Em resposta tive uma mensagem rápida a dizer que em aproximadamente vinte minutos se juntaria a mim.
Não dei pela sua chegada, pois estava a pedir ao empregado de mesa uma garrafa de vinho branco para beber depois com o Daniel.
- Estamos muito sorridentes. Qual a piada?
Foi assim que ele fez para eu ter noção da sua presença. Não dei importância e continuei o meu bom estado de espírito. Trocamos algumas farpas, mas a tesão que sentíamos um pelo outro diminuía e até eliminava a ideia de continuar a mandar farpas um ao outro.
As horas foram passando e nós parecíamos um casal de pombinhos em lua-de-mel.
- Que me dizes de trocarmos esta vista pela vista do meu apartamento? - diz-me com um sorriso maroto.
- Não me apetecia muito – digo-lhe em tom de desafio – mas já que insistes. Tenho que apanhar umas roupas em casa, depois vou ter contigo lá. Envia-me a morada para eu colocar no GPS.
Dá-me um beijo na ponta do nariz e acrescenta:
- Vou pagar e vamos.
Logo depois de eu ter ido a casa preparar uma mala com roupa e de ter trocado de vestimenta coloquei-me em casa dele o mais rápido possível. Ao chegar, ele recebe-me apenas tendo vestido uns calções de banho com um gin numa das mãos. Vê-lo assim deixou-me com calor. Sentia gotas de suor tanto a escorrerem pela minha testa como, também, na minha barriga.
- Pensava que iríamos tomar o banho juntos … - diz-me num tom de voz desiludido.
- Fica para outra vez … - digo-lhe ao entrar dentro da sua casa.
Não me permitiu muitas ousadias, pois assim que fechou a porta colocou o meu corpo contra a parede e colocou o seu corpo contra o meu. Não tinha como sair dali. Encurralou-me. Não tenho forma de me escapar.
Velozmente começa a desapertar-me as calças. As suas mãos estavam irrequietas. Queriam tocar-me em todo ao lado mas ao mesmo tempo não tocava nem estimulava nada. Um homem que se transformou num puto sem qualquer tipo de charme.
A forma como ele agiu deixou-me um pouco incomodada, mas uma mulher ao ouvir certas baboseiras deixa-se ir. A carência é o pior inimigo de uma mulher.
Aquele homem, com atitudes de miúdo, usou a sua força contra mim. Não tive como me defender, como me proteger. Ele tinha mais força que eu. Depois de tanto tempo sem me envolver com ninguém, não esperava uma coisa destas.
Podem ser os homens mais bem sucedidos na vida, escreverem que nem uma maravilha, terem sempre a resposta perfeita na ponta da língua, uma vida recheada de bons momentos, contudo no fundo não passam de uns seres repugnantes que só querem usar e ter uma mulher como um mero objecto. Triste é o homem que pensa que a felicidade está numas quantas fodas com uma pessoa diferente a toda a hora.
A nossa relação poderia ter evoluído demasiado rápido, mas como esta surgiu também se dissipou. Dissipou-se assim que ele se atirou a mim que nem um tarado.
Uma máscara, era o que ele tinha.
Uma vez podes errar, mas depois de caíres duas ou três vezes não passas de uma tola que ainda acredita em contos de fadas, numa sociedade onde todos se pisam apenas para obter um pouco de gratificação ao final do dia.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...