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15 août, 2024 Memórias dum corno - Parte 6

Fingi, propositadamente, que não estava em casa quando ela chegou…

Corno sim, mas honrado! Que a mulher com quem casámos decida um dia ornamentar-nos a testa com um par de chifres imponentes e unilaterais, não significa que desistamos dos valores da dignidade e do bom senso que regem a sociedade. Por isso, certifiquei-me de que as promessas que lhe fiz quando a expulsei de casa não ficavam em vão. Prometi e cumpri!

Memórias dum corno - Parte 6

Nas duas semanas seguintes, praticamente todas as noites trouxe mulheres para casa. Não fui esquisito, como ela também evidenciara que não era. Não distingui idade, credo, raça ou situação socioeconómica. Apenas garanti que todas elas estavam disponíveis para uma valência em particular: dar o cu!

Dez enrabadelas depois, enviei à minha adorada esposa, por correio, as fronhas das almofadas devidamente cagadas e esporradas, pois fazia questão de que as minhas amantes nelas escorressem o seu mel (e o meu!) e que no final, as usassem para limpar o rego.

Mesmo depois de embalado, o pacote tresandava a esperma, a cona e, principalmente, a cu. Esperava que ela percebesse a metáfora...

ASarilhos Memorias dum corno parte6 1

Só depois destes ritos a convoquei “para falarmos”.

Fingi, propositadamente, que não estava em casa quando ela chegou. Como no flagrante ela nunca chegara a saber do meu esconderijo no guarda-fato espelhado, foi lá que me instalei, já com o stock de gin devidamente acautelado.

A minha amada entrou hesitante e um pouco tímida, o que considerei natural, dadas as circunstâncias. Mas rapidamente tomou as liberdades normais de quem se apanha sozinha e em território familiar.

Diante do espelho, como tantas vezes se punha, começou por cheirar o sovaco. Descontente com o efeito, passou um pouco de desodorizante. Depois fez uns monetes para ensaiar a pose e retocou o batom.

Finalmente, levantou a saia, baixou a cuequinha, passou o dedo pela fenda e cheirou, rematando o gesto com um breve sorriso de aprovação. Estava satisfeita com o odor que emanava, significando isso que se encontrava activa e sexualmente disponível.

ASarilhos Memorias dum corno parte6 2

Uma vez mais, eu observava-a a poucos centímetros sem ela fazer ideia da minha proximidade, e confesso que senti um indisfarçável gozo ao constatar as suas intenções.

Era óbvio, pelos preparos, que tencionava seduzir-me, resolver o nosso problema, como é apanágio de muitas mulheres, através da arma mais potente que todas elas possuem: o pulsante buraco que transportam entre as pernas!

“Puta do caralho!”, pensei, “acham que resolvem tudo com sexo!”

E se dúvidas houvesse, ficaram dissipadas logo a seguir, já que depois de pensar hesitantemente no assunto (eu conseguia ver na sua expressão que estava nervosa), decidiu despir-se toda e esperar-me nua. Provavelmente, achou que, dessa forma, se pouparia a brigas, incitando-me a passar logo à acção.

Claro que eu não tencionava negar a sua oferta. Só não o faria como ela estava à espera...

ASarilhos Memorias dum corno parte6 3

Fi-la sofrer ainda um bom bocado. Vi-a suspirar impacientemente, à medida que o seu nervosismo aumentava.

Por várias vezes a vi a pegar no telemóvel, decerto tentada a ligar-me para saber onde eu estava, ou se ainda demorava muito, mas resistiu sempre, ou por não querer apressar-me, ou para não dar parte de fraca.

Finalmente, deitou-se na cama e, quando ficou de rabo virado para mim, abri suavemente a porta do meu coito e saí, já devidamente equipado para o que se iria seguir.

ASarilhos Memorias dum corno parte6 4

Ela nem teve tempo de perceber o que lhe aconteceu...

A primeira chapada que lhe dei nas nalgas fê-la saltar, tanto pelo susto como pela dor. Não lhe dei oportunidade para reagir. Primeiro agarrei nas cuecas que ela tinha deixado em cima da cama e enfiei-lhas pela goela abaixo (admito que esse pequeno acto kinky não foi premeditado, mas mais um improviso que se manifestou pela oportunidade).

Aproveitando que ela ainda estava atarantada, comecei a amarrá-la com os vários pedaços de cordel que tinha preparado. Primeiro as pernas, depois as mãos, esticando a corda até cada um dos quatro pés da cama, deixando-a completamente exposta, de cu para o ar, em posição de X.

