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18 novembro, 2021 As paixões de Augusto Anselmo e de Dona Sinel

Em público, eram todo um espectáculo, mas em privado...

Augusto Anselmo Átila referia-se a si mesmo como "o Papá", e obrigava todos a tratá-lo assim, família, empregados e amigos próximos do círculo. Portanto, não foi uma surpresa quando Magda, a criada, entrou na sua alcova e o ouviu perguntar:

As paixões de Augusto Anselmo e de Dona Sinel

- Lavaste o cu como o Papá pediu? Então deita-te aqui.

A serviçal, ao princípio, estranhara aquele tratamento, mas como nunca se opusera a mais nenhum, deixou-se ir. A partir daí, "o Papá" fazia com ela o que lhe apetecia.

"O Papá" primeiro queria mesmo cu, pois para tal a escolhera entre as demais. Era a especialidade dela. Todas tinham a sua, nisso "o Papá" treinava-as bem e todas o adoravam pelo seu lado tutorial.

Magda nascera para ser enrabada. Era virtuosa, bojuda e elástica e lá dentro o pau ficava a estalar. Abria dificilmente, mas uma vez transposta, irradiava a compressão sincopada de uma virgem. Cada vez que ela apertava o torno, "o Papá" sentia-se feliz de ter nascido.

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Em seguida, saciadas as delícias do cu, "o Papá" não dispensava uma peregrinagem pelas outras zonas secretas, nomeando, cona, sovaco e garganta, antes de se vir copiosamente nas mamas da criada. Porque "o Papá" era copioso. Tinha esporra para dar e vender e às vezes demorava minutos a despejar.

Assim mesmo, nuas e cobertas de meita, as tapava com a manta e enroscava-se nelas, no abraço que só um par de mamas é capaz de providenciar. "O Papá" dormia sempre com a sua amante.

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Dona Sinel, a esposa do "Papá", conhecia e respeitava as actividades do marido, incluindo as extracurriculares. De resto, também ela tinha os seus estudos e caprichos, sendo o preferido o cocheiro Jonas, que amiúde a fazia escorrer pelas pernas abaixo.

Não que o rapaz fizesse algo por isso, mas porque o espiava enquanto ele se despia e vestia, sem nunca ganhar coragem para também ela o fazer, ali mesmo à sua frente! Sonhava com aquelas mãos viris nas suas zonas femininas, que lhe efervesciam debaixo da saia. Mas o medo vencia-a, o que acabava por frustrá-la ainda mais.  

Quem depois tirava o benefício era o pálido Antunes, guarda-livros do casarão, um escanzelado servil, que não parecia feito para as dádivas do amor mas guardava nos entreforros da timidez uma vara de 19 centímetros, consistente como uma peça de mármore! Era a única parte bonita daquele homem, que de outra forma inspiraria enjoos nas mulheres.

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Dona Sinel esquecia o seu humor baço e a sua tez esverdeada e conduzia o pau de marfim para dentro de si mesma, permitindo-se gozar abundantemente e sentindo-se, com isso, finalmente vingada do marido.

Lamber-lhe os tomates, peludos e empapados, era um extra que sentia merecer por si própria.

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E assim, venturosamente, decorriam as épocas.

Só uma vez por semana, mas religiosamente, se encontravam no leito conjugal. Começava a Sinel por enxaguar a boca e fazer broche. Depois, após aplicação de elixir, "o Papá" fazia minete. Em seguida, predominantemente missionários, consumavam um coito suave, mecânico e sem surpresas.

Apenas uma perversidade era admitida no ritual, e para efeitos muito práticos. Dona Sinel, vencida a repulsa, passou a agradecê-la: para ajudar "o Papá" a vir-se, enfiava-lhe o dedinho no cu e escarafunchava um bocado. Era remédio santo e, sempre que se sentia aborrecida, habituou-se a recorrer a esse subterfúgio.

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"O Papá", claro, vinha-se copiosamente, sempre que possível dentro da esposa, e depois ficava um bocado a matutar em futuros rebentos, de preferência varões que o ajudassem a foder as criadas.

Ela alimentava-lhe a esperança, mas mal recolhia ao lavabo metia-se de cócoras até a última gota de esporra resvalar para o ralo. Era para aí que Dona Sinel enviava os seus herdeiros, para cano de esgoto. De forma alguma contribuiria, mais do que já tinha feito, para a multiplicação daquela prole degenerada.

"O Papá" bem estranhava que a sua pólvora reprodutiva não tivesse o alcance doutros tempos mas, como também não o atrapalhava em nada, não perguntava.

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E assim, com cedências e gentilezas de parte a parte, se fortalecia o idílio.

Na cidade, toda a gente elogiava e invejava a paixão do "Papá", viril e festivo, e de Dona Sinel, um cu de fazer inveja a uma enfermeira.

Em público, eram todo um espectáculo, trabalhando em equipa e inspirando um amor cúmplice, embora sem demonstrações físicas. O que não faziam davam constantemente pistas de estar sempre a acontecer, flirtavam até fazer corar os convidados. Mas em privado, recolhiam cada um para o seu lado, entregues ambos às muitas possibilidades de lazer que a fortuna proporciona.

Para sermos completamente honestos, eles nunca se deram bem um com o outro. Mas isso não os impediu de ser felizes.

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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