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29 février, 2024 No escurinho do cinema...

(Com direito a final feliz)

Depois de vários desgostos amorosos, tinha decidido fechar a loja e cagar para os homens. “Não se pode confiar neles, são todos iguais, não se aproveita um”.

No escurinho do cinema...

Com estas máximas em mente, comecei a sair só com amigas mulheres, e se bem alinhasse com elas em flirts ocasionais com a tribo proscrita, nunca os deixava avançar demais e voltava para casa orgulhosamente só.

Mas os meses passaram, a minha raiva acalmou e percebi que talvez precisasse mais deles do que pensava. Não dos homens per si, mas do que eles, e só eles, nos podem oferecer ao nível das “sensações” eróticas. Que é como quem diz, comecei a sentir-me seriamente necessitada de sexo!

Em dado momento, cheguei a comprar um vibrador, mas por mais que me masturbasse, não era suficiente. Faltava-me o toque, o cheiro, o peso do corpo masculino sobre o meu.

ASarilhos No escurinho do cinema 1

Confessei o problema às minhas amigas e, como o bando de doidas que são, prometeram que iam tratar do assunto.

Em menos de nada, arranjaram-me um encontro com um gajo que trabalhava no escritório duma delas e aceitei ir jantar com ele.

Depois dos temas habituais de circunstância, inevitavelmente, a conversa foi dar onde interessava e expliquei que não estava ali para começar uma relação. Mantive que estava farta de homens e que, simplesmente, me apetecia dar uma boa foda para tirar as teias de aranha. Ele ficou encantado!

A partir daí, já não houve outro tema e, sem imaginar onde a revelação me iria levar nessa noite, confessei-lhe que só recentemente tinha visto as "50 Sombras de Grey" e que quase me tinha tornado numa daquelas mulheres que se masturbam no cinema. Queria, com isso, expor-lhe de maneira clara o meu estado de espírito, as minhas carências, assim como as razões por que estava ali, as minhas intenções e o que esperava dele...

Mas, ao contrário do que imaginara, a reação dele tirou-me por completo a tesão! Começou a rir às gargalhadas, mas umas gargalhadas que não eram nada divertidas e que, sinceramente, me desagradaram.

Ele explicou-me que achava essas mulheres ridículas, que não tinha nem paciência, nem respeito por donas de casa desesperadas, que bater punhetas a ver porno light era o equivalente a beber cerveja sem álcool, ou pior, a organizar um jantar gourmet e a servir sushi de supermercado.

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Não foi só as coisas que ele disse, mas, principalmente, como as disse, cheio de arrogância e complexos de superioridade. Fiquei seriamente ofendida e levantei-me da mesa, decidida a ir-me embora, pois se era isso que ele pensava de mim, que eu era uma mulher desesperada e ridícula, então não estava ali a fazer nada!

Quando me viu levantar, agarrou-me o braço e aí a sua postura mudou. Pediu-me muitas desculpas, disse-me que não queria ofender, pediu-me por favor para ficar, e prometeu que se o fizesse, não me ia arrepender. Pareceu-me sincero e concordei, ainda que um pouco de pé atrás.

Acabámos o jantar e a ideia era irmos ao cinema ver uma reposição do "Paciente Inglês" que estaria em exibição durante essa semana. Fomos no carro dele e rapidamente percebi que, em vez de nos dirigirmos ao teatro onde estava o filme, ele me conduzia a local incerto. Perguntei-lhe onde me levava e ele respondeu que esperasse para ver.

Finalmente, estacionou o carro e caminhámos cerca de duzentos metros por uma rua mal iluminada, chegando a uma porta larga e suja, onde alguns homens esperavam e fumavam cigarros. Disse-me para esperar e entrou, deixando-me ali, sozinha e exposta, observada por aqueles homens um pouco sinistros, alguns deles de óculos escuros, apesar da noite cerrada. Mas nenhum deles me disse uma palavra.

Ele voltou instantes depois com dois bilhetes na mão e entrámos. Os corredores eram escuros e havia um cheiro indescritível no ar, bafiento e comprimido, como um armazém vazio fechado há muitos anos que ainda conservasse o cheiro das coisas lá guardadas. Definitivamente, coisas orgânicas...

