16 março, 2016 Campanhã/Santa Apolónia
Foi como tivesse feito sexo a 3, distanciado por mais de 200 kilómetros.
Customava deslocar-me ao Porto por razões profissionais. Adoro a cidade. As pessoas. O Douro. A visão da cidade pelo Douro e vice-versa. A minha queda por casebres de má fama para dormir fruto de contenção de despesas da empresa, não me davam muita margem de manobra para qualquer aventura por entre quartos numerados.
Sempre gostei viajar de comboio pela inspiração que o mesmo inspira. Desta vez era diferente, pois rumava com quarto reservado no centro. No coração do grande Porto, esperava desta vez ela por mim. Já antes nos tínhamos falado por entre telefonemas fora de horas, chats matinais e emails de final de tarde. Por entre fins de semana esperançosos de um encontro a dois, houve um que chegámos a sincronizar as vidas. Ali me encontrava agora, apenas tendo ouvido aquela delicada voz ao telefone com aquele sotaque caracteristico. Encontrámo-nos num café badalado para quebrar o gelo e, por entre um abraço de nervoso miudinho, toquei com os meus lábios a primeira vez na pele dela. Cheirava tão bem. Tremíamos um pouco. Tesão, talvez. Não. Era ansiedade. Éramos novos amigos que já não se viam há demasiado tempo. Da conversa ocasional surgiu o primeiro toque. Do primeiro toque, a primeira aproximação de lábios ao ouvido. O primeiro sussurro é indicador de querer mais do que “vamos embora?”.
A caminhada pelo centro é feita entre sorrisos e um par de mãos que teimava em se juntar e separar à medida que passava do inocente para o desconfortável.
Não somos namorados, somos amigos.
O hotel de ares clássicos, recebe-nos. Tínhamos escrito “vamos foder tanto” na mente, apesar dos olhos indicarem algo diferente. Estávamos mesmo contentes por estarmos juntos ali naquele momento tanta vez idealizado. Ali, no 3º piso dou á chave. Entramos. Corre as cortinas. Deita-te na cama. Aqui, por cima dela, beijei-a a primeira vez e ela entrelaçou as pernas no meu corpo. Ali, pressionei-a contra mim para que ela o sentisse já teso. Gemeu. Começou a ofegar. Deixo escorregar as mãos por debaixo do vestido justo que tinha colado ao corpo e passo-lhe de leve pela roupa interior já molhada. Depiladinha. Imaculada. Ela tratou-se bem para levar tratamento a condizer.
Roupas voam ajoelhados na cama, por entre suspiros sôfregos de ansiedade e tesão juvenil. Por esta hora já o tinha tão teso que me doía. Ela de mamilos rijos, lambe a mão e começa a mexer-me no caralho. Sorri e diz “merda, estou fodida, não estou? Ainda rezei para que a tivesses pequena mas assim já sei que não vou ter descanso”. Toca-se. Toca-me. Os meus lábios no dela tocam-se. Manda-me deitar e cospe-me no caralho, começando a passar a mão de leve enquanto me fita nos olhos. Toda a mão dela escorregava habilmente em todo o meu caralho e eu não lhe tirava os olhos do centro do corpo. Quero tanto fodê-la à bruta, neste momento. Ela sabe e prolonga o meu sofrimento, alternando entre um broche fantástico e aqueles movimentos de mão do outro mundo.
Não aguentei mais e arranquei-a de mim com violência. Ela gostou. Deita-se, molha os dedos e toca-se com mais força agora. A visão do meu caralho todo teso deixa-a ainda mais excitada. A primeira vez que o meto, ela solta um gemido de alivio como se uma dor estivesse a ser aliviada. Dor de não ser fodida à tanto tempo, disse-me ela. 39 anos e apertada como uma miúda de 18. Por entre posições várias, gritos mudos e mordidelas um no outro, orgasmos sucediam-se de parte a parte. Não precise de perguntar, porque vi nos olhos dela que queria ser esporrada na boca. A lingua dela falou sem a boca emitir um som e a minha descarga nos lábios dela deixou-a a sorrir. Era felicidade em estado puro naquele sorriso.
Saímos, passeámos e voltámos ao hotel. Nova sessão. O quarto cheirava tanto a foda que ficou entranhado nos cortinados.
Voltei à realidade e cheio de mazelas no corpo. Adoro foder. Adoro foder gajas que sabem foder. Não tive tempo de tomar sequer um banho para tirar aquele cheiro do corpo e penso que nem queria. Todo eu cheirava a ela. Campanhã. Comboio arranca para Santa Apolónia.
“Vou-te buscar, ok?” - li eu no ecrá do telemóvel.
Em Lisboa, esperava-me uma espécie de amiga que achava que era mais que isso. Na mente dela talvez, não na minha. Complicado, para dizer pouco. Complicado na medida em que a miúda tinha metade de idade da outra e um corpo e menear de ancas que tinham tatuado na alma “gosto de foder mais que tu”. Entro no carro ainda com aquele cheiro no corpo. Ela não nota ou não quis saber. Não sei se isso me excitou mais ainda, mas não estava satisfeito ainda. Estava cheio de imagens na mente do que se tinha passado naquele quarto e ela reparou no alto das minhas calças. Paragem em casa dela. Roupas voam e ela, amante de broches violentos, mete-o todo na boca sem perdão. Todo. Ainda a saber à cona de onde esteve há umas horas atrás. Algo em mim queria acreditar que ela notou e que aquilo só lhe dava mais tesão ainda. Enquanto ela me chupava e gemia simultaneamente, eu cheirava as mãos. Ainda tinham memória da outra. Ali estava a ter sexo a três. Na minha mente ainda estava no Porto, apesar do corpo estar entregue a outra. Meti-lhe por trás. Aquele rabo não pedia menos que isso. Gemeu-se toda. Meti parte da outra dentro desta e o meu caralho a selar o acordo.
Vim-me. Dentro dela. Com a outra na mente.
Não voltei a ir ao Porto e nem voltei a estar com esta última.
Que fodas. Ambas. A solo. A três.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.