20 juillet, 2020 Stella - Parte II
Sinto-me uma boneca de trapos nas suas mãos...
Decidi que o melhor seria desvalorizar aquela atitude por muito estranha que tenha sido. Não enviei qualquer mensagem e sinceramente no fundo acreditava que seria apenas o ego ferido de macho latino a falar. Passaram 3 dias e ele também não disse nada. Acreditei que também eu tivesse ficado perdida no meio do seu caminho e ainda bem.
Continuei a minha vida, a minha rotina e a marcar os meus encontros com os meus ditos “amigos”.
No final desse dia ia ter um date com o tal rapaz com quem tinha desmarcado por causa dele. Só de pensar! Se eu soubesse não tinha desmarcado nada, mas enfim. Já lá vai.
O meu amigo vem ter comigo. Fomos beber um café só para nos ambientarmos um ao outro conversar um pouco para quando chegarmos a casa não ser assim tão estranho.
Entramos na minha praceta e estávamos a estacionar o carro quase à porta.
Saímos do carro e encaminho-o à porta do prédio.
- É ali! 'Bora. – sorrio.
Enquanto caminhávamos sinto uma presença. Estava um pouco mais à frente do Miguel, por isso não o tinha diante da minha vista. Pensei que fosse ele, mas não.
De repente o meu outro amigo, o tal da situação infeliz sai por entre dois carros e vem na minha direção.
- Então Stella. Era por isto?
Sinceramente, a situação só me deu para rir. Nunca pensei que isto me acontecesse. Só mesmo em filmes. Ele não achou piada.
- Sério que vieste ate aqui. Porquê? Para quê? – perguntei-lhe.
- Eu avisei-te que não seria a última vez que me irias ver.
- Estás a ser tão desnecessário. Vai-te embora. Só me estás a dar mais motivos para nos afastarmos mesmo. Estás a fazer demasiados filmes para quem não tem nada. Fui sincera contigo e disse-te que não pretendia nada sério. Não te menti em relação a nada. Sempre te disse que agia assim porque não queria nada sério com ninguém e queria encontrar apenas o prazer para mim. Vai-te embora.
Importa dizer que o Miguel estava embasbacado a olhar para aquela situação sem saber o que dizer. Notava-lhe um riso de nervoso miudinho entre lábios. Não era para menos. Até eu me tinha rido, fará ele.
Eis que ele diz qualquer coisa.
- Stella desculpa, mas se afinal tens namorado podias ter dito!
- Ó Miguel por favor! Qual namorado qual quê! Desculpa a situação. Eu realmente queria estar contigo, mas estou a ver que arranjei das boas aqui. Talvez seja melhor ires-te embora. Eu depois ligo-te a explicar. Não me leves a mal mesmo. Este rapaz tem apenas uma confusão na cabeça, mas vai rapidamente ser resolvida. Desculpa!
- Ok! Acho que já estou a perceber! Tens a certeza que queres que vá embora? Não haverá problema?
- Eu acho que não, mas qualquer coisa eu aviso-te!
- Ok! Eu fico por perto. Qualquer coisa liga-me que eu venho!
- Obrigada Miguel e desculpa mesmo!
E assim consegui tirar o rapaz dali. Coitado. Que cena deprimente para ter que assistir quando pensavas que ias terminar a noite a foder. Isto é mesmo para gente forte, HAHAHAHA parece que nem para foder sei escolhê-los.
- Então, mandaste o teu amiguinho embora ? – pergunta-me o tipo.
- Tu estás definitivamente a ver um filme completamente diferente do meu. Não tens o direito de te meter assim na minha vida nem de me tentar intimidar. Mas o que se passou contigo? Eras um tipo tão divertido, bem disposto, mente aberta, que sabia para o que vínhamos os dois e bastou a minha sinceridade não ir ao encontro daquilo que começaste a querer que reagiste contra mim com essa agressividade toda.
- Tu é que não podes simplesmente expulsar-me da tua vida assim.