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A sala a média luz e as filas de cadeiras, praticamente vazias, tranquilizaram-me um pouco. Tirando a falta de limpeza notória, parecia uma sala de cinema como qualquer outra, pequena, mas simpática. O lençol do ecrã aparentava estar encardido, mas a fraca luz não permitia confirmá-lo.

À nossa volta começaram a sentar-se espectadores, poucos e misteriosos, afastados uns dos outros, reservados e silenciosos. Não se ouvia uma palavra ou um sussurro. Em contrapartida, sentia-se uma energia comum de expectativa.

Enquanto o filme não começava, beijámo-nos pela primeira vez e senti-me como a adolescente que vive as suas primeiras aventuras sensuais no escurinho do cinema... No entanto, essa atmosfera romântica não durou muito tempo.

Entrou primeiro a música, depois a imagens e apagaram-se as luzes da sala. Foi tudo um choque! A música, estridente e roufenha, excessivamente alta; as imagens a rasgar a escuridão com demasiado brilho, como raios de sol a incidir directamente nos nossos olhos. E o choque maior, o que os “actores” diziam e faziam!

ASarilhos No escurinho do cinema 4

A cena passava-se em ambiente profissional. Uma mulher nos seus 40, 45 anos, em roupa executiva, saia e casaco, debatia-se no meio de um grupo de homens que a rodeavam com avanços libidinosos, tocando-a em sítios inapropriados e puxando-lhe a roupa e os cabelos. Ela remexia-se, visivelmente incomodada, mas não o suficiente para se perceber se era ou não contra a sua vontade.

Os homens apertavam-lhes as mamas e acariciavam-na, agarravam-na entre as pernas, e via-se que ela não era indiferente às sensações que eles lhe provocavam, embora persistisse na sua linguagem corporal uma atitude contrariada.

Aparentemente, o argumento do filme era que a mulher, uma chefe de serviço madura e carente, mandona e exigente, não era particularmente bem vista entre os colegas, que decidiram por isso dar-lhe “uma lição”. Uma licção que ela própria, reconhecia entretanto, bem merecia...

“Portei-me mal, deem-me tautau”, podia ser a súmula da história.

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A produção era feita no que se via ser um verdadeiro escritório, o que aumentava bastante a sensação de realismo.  E o desespero da mulher e a fúria dos homens pareciam genuínos, como se as pessoas que desempenhassem os respectivos papeis estivessem de facto a sentir aquelas urgências.

Afinal, era de sexo que se tratava e não se pode fingir o sexo sem sentir algum tipo de prazer. Desde logo, é preciso levantar os paus dos actores, sem isso nada feito.

Tudo aquilo me perturbou imensamente, mas não conseguia desviar os olhos. Agora percebia melhor os homens misteriosos, pois bem me teriam dado jeito uns óculos escuros, tal era o impacto luminoso da projecção. Eles sabiam ao que iam...

O meu companheiro decidiu agir antes mesmo de eu sentir prazer com o que via. Mas mal me meteu a mão por debaixo da saia, percebi a “conexão”.

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Imediatamente, notei as cuecas empapadas com o toque da sua mão quente. Rapidamente, passou a mão para o interior e começou a masturbar-me.

Senti os seus dedos calmos a abrir-me os lábios, a embeberem os meus líquidos mágicos, e com tudo já lubrificado, começou a esfregar-me inteira, a molhar-me toda do cu à pintelheira. Eu própria baixei as cuecas e abri mais as pernas, para facilitar, e procurei-lhe o pau para reciprocar... Encontrei-o já preparado e assim nos entretivemos durante largos minutos a masturbar-nos mutuamente.

ASarilhos No escurinho do cinema 7

Aos poucos iam despindo a mulher do filme, já não tinha nada por baixo e os homens sugavam, mordiam, repuxavam-na aos pedaços, ao mesmo tempo que iam tirando as calças, uns, e outros, simplesmente, puxavam os grossos caralhos, já empinados, pela abertura da braguilha.

Daí foi um passo até começarem a penetrá-la nas diversas cavidades disponíveis, a começar no broche, sempre com ela a resistir. Percebia-se, pelo andar da carruagem, que a senhora não ia ter uma tarde descansada...

