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29 novembro, 2017 Assédio sexual, massagens e pizzas

Tempos conturbados para quem massajas as costas dos outros sem consentimento.

Sinceramente, se um de vocês me oferecer uma massagem nos ombros, eu aceito. Isto de andar o dia inteiro sentado de forma incorrecta numa cadeira, deixa mossa.

Assédio sexual, massagens e pizzas

Vamos a factos: o que é assédio sexual? Em vez de inventar, fui ver a definição à Wikipédia:

“Assédio sexual, em sentido amplo, é toda forma de avanço sexual não consensual. Em sentido estrito, é um tipo de coerção de caráter sexual praticada geralmente por uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um subordinado (embora o contrário também possa acontecer), normalmente em local de trabalho ou ambiente acadêmico. O assédio sexual caracteriza-se por alguma ameaça, insinuação de ameaça ou hostilidade contra o subordinado visando a algum objetivo.”

Temos assistido nos últimos tempos a um tornado de revelações dos mais variados quadrantes de entretenimento, na sua maioria (ou totalidade), da parte de homens para com mulheres e outros homens. O oposto também deverá acontecer, mas como o pessoal acha piada, ninguém liga nenhuma (e está errado). Quem diria que num meio onde abundam interesses, dinheiro a rodos, drogas duras e promiscuidade, havia pessoas a fazerem-se valer da sua posição para saltar para cima de outras? Fiquei “estupefacto”. Acho muito bem que todas estas pessoas que se sentiram lesadas por terceiros venham a público com estas revelações, no entanto, parece que se entrou numa caça às bruxas e se começou a meter dentro do mesmo saco uma massagem e uma violação.

Massagem não solicitada? Rude, indelicado e, em última instância, és um otário de primeira se o fazer.

Violação? Não me parece que rude, indelicado ou otário sejam os adjectivos a usar neste caso.

Sexo é como pizza. Todos gostam, mesmo de um dia para o outro. Imaginem que têm uma pizza muito boa nas vossas mãos. Vão obrigar os outros a comer pizza, mesmo sabendo que ela é muito boa? Mesmo sabendo que a outra pessoa gosta muito de pizza, talvez não queira comer da vossa pizza. Inclusive, ela já pode ter comida vossa pizza antes e agora não lhe apetece mais. Acham que nestas situações, vocês têm o direito de dar com a pizza na boca das pessoas? Outra situação: ela disse que queria pizza, mas quando olhou para ela, decidiu que já não queria. Acontece, especialmente quando os gajos da Telepizza se enganam nos ingredientes. Último cenário: porque é que vocês pensam em dar pizza a uma pessoa inconsciente? Desperdício de pizza.

Estão a perceber onde quero chegar? Se alguém quiser da vossa pizza, vocês vão ouvir: “hey, dás-me com essa pizza por trás e com força?”

Boas fodas e até domingo.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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