- Mas assim como? E não posso porquê? Não fui rude contigo. Simplesmente estamos em timmings diferentes e queremos coisas diferentes. Não vale a pena continuar a cultivar uma coisa que não vai dar em nada ou queres obrigar-me a querer estar e ficar contigo?
- Se for preciso …
- Desculpa? Não estou a perceber! Tu estás bem?
É neste momento que ele se vai aproximando até me conseguir puxar para si. Imediatamente tento dar-lhe um encontrão, mas o tipo é forte e encosta-me à parede.
- Vá lá Stella. Não dificultes as coisas para nós. No fundo eu sei que queres, só queres fazer de conta que não estás para ai virada.
- Não, eu não te quero. Menos ainda agora por teres esta atitude tão possessiva. Podes largar-me se faz favor? Podes ir-te embora? Podes deixar-me ir embora? Não quero mais estar contigo. Agora então não quero mesmo. Agora nem que quisesses apenas sexo.
- Não digas isso!
- Digo sim! Digo mesmo! Sai! Deixa-me! Vai-te embora!
Sinto uma folga e tento escapar dele.
- Podes fugir um dia, dois mas não vais fugir para sempre.
-Deixa-te de clichés! Por favor! Já não estou com paciência para ti nem para os teus filmes!
Virei-lhe costas e fui embora.
Abri a porta do prédio. Subi as escadas. Abri a porta de casa e quando vou a fechar a porta sinto alguém a fazer força que não me permite fechá-la.
- Sai daqui! Deixa-me em paz!
Começo realmente a ficar preocupada e com medo.
- Não tenhas medo. Eu só quero ficar contigo um pouco mais. Eu trato-te bem ou já não te lembras da última vez que estivemos juntos? Foi tão bom!
- Sai daqui! Não quero saber de nada. Vai-te embora! Sai!
Ele agarra-me e empurra-me contra a parede.
- Eu sei que tu gostas que seja assim! Eu dou-te aquilo que tu queres desde que fiques comigo!
- Sai daqui! Eu não quero mais nada de ti! Deixa-me por favor!
Oiço o meu telefone a tocar. Provavelmente era o Miguel a perguntar por notícias minhas visto não lhe ter nada ainda, mas não consigo atender. Ele não me deixa sair daqui. Ainda fica mais enraivecido com a situação.
- É o teu amiguinho? Não me digas! Combinaste com ele para mais tarde foi? Agora é que não te deixo mesmo!
Começa a meter a mão por dentro das minhas calças e a beijar-me loucamente. Tento fugir dele mas não consigo. Este boi tem uma força bruta e não consigo que se mexa 1 milímetro. Sinto-me uma boneca de trapos nas suas mãos.
- Por favor, não faças isto!
- Tu gostas que eu sei!
Agarra-me pelo braço e puxa-me para o quarto. Atira-me para a cama. Tento fugir, mas ele puxa-me pelas pernas.
- Quanto mais tentas fugir mais eu gosto. Tu sabes que me provocas assim.
Coloca-me na posição que mais lhe agrada e tira-me as calças à força enquanto lhe suplico que pare.
- Hmmm, continua a pedir que pare. Estás a deixar-me cheio de tesão. Isso… continua a espernear.
Já não sabia o que fazer e sabia o que estava prestes a acontecer.
Consigo dar-lhe um pontapé na barriga e levantar-me mas ele não se demoveu. Consegue puxar-me pelo cabelo e trazer-me de volta até si. Coloca o braço à volta do meu pescoço.
- Não voltes a fazer isso. Tu não me magoas, mas eu posso fazê-lo.
Não tive coragem de lhe responder.
Começa a morder-me o pescoço, pois em outra altura seria o que eu mais gostaria que fizesse, mas não mais desejaria isso, nem naquele momento, nem com ele.
Enfia as mãos dentro das minhas cuecas. Prende o seu pénis no meio das minhas pernas para me aliciar.