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Entretanto o meu date tinha-me baixado o soutien e brincava com as minhas mamas. Ia-me apertando suavemente os mamilos, num ritmo conjugado com os movimentos leves que fazia sobre o meu clitóris e que eu ia reproduzindo no seu caralho teso, que me babava as mãos.

Não era um jogo de que me pudesse alhear; apesar da curiosidade em saber o que iria acontecer aos personagens, sentia um orgasmo aproximar-se a passos largos e tinha tudo para ser uma tempestade. Assim, fechei os olhos e entreguei-me ao momento.

Vim-me nas mãos dele e o meu corpo ficou aos soluços, queria gritar, mas senti-me constrangida pelo ambiente, com aquelas pessoas todas à minha volta. Não emiti um único som. Já bastavam os gemidos da mulher do filme, agora espetada em vários buracos em simultâneo.

O meu corpo estremeceu todo, como se a compensar a muda explosão. Não me lembrava de alguma vez me ter sentido assim, ou de me vir assim...

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O meu parceiro não era parvo nenhum, sabia da poda, e depois de me dar uns instantes para me recompor, ficando só a acariciar-me o papinho e a tocar-me levemente as virilhas, voltou ao ataque.

No ecrã, a senhora estava agora de joelhos, com vários pénis na boca. Eram três funcionários insatisfeitos com a chefe. Podiam simplesmente ter feito greve, mas não, queriam mostrar-lhe o seu desagrado tanto como o seu agrado. Era uma situação win win para todos, pelo que a puseram de cu para o ar em cima do tapete e um dele enrabou-a enquanto outro lhe meteu o pau na boca.

Olhei para o meu companheiro e molhei o lábio com a língua, um sinal para ele saber o que me apetecia agora. Ele percebeu e conduziu a minha cabeça à sua cintura. Mantinha o pau em riste, a brilhar no escuro, envernizado de tesão, e comecei a chupá-lo com energia. Era gordo e quente, saboroso como todo o pau deve ser.

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Enquanto mamava, olhei para ele, para que visse os meus olhinhos regalados e, nisso, o mais perturbador dos momentos aconteceu! O meu parceiro olhou para traz e fez um pequeno sinal, quase imperceptível, a alguém ali perto. Acto contínuo, senti uma presença levantar-se na cadeira atrás de nós e uma mão forte forçou-me a levantar a cabeça e a rodá-la para trás.

E, então, vi, ali a cerca de 10 centímetros dos meus olhos, a cintura dum homem desconhecido, de calças abertas, ostentando um enorme caralho erecto, de cabeça brilhante e a pingar!

A mão misteriosa acariciava-me os cabelos e olhei para cima. Ao ver-me a olhar para ele, o estranho fez a cortesia de tirar os óculos escuros (mais tarde, num gesto que considerei de ternura, haveria de os colocar na minha cara).

Foi a vez de ele olhar para mim, posto o que me agarrou gentilmente pelo queixo, dirigindo a minha boca até os lábios lhe tocarem na glande. Fez-me uma festinha na garganta e percebi o que ele pedia. Abri a boca e deixei-o meter...

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Enquanto o meu parceiro continuava a masturbar-me, e agora também a mordiscar-me os mamilos, eu chupava aquela verga longa e pulsante, um belo caralho a saber a picha de homem!

O desconhecido não tirava a mão da minha cabeça e era ele quem comandava os meus movimentos. Conforme a sua orientação, eu correspondia o melhor possível, com os músculos da boca e com a língua.

Entretanto, percebi mais presenças misteriosas a aproximarem-se de nós. Pelo canto do olho, consegui ver vários homens (na minha posição só os via da cintura para baixo), todos de pau ao léu e a acariciarem-se. Temi que estivessem à espera de vez, mas não foi o caso - nenhum deles fez menção ou qualquer tentativa de aproximação. Percebi que estavam simplesmente a apreciar o espectáculo, que por ser ao vivo alimentava as suas fantasias mais do que as estrelas do ecrã.

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Todo o acto não durou mais de três minutos. Então, sem aviso, senti a boca encher-se de nhanha grossa e quente. Queria tossir, mas ele não me deixou, continuou a segurar-me muito junto a ele.

