13 junho, 2024 Os amigos são para as ocasiões
Na festa dos meus 23 anos, a dada altura, fiquei eu e o Jaime que teve a amabilidade de me consolar...
Aos 23 anos ainda não tinha feito sexo. Nunca tinha visto uma rapariga nua e todo o conhecimento que tinha sobre o assunto era de ver pornografia. A razão não era difícil de entender.
Desde novo estive sempre muito acima do peso, tive muitas borbulhas e o meu corpo foi sempre bastante peludo. Eu era o primeiro a sentir-me mal comigo mesmo e não culpava as mulheres pelo facto de não as atrair.
Masturbava-me muito, pois alguém me disse que era bom para emagrecer, já que gastava muitas calorias. Mas comigo nunca funcionou.
Tive sempre muitos amigos, pois sou bastante extrovertido. Os meus complexos só interferiam no meu lado sexual, não no social. Mas quando todos na adolescência começaram a namorar e a ter as primeiras experiências com raparigas, fiquei sozinho com o meu problema.
A partir daí foi sempre a piorar. Ouvia muitas vezes os meus amigos contar pormenores sobre as suas aventuras, e eu nada tinha para partilhar.
A dada altura, em desespero, decidi recorrer a uma prostituta que vi num anúncio e que dizia que adorava iniciantes.
Recebeu-me bem, mas quando me comecei a despir, percebi logo o seu ar de repulsa.
Nem o tamanho do meu pénis, de bom comprimento e grossura bastante razoável, a animou. Ofereceu-se para me bater uma punheta, o que aceitei de imediato, mas com a desilusão de ela não me aceitar como cliente completo, não consegui manter a erecção, portanto nem sequer me vim.
Fui para casa derrotado e fiquei meses em depressão. Deixei mesmo de ir à escola durante semanas e acabei por perder o ano, o que não ajudou nada à forma como os meus pais já olhavam para mim. Sabia que eles me amavam, mas nunca esperaram muito, e isso mais me levava a afundar num estado de melancolia do qual não via saída.
Até que um dia o meu amigo Jaime, mais ou menos do nada, me confessou que era homossexual. Foi um choque para mim, pois sempre o vi andar atrás de raparigas e a maior parte das suas amizades era do sexo feminino.
Não tenho qualquer preconceito em relação às preferências sexuais de ninguém e expliquei-lhe que a minha expressão era apenas surpresa. Ele compreendeu, claro, por algum motivo me confidenciou a mim o seu segredo e não a outros amigos, pois sabia que eu era uma pessoa sensível e podia confiar em mim.
Isso não alterou nada na nossa relação até ao dia em que festejei o meu 23º aniversário. Pela primeira vez, organizei uma festa, pois vários amigos me disseram que era sempre um bom pretexto para convidar raparigas.
Assim fiz, mas passada uma hora, nenhuma rapariga tinha aparecido. E faltando esse ingrediente principal na festa de qualquer jovem, meia hora depois também os rapazes se foram embora. Fiquei eu e o Jaime, que teve a amabilidade de me consolar, pois encontrava-me desolado.
Ele deixou-me desabafar à vontade, tínhamos cerveja e sangria e bebi bastante de ambas - acho que soltei a língua como nunca tinha feito.
Ele teve a paciência de me ouvir, foi muito solidário comigo e disse-me que gostava de fazer qualquer coisa por mim, mas não sabia o quê. Foi aí que, em absoluto desespero, lhe perguntei:
– Não me podes ajudar?
– Quero muito ajudar-te, sabes que já tentei tudo. Já te apresentei todas as raparigas que conheço que achei que podiam gostar de ti, mas...
– Não é isso.
E repeti o que tinha dito, mas dando um tom diferente, como se acrescentasse umas aspas invisíveis à pergunta:
– Não me podes... “ajudar”?
Só aí lhe caiu a ficha.
– Mas tu... Tu não gostas de... Tu gostas... Sempre me disseste que gostavas de...
Ele só conseguia gaguejar.
– Sim, sempre gostei de raparigas. Mas estou desesperado! Acabo de fazer 23 anos, nunca ninguém me fez um broche! Sabes o que é isso?! Nunca enfiei a pila em buraco nenhum...
Ele nem sabia o que dizer.
– Estás-me a pedir para...
– Sim.
– E para...
– Sim.
– Mas tu...
– Eu sei.
O meu amigo ficou um bom bocado em silêncio, medindo as possibilidades do que eu lhe estava a pedir.
– Mas tu... Achas que consegues?
– Não sei... Acho que sim. Quer dizer, sonho com uma boca no meu caralho. Portanto, pensando bem, ser de homem ou de mulher, talvez não faça assim tanta diferença...
– Pela minha experiência, faz toda a diferença!
– Pois, mas lembra-te que eu não tenho experiência nenhuma. Nada, zero, népia! E como eu estou... Foda-se, estou num estado que só a ideia me deixa de pau teso...
– Estás com o pau teso agora?
– Sim, não se nota?
