04 outubro, 2017 Nem sempre corre bem
Tinha tudo agendado ao pormenor e cada detalhe pensado. Meses a “trabalhar” as duas.
Quem nunca namorou com uma bi, devia parar o que está a fazer, divorciar-se, deserdar os filhos e ir à procura de uma (depois resolvem isto mais tarde).
Dois anos de bi-menina foi como ter vivido dentro de um filme porno, mas só que melhor. Era como gostar de comer perdiz e ter o melhor caçador a viver connosco, pois ela fazia questão de as trazer para casa. Uma vez, decidi ser eu caçador e, obviamente, deu merda. O homem não possui aquele instinto feminino predatório e naturalmente fica mais exposto a ser ludibriado do que uma mulher. Aconteceu e não há vergonha nenhuma em admitir. Velha amiga dos tempos de escola, sabia eu que tanto eu como ela sempre tivemos interesse em foder um com o outro, mas nunca se proporcionou. Meses. Andei meses a mexer cordelinhos de um lado e do outro para que ambas as partes demonstrassem interesse mútuo e eu matasse dois coelhos de uma cajadada.
Thressomes combinadas, é giro, mas não tem o mesmo charme. Um gajo tem de se safar como pode, certo?
Tudo pronto para a terceira chegar, bom ambiente e muito risada e descontração. Batem à porta. Era a distinta convidada com uma distinta bebedeira nos cornos.
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Bom, um coelho bêbedo não deixa de ser um coelho - pensei eu.
Entrou esbaforida, cheia de vontade (só não percebi se era para me esvaziar a adega ou os tomates). Conversa de ocasião e quando dou por mim, tenho uma delas sentadas em cada perna. A outra tresandava a vinho - supus eu - que se enfrascou para se desinibir, mas a coisa descarrilou. Por entre beijos e carícias noto que a minha amiga não tocava na minha namorada e isso começou a gerar em mim vários tipos de questões. Como a minha namorada era boa todos os dias - mas não era parva nenhuma - resolveu interromper a sessão para ir ao WC (uma desculpa para eu falar com a outra) e deixou-nos a sós. Mal a porta fecha a outra agarra-me no caralho já teso e segreda-me ao ouvido “estou mortinha para te foder todo” e foi aqui que juntei dois mais dois: ela não estava minimamente interessada numa cena a três. Merda.
Sabem quando a cabeça de cima entra em conflito com a cabeça de baixo? Foi um desses momentos. A cabeça de cima gritou “manda esta gaja embora!” e a de baixo sussurrava “tu queres fodê-la, tens de dar a volta a isto”. Não. Desta vez a razão imperou. Pedi educadamente que ela se vestisse e que se fosse embora.
Espetei um fodão na minha namorada para a compensar deste percalço. Nunca mais.
Respeito é muito bonito.
Boas fodas e até domingo.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.