Sentia a sua glande a pressionar-me as cordas vocais e jactos continuados a descer-me pela garganta, espessos e viscosos, a escorregarem pelas paredes do esófago. Fui engolindo à medida que ele descarregava e acho que demorou mais a vir-se do que eu a chupá-lo...

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Tudo aquilo era demais para mim e vim-me de novo, e, desta vez, só não gritei porque tinha a boca cheia de picha. Que, por sinal, parecia cada vez mais grossa à medida que ia despejando a meita.

Outra vez entrei em soluços, novo orgasmo violento, fiquei toda partida, possuída, quebrada, histérica, esvaziada...

Num acto de insanidade sexual, não sei porquê, levantei-me bruscamente e vagueei pela sala sem destino. Ainda desarranjada, sem cuecas, com as mamas de fora, deixei-me simplesmente ir até não saber, nem querer saber, onde estava...

Um coro de assobios libidinosos acordou-me, assim como os diversos piropos e convites:

– És boa!

– Anda ao pai!

– Chupa aqui!

– Anda fazer meninos...

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Mas, mais uma vez, era da boca para fora, nenhum deles sequer tentou tocar-me.

No filme, os homens continuava sem dar tréguas à pobre chefe, que parecia uma boneca insuflável nas suas mãos... Agora tinham-na amarrada pelas pernas com fita adesiva e cada um deles enfiava-se em seu buraco, um na cona, outro no cu e o terceiro na boca.

Mantinham um ritmo rápido e duro, bem orquestrado, e por essas alturas a mulher já não protestava, emitia apenas um pequeno queixume continuado que, mais do que outra coisa, evidenciava o prazer que estava a sentir.

Rendera-se, evidentemente, ao castigo, aos caprichos dos seus atacantes e, uma vez reposta a dignidade, começou de novo a comportar-se como a chefe que eles tanto odiavam, mas que, no caso, lhes dava ordens que eles adoravam:

- “Faz assim! Mete ali! O que é que estás à espera para me enfiares essa picha grossa no cu, meu grande cabrão?!”

Isto, claro, quando podia falar, pois quase sempre alguém lhe tapava a boca com as mãos ou com os pés, ou lha enchia de carne tesa e cheia de nervos...

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Mas eu continuava em transe, já não queria saber de nada, era-me indiferente o destino dos personagens, da chefe, dos insubordinados e dos processos disciplinares que certamente se seguiriam.

O meu companheiro percebeu o meu estado, agarrou em mim e disse que me ia levar a casa. Ajudou-me a caminhar, pois estava ainda trôpega dos orgasmos, e deixou que me apoiasse nele até chegarmos ao carro.

Assim que entrámos saltei-lhe para cima. Como não voltara a vestir as cuecas, foi só montá-lo. Fodi-o com tanta força que o vai e vem começou a queimar-me por baixo e desatei a gritar de dor, o que ele confundiu com prazer.

Vim-me outra vez, ainda antes de ele começar a esporrar, finalmente, dentro de mim.

Em termos de virilidade, não havia nada a dizer sobre o meu parceiro, já que aguentou estoicamente e só se veio no fim, enquanto eu tive três orgasmos. Exactamente a noite de que eu estava a precisar!

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Depois de fodermos levou-me a casa e fomos falando pelo caminho, amigavelmente, sem nenhum sinal de desconforto de parte a parte.

Quando nos despedimos ,ele disse-me que tinha gostado muito e eu respondi que também, tínhamos de repetir. Foi só uma daquelas respostas automáticas que se dão, só depois percebi o que aquele “repetir” implicava.

– Bem, “repetir” pelo menos o jantar. O “resto” (leia-se “broches a desconhecidos num cinema pornográfico”) logo se vê...

Acabámos os dois a rir.

Apesar de muito excitada, assim que cheguei a casa senti que precisava urgentemente de um duche e sobretudo de lavar os dentes. Sentia-me suja, ainda que inebriada e feliz com tudo, com o rumo surpreendente que a noite tinha tomado.

São aquelas coisas da moralidade, estamos tão amarradas a elas que, às vezes, somos nós mesmas a proibir o que nos faz feliz...

Enfiei-me na cama e tinha uma mensagem dele:

– Vou ver-te outra vez?

Respondi o óbvio:

– O que é que achas? 

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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