- Eu sei que tal como antes vais gostar!
A partir daquele momento não lhe ouvi nem mais uma palavra.
Ele jogou-me para a cama. Deu-me 3 chapadas. Uma seguida da outra e mais uma. Eu apenas olhava para ele e ele olhava-me fixamente sem qualquer pudor.
Parece que aquelas chapadas foram o descarregar de toda a frustração que tinha e raiva que sentia por mim por tê-lo rejeitado.
Naquele momento tinha-me nas suas mãos, e mesmo contrariada, a verdade é que ele podia fazer comigo o que quisesse e fez.
Antes de todo o silêncio que seguidamente reinou naquele quarto ele acrescentou.
- Antes de fazeres qualquer coisa lembra-te que eu posso fazer muito pior.
Levei aquilo como uma real ameaça e achei melhor não ripostar.
Despe-me por completo. Continuo a tentar rejeitá-lo e a tentar que pare. Ele coloca-se sobre mim deitado, prende-me os pulsos e diz-me:
- Eu não vou parar!
Beija-me com delicadeza.
Nenhuma das suas atitudes era coerente ou fazia sentido. Parecia que o seu tico e teco tinham deixado de bater ao mesmo ritmo. Parecia que estava a ter um surto psicótico. Obsessivo.
Aperta-me os peitos e beija-mos. Lambe-me os mamilos. Namora-os. Aperta-mos e massaja-os enquanto olha para mim e me mostra que me quer e que gosta do que vê. Passa a suas mãos pelos contornos do meu corpo. Contempla-me.
Fico embasbacada a olhar para aquilo, a tentar absorver a situação e a tentar lidar, mas não sei como.
- Vai-te embora!
Digo-o mais uma vez, embora saiba que desnecessariamente, mas tento.
Ele interrompe-me beijando-me.
Coloca-me dois dedos enquanto me olha. Reajo com um espasmo. Ele assume que estou a começar a gostar e sorri-me.
Será? É sexo, mas porra! Gostar assim nestes parâmetros? Não! Foi só o meu corpo a reagir.
Abre-me as pernas com as suas. Ficamos abertos um para o outro. Eu deitada e ele de tronco levantado mantendo domínio sobre mim. Agarra no seu pénis e começa a bater com ele sobre a minha vagina, sobre o meu clitóris. Tento não reagir, não demonstrar negação sob o gesto.
Cospe sobre o meu sexo e vagueia por mim com os dedos. Humedece-me.
Leva a boca ao meu sexo. Sinto aquela boca quente, aquela língua vagueando em busca do meu prazer e do prazer que me queria fazer sentir novamente e trazer-me de volta à aceitação. Ele esforçava-se. Leva o meu rosto até ao seu enquanto o faz.
Olho-o fixamente. Nesse momento ele agarra no meu rosto com as duas mãos.
- Era só isto que eu queria Stella, que voltasses a olhar para mim dessa maneira. Sinto que neste momento te rendeste e agora quem não é mais capaz de continuar sou eu. Desarmaste-me e eu prefiro ir embora.
Sem que lhe respondesse ele levanta-se e pega em todas as suas roupas que havia espalhado. Veste-se.
- Não te quero fazer mal. Quero-te bem e fazer-te o bem! Continuo a querer-te da mesma maneira, mas depois de me olhares dessa maneira não consigo mais fazê-lo assim.
Fiquei sem reação, mas deixei-o seguir. Foi o seu momento de consciência e ainda bem. Se não fosse ele próprio não sei como iria ser. A sua consciencialização fez-me não odiá-lo embora não o queira mais por perto.
- Talvez te volte a procurar novamente, ou talvez não, tal como acredito que não queiras. Desculpa!
Ele seguiu o seu caminho e eu segui o meu.
Decidi pensar melhor quando se trata de marcar encontros e levar gente lá para casa. Tenho que pensar duas vezes antes de indicar o caminho até ao meu canto, onde só a paz pode reinar.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...