12 outubro, 2024 Uma moedinha para Santo António
Tudo agora é em direto! Até matar alguém se tornou um "hobby" comum...
Nos tempos antigos, andávamos de porta em porta, a pedir uma moedinha para Santo António. Não me lembro em que altura se dava este evento. Só sei que eram tempos simples. Não tínhamos as redes sociais! Antes da Internet e do "boost" da TV, a única coisa que havia era o jornal "O Crime" que dava conta dos crimes praticados no país.
Hoje em dia, podemos ver crimes em direto, a qualquer hora do dia, numa rede social. O dono chama-lhe "informação" e "democracia", mas eu digo que é incentivo à violência.
Os adolescentes já não andam de porta em porta a pedir uma moedinha para Santo António. O que lhes importa é o número de seguidores e os "likes". Talvez seja devido à ausência parental em amor e dedicação.
Possivelmente, em cada apartamento, está um conjunto de pessoas que, em vez de estarem em família, está cada um nas redes sociais. Por isso, digo que esta distância não fortifica o amor. Pelo contrário, os likes e os seguidores começam a ser a única fonte de obtenção de amor.
De cada vez que recebo um like ou um seguidor, sinto que sou apreciada, gostada, aceite - e, como tal e sem repúdio, consigo afirmar tudo o que disse até agora.
Fazer das próprias vidas um reality show em direto
Tudo começou com algo simples, com o aparecimento da primeira rede social. O que se postava na altura era o dia-a-dia, festas de aniversário, roupa nova, viagens, e afins básicos.
Quase ao mesmo tempo que apareceu esta rede social, apareceu também o reality show mais visto no mundo. E foi, a partir daqui, que surgiu uma insatisfação pessoal.
De um dia para o outro, todos procuravam ser famosos! Os jovens começaram a querer parecer-se com uma boneca insuflável, algo que ainda continua hoje, com as alterações de cara e corpo. Continuam tão focados nesse conceito que nem se aperceberam que, agora, há uma nova beleza que é a chinesa.
Já não é aceitável postar o aniversário em família, mas sim fazerem das suas próprias vidas um verdadeiro reality show em direto!
Vêem-se jovens em casas de banho nas suas escolas, a gravarem cenas de pancadaria entre eles. Um autêntico ringue ao vivo, onde todos podem assistir aos jovens a degladiarem-se para obterem seguidores.
Há também jovens que criam perfis falsos e que vão atrás dos pedófilos, filmando a tortura que lhes fazem. A justiça, agora, não é nos tribunais, mas nas redes sociais.
A fama através do sexo
Uma boa percentagens de jovens mulheres opta por tentar ser famosa através do mundo do sexo, ficando assim sem história, sem CV - despidas de momentos e experiências que antes eram chamadas de "histórias de vida".
Se lhes perguntássemos pelas suas histórias de vida, tudo seria resumido a nascimento, escola primária e secundária, e de seguida, sites porno. Provavelmente, até ao resto das suas vidas, pois este dinheiro fácil tem uma armadilha.
Este dinheiro fácil que é diário, em vez de mensal, faz com que as pessoas não consigam sentar-se para pensar. Muitas vezes, poderiam ver que há empregos pagos a peso de ouro, onde, mesmo sendo dinheiro mensal, ganhariam muito mais.
Outra coisa que está a acontecer é que não se fala, mas grita-se nas redes sociais. Há pessoas que acham que quanto mais gritarem sobre valores que não têm, mais conseguem ser ouvidas e receber seguidores.
Proferem discursos contraditórios, desequilibrados perante quem as segue, e quanto mais seguidores têm, mais acham que têm de gritar. Muitas vezes, acabam cheias de likes, mas com perdas financeiras, de carácter, de equilíbrio, de consciência e de sabedoria.
Vê-se de tudo em direto
Tudo agora é em direto! Até matar alguém é um "hobby" comum entre os jovens que anseiam por fazer um vídeo para as suas redes sociais.
Não há muito a explicar aqui. É natural que os homens se virem para a violência, e que as mulheres que querem igualdade, procurem afirmar-se como dominadoras, acabando por expôr os seus corpos para benefício masculino.
Há agora um caso nos EUA, onde um rapper usou a sede de fama das mulheres para proveito próprio, e impróprio. Muitas delas acabaram numa mala, só para os espetadores verem o tempo que resistiam numa mala fechada!
Aqui não houve grande mudança desde os tempos antigos, pois os centros de tratamento de adições têm sempre mais homens do que mulheres. Os homens sempre recorreram ao roubo e à violência, e as mulheres à prostituição. Tudo para poderem obter a próxima dose - e hoje, tudo para obterem a fama mascarada de dor, humilhação.
Assiste-se quase em direto a incesto emocional, onde mães pedem a filhos para lhes tirarem fotografias para o seu Onlyfans.
Vemos também governantes que sabem que a religião é um fator principal e que em campanha, ou quando entrevistados, dizem que vão à missa todos os domingos. E depois, comportam-se com egocentrismo, provando que o "EU" está tão, mas tão afastado da espiritualidade e de um "Poder Superior".
O poder de "uma nova esperança"
Com as redes sociais, originou-se um distanciamento familiar, quebrou-se a capacidade de comunicação. As pessoas já não sabem comunicar, debater, negociar. À mínima frustração ou contrariedade, matam-se, ou espancam-se pessoas!
Será que estes anos todos, em que andaram a ver a vida de outros, a ambicionar a vida de outros nas redes sociais, fizeram com que deixassem de olhar para vós mesmos? Será que perderam essa capacidade?
Se assim for, não se esqueçam que todos os dias, quando acordamos, temos a oportunidade de mudar as coisas e de fazer o reset na nossa vida.
Para ti jovem, que és um novo pai, uma nova mãe, tens nas mãos o poder de trazer ao mundo "uma nova esperança".
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