26 novembro, 2018 Não se passa nada
A noite foi do mais romântico possível e do mais porco também.
Insignificante. Adjetivo usado para expressar que algo não tem qualquer valor, que não tem importância; desprezível. Ou como o nome indica é alguém que não tem qualquer relevância pessoal, que é desprovido de características ou atributos extraordinários.
O Rui estava com a Laura fazia cinco anos. Cinco anos de um casamento que aparentava ser feliz. Que aparentava estar tudo bem, a correr às mil maravilhar. Um casamento que surgiu depois de meses de namoro, coisa boa não poderia vir. Pensávamos nós.
A Laura sendo ela uma mulher loira, bem constituída, sorridente, alegre, uma mulher carismática, educada e bem casada, nunca pensaríamos que era dentro de quatro paredes uma mulher emocionalmente enclausurada. A sua vida tinha uma rotina bem estruturada e quando ela tencionava quebrá-la, com saídas com amigas ou com colegas de trabalho, era logo questionada a alto nível sobre tudo o que possivelmente poderia ocorrer nessa possível saída à noite, que acabava sempre por não acontecer. Ou quando acontecia, ela tinha que o levar a ela. Durante os diálogos, mesmo com amigos próximos ou familiares ela tinha que ter atenção a qualquer palavra dita ou expressão facial feita.
Ela estava sofrendo. Mas no fundo era feliz. O Rui dava-lhe o que nenhum outro homem lhe tinha conseguido dar: a sensação de abraçar alguém e sentir que está em casa. Casa. Ele era a casa dela. Não o apartamento que tinham em Peniche, mas sim ele. O Homem por quem ela se apaixonou, muito antes de ele lhe ter colocado os olhos em cima. Contudo, o Rui diz que conheceu a Laura num jantar da empresa. É o que ele pensa.
Mesmo tendo caído na rotina a Laura tentava apimentar a relação, porém o Rui como soube de uma vaga como diretor da sua secção, anda a fazer mais horas e entretanto meteu-se em mais um projecto. Só projectos. Como a nossa vida o é.
Começou a sentir-se sozinha. Começou a ter como companhia, ao seu lado no sofá, um copo de vinho tinto. Por vezes conseguia ainda vê-lo porque fazia o esforço para estar acordada, mas noutras vezes ele chegava a casa e enconchava-se a ela, mas noutras noites nem por isso.
Os dias foram passando. Os dias que deram lugar a semanas, que por sua vez deram lugar a meses. Sexo? Nem vê-lo. Uma rapidinha... Uma vez por outra. Mas... Se houvesse álcool, se não tivesse havido, então era para esquecer.
Na noite do seu sexto aniversário de casamento, o Rui organizou a noite mais romântica de sempre.
“Esmeraste-te amor!”, diz a Laura entusiasmadíssima.
A noite foi do mais romântico possível e do mais porco também. Quando chegaram à suite do hotel, que o Rui tinha reservado, atiraram-se um ao outro feitos leões na época de acasalamento. Duas feras descontroladas. O Rui atirou-se de tal forma à Laura que nem esperou, rasgou o vestido que ela trazia.
“OH! O que estás a fazer??”
Grita-lhe a Laura, ao qual o Rui limita-se a esticar o braço e a apontar o dedo indicador em direcção ao sofá, onde estava um vestido novo, tal e qual o que ela trazia vestido naquela noite.
O queixo da Laura caiu-lhe até aos pés. Ela ficou sem expressão. O Rui aproveita este momento para se atirar àquela fera que tinha à sua frente. De junto da parede, o Rui levou a Laura para a cama da suite.
O Rui dominou a situação como sempre fez. E bem...
- Começamos pela entrada:
Uns beijos bem ardentes e mordidas ao longo do corpo enquanto lhe agarra nos cabelos, Desce um pouco até ao seu sexo onde o começa a devorar lentamente.
- Prato inicial:
Uma canzana, com uns quadris bem colocados, para a fazer gritar e pedir por mais. Colocá-la por cima, de costas ainda para si, rodá-la e virá-la para si, afogar-se no peito dela.
- Prato principal:
Um broche para ela saborear bem o prato, come-la de quatro novamente de contra a parede, leva-la depois para a cama e acabar com ela aos gritos a pedir para ele se vir finalmente.
- Sobremesa:
Momentos antes de ejacular, retira o pénis abruptamente de dentro dela e coloca-lho dentro da boca, ejacula na sua boca e ela engole para grande satisfação de ambos.
- Uma boa refeição. Uma optima refeição.
Quando o Rui pensava em ter apenas um banho relaxante depois de tal refeição, ele nem sabia a doida que tinha libertado. A água da banheira estava agora pelo chão daquela casa-de-banho e ele sem conseguir saciar o desejo da Laura que queria mais e mais e mais...
Foi uma noite de tal forma doida que passado algum tempo, a rotina de ambos voltou a mudar.
Surgiu: um filho. Uma bênção. Uma felicidade. Um amor incondicional, que surgiu de uma noite nunca antes tida. Aquela noite demonstrou à Laura que o Rui estava disposto a lutar pelo relacionamento de ambos, não apenas ela.
Os meses foram passando e eles pareciam, novamente, uma família unida e feliz, completa. Completamente completos. Mas não.
A Laura não sabia, mas já fazia meses que o Rui andava a ter um caso com a menina dos arquivos. Basicamente uma paixoneta. Uma foda. Um brinquedo. Um entretêm.
“Estou aqui para vocês. Eu só vos quero a vocês. Não quero uma vida com ela, não era isso que eu procurava e, muito honestamente, ela também não. Ela sabia da tua existência, como o marido dela sabe da minha.”
Foram estas as palavras do Rui para se desculpar e dizer que vai continuar ao lado da família que há anos que sustenta e cria.
E a Laura o que fez?
Fechou os olhos e continuou com o homem da vida dela.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...