Abri o botão das calças e baixei-as um pouco, o suficiente para lhe mostrar o pacote cheio dentro das cuecas. Ele olhou para o meu volume e percebeu que eu estava a falar a verdade.
– Mas tu achas que és gay? Ou podes vir a ser?
– Tenho a certeza que não.
– Como é que sabes?
– Bem, para começar, nunca tive um sonho erótico com um homem. E olha que tenho sonhos eróticos dia sim, dia sim... Nunca me pus a olhar para o cu dum homem, ou para o pacote entre as pernas, nunca me estimulou qualquer interesse. E só vejo pornografia com gajas.
– Que tipo de pornografia?
– Qualquer coisa com tetas e cona... Novas, velhas, gordas, magras, negras, brancas, amarelas, peludas e rapadas, tanto faz. Tudo me dá tusa!
– Ok. Então, não és gay...
– Não.
Ficou mais um momento em silêncio antes de se atrever a dar o próximo passo.
– Mostra-me o pau.
Por muito entusiasmado que estivesse com a ideia, e estava, nesse momento, senti vergonha de me despir à sua frente. Então, ele foi muito carinhoso comigo e tentou por-me à vontade.
– Vá lá, eu não mordo... Quer dizer...
E riu-se da sua própria piada.
Resultou, pois, sem mais delongas, baixei um pouco as calças e as cuecas, ostentando o caralho que estava completamente teso e já pingava da glande.
Vi o espanto nos seus olhos e, desta vez, não era um espanto negativo, como com a prostituta.
– Mas que belo caralho que tu tens!
Aproximou-se para ver melhor, cheirou-o e perguntou-me se eu não costumava aparar os pêlos.
– Nunca fiz.
– Espera.
Levantou-se, foi buscar uma máquina depiladora que trazia na mochila (era óbvio que estava sempre preparado...) e começou a aparar-me a pintelheira.
– Vou só tirar um bocadinho para não ficar com a boca cheia de pêlos.
Mal o disse e o meu caralho deu uma cabeçada no ar.
– Ok, assim está melhor.
– Preparado? Vou meter...
E pela primeira vez na minha vida, senti uns lábios em redor do meu sexo!
Nem consigo descrever a sensação, foi como se descobrisse milhões de novas ramificações nervosas e sensoriais no meu corpo! Digo no meu corpo e não apenas no pénis, porque o prazer estendia-se por mim de cima a baixo, por dentro e por fora!
Era simplesmente maravilhoso, delirante, e melhorou ainda mais, se é que isso era possível, quando ele começou um movimento de sucção em vai e vem...
Não tenho vergonha de admitir que, menos de dois minutos depois, estava a esporrar-me todo dentro da boca do meu amigo!
Nunca tinha experimentado um orgasmo tão poderoso, nada que se comparasse com nenhuma punheta da vida... Era absolutamente celestial!
Sentia-me estonteado, mas não largava a cabeça do Jaime, guiando-o com a mão para que me continuasse a mamar e prosseguisse o seu vai e vem.
Finalmente, chupou-me a última gota e tirou a boca do meu pénis que, apesar de bem espremido, continuava erecto e sem dar mostras de murchar.
– Foi bom? - perguntou-me ele, a lamber os lábios.
Nem lhe conseguia responder.
– Estou a ver que sim. E agora, queres descansar um bocado?
Apenas abanei a cabeça sinalizando que não.
– Queres por no meu rabinho?
Abanei a cabeça que sim.
– És muito grande, vou pôr lubrificante.
Foi de novo à sua mochila e, desta feita, tirou um frasco contendo um líquido transparente (sempre preparado!). Então, despiu-se todo e disse-me para fazer o mesmo. Em seguida, ajoelhou-se no sofá, oferecendo-me o rabo.
Passando-me um preservativo e em seguida o frasco do lubrificante, disse-me:
– Toma. Espalha no meu rabo, põe muito no buraquinho... Depois, passa também na pila em cima do preservativo.
Fiz o que ele pediu, enfiando-lhe os dedos lambuzados muito fundo no cu, conforme a sua orientação.
Sentia o caralho às marradas na atmosfera, pronto para entrar no buraco exposto.
Era curioso, como ele estava bem depilado e naquele ângulo empinado, não se vislumbrava nem o escroto nem o pénis, pelo que não se distinguia se era um cu de homem ou de mulher.
Ao idealizar aquele momento, via-me sempre a fechar os olhos para tentar esconder a diferença. Mas assim sendo, nem sequer foi preciso. Tirando o facto de ele ser musculado, passava bem pelo cu duma gaja qualquer que fosse ao ginásio.
– Mete devagar ao princípio. Estás muito duro. Depois eu digo-te quando for para acelerar.
Meti-lhe a cabeça da pila na orla do cu e senti logo um primeiro aperto caloroso e amigável.
Ainda assim, nada que se comparasse com a sensação da sua língua e dos seus lábios sugando-me a cabeça da picha. Mas logo penetrei mais um pouco e, pela primeira vez, senti o prazer de meter e tirar o caralho teso, todo inteiro, dentro duma cavidade viva e quente! Mais uma vez, senti-me flutuar de gozo...
