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09 agosto, 2017 O fenómeno “dar uma e sair porta fora”

Aqueles alívios de corpo com amargos de alma.

Existe um parente obscuro da “one night stand”. Um primo mimado, egoísta e egocêntrico. Rápido, indolor e impaciente. Não tem nome, pois move-se nas sombras. Não pode ser discutido, porque ninguém quer admitir que o faz. As fodas “mágicas” são as que te vens e desapareces a seguir:

PUFFF! MAGIA!

O fenómeno “dar uma e sair porta fora”

Há tempo, disponibilidade e até mesmo tesão, mas não há vontade. Por alguma razão que só tu saberás, aquela foda tornou-se num tipo singular de evento que possui única e exclusivamente o formato de uma foda. É como se uma punheta tivesse ganho vida e adquirisse a forma de uma mulher. E qual é o mal disto? Nenhum e todo ao mesmo tempo. Fazer de uma pessoa receptáculo de esperma descartável possui uma série de problemas éticos e morais associados, no entanto, estamos apenas a falar de sexo, certo? E quando se pensa muito sobre sexo, acaba-se por não se chegar a lado nenhum, mais concretamente, à cama de alguém. O que eu acho incrível é que podemos sentir a maior tesão do mundo por alguém, sermos capazes de fazer quilómetros, percorrer vales e montanhas, atravessar rios e mares por apenas uma foda “express”. Nem há tempo para conversas, miminhos ou um copo de água: é entrar, foder e bazar. Tudo de comum acordo. Ambas as partes estão - supostamente - a par desta situação e são coniventes uma com a outra. Ambas se tratam como meros objectos de descarga imediata de prazer e - supostamente - não têm nenhum problema com isso. É uma "one night stand" transformada em "a thousand one night stands". Será isto o desumanizar do sexo no seu total esplendor?

Talvez, mas pensem que há pessoas a enfiar os punhos inteiros umas nas outras.

Como é que passamos desta tesão monstra de um momento a um “já me vim e agora vou-me”? E porque é que se aplica - supostamente - apenas a uma ou outra pessoa? Será pelo sexo ser mau? Não. Se fosse mau, nem lá tinham voltado após a primeira vez. Será que a pessoa causa repulsa e queremos fugir dela? Mesmo assim, eu creio que existem pessoas que eu odeio de morte e que não me importava de lhes dar mais que duas ou três fodas de seguida. Não queremos falar ou estabelecer uma conexão porque temos receio de dar a impressão errada? Aplica-se a mesma lógica anterior, podemos não fazer isso tudo e dar mais uma ou duas. Cansaço? A idade já pesa, mas calma.

Porque será então? Não sei, por isso estou a perguntar e eu nunca tenho resposta para nada (caso não tivessem reparado ainda). Sou um poço de dúvidas e apaixonado eterno pela natureza humana, os seus hábitos, taras e manias.

 

Dar uma e sair porta fora. Qual é o mal?

 

Boas fodas e até domingo.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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