ASarilhos Memorias dum corno parte6 5

Aí sim, vi-a a olhar para mim, incrédula, sem saber o que fazer, dizer, ou sequer pensar. A cada chapada que lhe dava no rabo, ela estremecia, atónita, mas completamente submissa, dominada, refém do que lhe estava a acontecer e do resto que nem se atrevia a imaginar...

Quero dizer aqui que não era a primeira vez que amarrava a minha mulher. Como já referi várias vezes, a nossa vida sexual sempre foi farta e variada, incluindo algumas actividades a roçar os limites, mas nunca os ultrapassando.

Ambos éramos dados a jogos e julgo que, apesar da situação, era assim que ela entendia o que se estava a passar, como uma reminiscência, um eco de coisas já antes experimentadas.

Razão pela qual, apesar do susto, via perfeitamente que o que ela sentia não era medo. Os seus olhos diziam mais vergonha do que outra coisa, como se ao mesmo tempo reconhecesse e pedisse desculpa pelos males que me fizera.

Debatia-se como se os seus membros tivessem vida própria e não gostassem de se sentir a aprisionados, queixava-se da violência das estaladas que lhe avermelhavam as nalgas, mas por outro lado, o seu lado mental, aceitava a situação como alguém que sabe que está a receber o tratamento que merece, nem mais nem menos, o justo!  

Por isso, às tantas, deixou por completo de se debater, entregando-se subjugada e voluntariamente ao pagamento das suas dívidas.

ASarilhos Memorias dum corno parte6 6

Apenas fechava os olhos e as lágrimas escorriam-lhe pelo rosto, mais uma vez borrando-lhe a pintura, enquanto eu passava aos procedimentos preliminares, no caso, a humilhação verbal.

Não vou entrar aqui em pormenores sobre o meu monólogo “de puta para cima”. Disse-lhe coisas que nunca lhe tinha dito, que nunca pensei dizer-lhe, que nunca concebi dizer a ninguém.

Disse-lhe coisas nas quais não acreditava, unicamente proferidas para a magoar e humilhar. Se nunca fomos aos extremos na cama, ao BDSM do sexo, fui com certeza a terrenos similares no verdadeiro poema bélico, rasteiro, doentio, que lhe dediquei nas minhas palavras e no meu tom.

A minha pobre mulher não parava de chorar mas, mais uma vez, aguentava estoicamente o impacto, recebia-o como a sentença isenta, imparcial, que lhe era devida pelos seus crimes e pecados.

Para finalizar, baixei as calças, puxei o pau já teso para fora, tirei-lhe as cuecas da boca e mijei-lhe abundantemente para a cara!

Derradeiro acto de humilhação, que a fez gemer de arrependimento tanto como de tesão, porque ela sabia que, nesse momento, o sexo começara. E aí, conheço bem a minha mulher, sabia que ela já estava tão excitada como eu!

ASarilhos Memorias dum corno parte6 7

Fosse o que fosse o que ela fazia com os outros gajos, nunca teria com eles o que eu lhe dava, pois se na vida, por vezes, éramos criaturas distantes, na cama sempre fomos almas gémeas.

Aí tirámos a barriga de miséria. Sem a desprender, fodi-a como se abusasse dela. Fui-lhe ao cu como se a chicoteasse. Esporrei-lhe a boca como se fosse puta. E no fim, beijei-a como o cabrão que era.

Ficaram assim seladas as pazes.

Depois disso, estivemos horas abraçados na cama. Chorámos, rimos, fodemos, segredámos, renovámos promessas e fodemos mais. Para o final, deixámos os projectos de futuro...

ASarilhos Memorias dum corno parte6 8

Foi quando, realmente, a surpreendi, ao confessar-lhe o que qualquer pessoa normal, ou qualquer casal apaixonado, pensaria inconfessável:

– Sabes, dá-me muita tesão ver-te a ser fodida por outros gajos. Se a ti também te dá gozo, como parece ser óbvio, gostava que continuasses a fazê-lo. Só que sem precisar de me esconder. Quero estar ali, a ver-te, a ver-vos... Mas também a participar, a tocar-te, a foder-te e a vir-me como eles se vêm... O que é que achas?

Não precisou de palavras para me responder. De novo começou a chorar, mas, desta vez, de alegria, e beijou-me como quem beija o amor da sua vida...

(Não perca na próxima semana o final desta história apaixonante!)

Memórias dum corno - Parte 5

Memórias dum corno - Parte 1

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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