– Estou-me quase a vir outra vez! – disse, vendo que não conseguiria aguentar muito mais.
– Não faz mal. Como tu estás, provavelmente vais continuar duro. Ainda me vais dar prazer... Acelera agora!
Fiz como ele pediu, acelerei e acho que perdi um pouco a cabeça, pois quando dei por mim, estava a dar estocadas no cu do meu amigo duma maneira que se diria mais aproximada da violência do que propriamente do sexo.
– Ai, foda-se, cabrão! Que bruto! Continua assim, não pares!
Ele gemia debaixo de mim e eu dava-lhe cada vez mais forte!
Depois quis virar-se, ficou de barriga para cima e levantou as pernas como um frango assado.
– Mete, não abrandes, fode-me com força!
Meti-lho assim, o mais próximo dum missionário que se pode fazer entre dois homens. Dessa forma, tinha o seu rosto à minha frente e ao olhar para ele pensava, como se só aí o tivesse realizado:
"Estou a foder um gajo!"
Tive medo de perder a tesão, mas não aconteceu.
Até que, num instante de recuo, o meu caralho lhe saltou do cu, o preservativo ficou lá dentro e, sem nem estar à espera, comecei a esporrar por todo o lado!
Vi os jactos de sémen atravessar o ar, depois a cair sobre o peito nu do meu amigo e, finalmente, na sua cara, quando se levantou ligeiramente para olhar para mim. A cara dele não enganava, estava muito excitado com tudo aquilo. Ficou todo lambuzado de esperma...
Eu já não tinha gota, mas continuava de pau teso e seguia a masturbar-me em seco. Ele viu e pediu-me para o enrabar de novo, enquanto tinha pau. Pus um preservativo novo e meti-lho outra vez no cu, na mesma posição, e ele começou a masturbar-se, mas não se conseguia vir.
– Estou demasiado excitado. Tenho medo de ficar aqui se me vier... Foda-se, que foda que tu me deste, caralho! Que besta de animal...
Depois estendeu a sua mão para me aproximar e pediu-me:
– Eu fiz isto por ti. Fazes uma coisa por mim?
Hesitei, mas disse que sim.
– Lambe-me a esporra. Lava-me o corpo com a tua língua.
Voltei a hesitar, mas não tinha cara para negar o seu pedido, depois de tudo o que ele tinha feito por mim. E comecei a lambê-lo onde via os vestígios do meu sémen, e enquanto o fazia ele continuava a bater punheta.
Parecia estar quase e passado um bocado, agarrou-me os cabelos e puxou-me a cabeça na direcção do seu pau:
– Não posso mais, abre a boca!
Tentei fugir, mas ele era forte e não me largou os cabelos, provocando-me uma dor horrível.
– Abre a boca, cabrão!
Finalmente, fiz o que ele mandou e ele enfiou-me o caralho na boca!
Deu três sacudidelas em cima da minha língua, ouvi-o grunhir como um bicho e desatou a esporrar-se...
Senti o seu disparo no fundo da garganta e, como não avisou, engasguei-me e fugi com a cara. Como resultado, apanhei com a maior parte dos esguichos na face. Fiquei a pingar todo da boca e das fuças e, pela primeira vez, provei o sabor de esporra sem ser a minha. Era quente e salgada e achei saborosa.
Por fim, o meu amigo libertou-me e eu caí de cu no chão, esgotado física e mentalmente, mas realizado – por fim! – sexualmente.
– Portaste-te bem, garanhão – disse o meu amigo, ainda com a respiração muito acelerada. – Quando precisares de mim, é só chamar.
Fez-me uma festinha nos cabelos e aproximou-se para me beijar, mas não deixei.
– Ah, está bem, não és gay. Tudo bem, não te preocupes.
Logo a festa acabou e vestimo-nos com um certo constrangimento. Era muita coisa para processar. Mas, eventualmente, fiquei bem comigo mesmo e, mais tarde, telefonei-lhe a agradecer a gentileza que me tinha feito.
– Salvaste-me a vida.
– Ei, também não é preciso exagerar...
– Estou a falar muito a sério. Sinto-me outra pessoa. Obrigado!
Depois disso, estivémos juntos mais algumas vezes e fomos um pouco mais longe. Nunca lhe dei o meu cu, mas lambi o dele e fiz-lhe vários broches até ao fim, engolindo tudo.
Acabámos por nos afastar quando ele conheceu uma pessoa e iniciou uma relação. No entanto, pelo facto de ter estado com ele e, finalmente, de ter feito sexo com alguém, comecei a sentir-me mais tranquilo em relação aos meus desesperos. Tornei-me uma pessoa mais confiante, menos desesperado, e acabei por conhecer algumas gajas mais taradas que não se importavam de ir para a cama comigo.
De vez em quando, ainda falo com o Jaime, mas nunca tocamos no assunto do nosso sexo. Ele sabe que eu não sou gay, embora o tenha sido com ele, com todo o prazer...
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com