30 Diciembre, 2019 Greve dos Transportes - I e II
Passei as minhas horas de trabalho a pensar: será que o vou encontrar, será que me vai falar novamente com aquela vontade de fazer e manter a conversa?
Todos os dias, sempre à mesma hora, batíamos de frente um com o outro. Apanhávamos o mesmo comboio, na mesma estação e, propositadamente, a mesma carruagem. Já fazia parte da minha rotina e eu da sua também. Andávamos nisto há um ano. Possivelmente, trabalhávamos os dois perto da saída de Sete Rios, pois nunca perdíamos os horários, todos os dias, tanto na ida como na volta.
O homem era um gato! Aquele fato e camisa preta, apesar de escuro iluminava as minhas manhãs. Era moreno de grande porte, forte másculo e aquele sorriso meio tímido. Aquele maxilar marcado, barba serrada que hoje em dia já se torna permitida nas empresas, pois parece que agora faz parte da moda e já deixou de ser visto como desleixe.
Todos os dias ia para casa a pensar nos olhares que cruzávamos, nas nossas aproximações dentro da carruagem, mas nunca, nunca tínhamos lançado algo mais um ao outro. Será que ele pensa que sou comprometida ou será que é ele que é?
Tinha que arranjar forma de me chegar mais perto, de me aproximar sem parecer muito desesperada, mas a verdade é que aquele homem deixava a minha cabeça a mil à hora.
Na manhã seguinte decidi que seria o dia D.
Enquanto subo as escadas para o comboio vou a ler um artigo onde dava algumas dicas do que as mulheres devem fazer para chamarem a atenção dos homens, mesmo daqueles com quem ainda não têm qualquer contacto. Artigos too much feminine! Uma verdadeira futilidade. Roupas, batons, cores de batom, whatever! Nada de nada a minha cena.
Eis que desisto de ler aquelas fantochadas. Desligo a página do artigo e…
- Ups! Desculpe! – digo quando sinto que choco com alguém e quando olho... Então, não era o “meu amigo”?
Tentando planear algo bombástico foi na desistência que consegui. Afinal aquele artigo foleiro serviu-me para algo e aproveitei a deixa.
- Peço imensa desculpa! Vinha distraída … - e sorri.
- Não faz mal! Também me acontece o mesmo. Tem dias, se dormir mais ou menos! – e esboça aquele sorriso maroto.
Ai ai ai, aquelas palavras ecoavam dentro da minha cabeça como uma indirecta, enquanto planeava já a próxima deixa. Não queria perder a oportunidade de criar ali algo mais para uma próxima.
Devolvi-lhe o sorriso e olho para o chão.
- É impressão minha ou hoje existem mais pessoas à espera do comboio que o habitual? – pergunto-lhe.
- Então mas… já agora, como te chamas?
WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW!!!!
Estourei de alegria ao perguntar-me!
- Ema e tu ?
- Dário. Então tu não vês notícias? – e ri-se ao perguntar-me.
- Vejo pouco, mas vejo. Por que perguntas? – ri-me também.
- Não se fala de outra coisa! Greve dos comboios e neste momento, apenas garantem os serviços mínimos. Só nos resta esperar e perceber que serviços mínimos são esses.
- Hm!! Boa. Mais um dia desses … Logo hoje!
- Que tem hoje?
- Precisava de algo para me animar, mas já que isso não acontecesse era bom que pelo menos algo também não empatasse.
- Ah ah ah! Compreendo, mas calma. O dia ainda não acabou e olha parece que vem ali um comboio. Pelo menos por agora já nos safámos.
- Aleluia!
- Vemo-nos logo …
- Vemo-nos claro!
Cada um seguiu o seu caminho. Decerto que no meio daquela carruagem, tipo sardinhas enlatadas, nos iríamos perder de vista, mas agradou-me perceber que ele afinal reparava, de fato, em mim. Senti logo um outro ânimo para encarar o resto do dia.
Passei as minhas horas de trabalho a pensar «será que o vou encontrar, será que me vai falar novamente com aquela vontade de fazer e manter a conversa? É que se ele não o fizer faço eu! Mas o quê?». Passei o dia nisto, mas percebi que o melhor seria dedicar-me realmente ao que interessava e focar-me no trabalho. É melhor deixar-me ser surpreendida que me surpreender iludindo-me! Manias de gaja! Não mudamos nunca...
São 18 horas e está na minha hora de saída e faço-me à estrada. Sigo rumo ao comboio. Sinto um leve toque nas minhas costas enquanto acabo de atravessar a passadeira e olho para o lado.
- És tu ! - olho surpreendida e animada ao perceber que o Dário afinal me abordaria não só na estação enquanto faz tempo para chegar a casa.
Diz-me:
- Sabes, pensei no que disseste hoje sobre a chatice do quotidiano e que já que nada nos surpreendesse que ao menos também não nos estragasse o dia e lembrei-me «por que não sermos nós a fazê-lo?»
- Pois! Eu compreendo toda essa psicologia, mas chegar a casa, tomar um banho e encontrar alguém com a mesma disposição nem sempre é fácil!
- Então e que tal nós dois?
- Nós dois como assim? – perguntei surpreendida. Parece que vamos de vento em poupa.
- Esquece o comboio. Vamos aproveitar que estamos por Lisboa e vamos comer qualquer coisa, beber qualquer coisa. Caminhamos um pouco enquanto falamos e nos conhecemos melhor. Que te parece?
- Melhor impossível!
E neste momento já me passavam mil e uma coisas pela cabeça…
Queria apenas continuar sentindo aquelas veias dentro da minha vagina, aquele roçar nas minhas paredes, aquele som, aquela era a melodia perfeita para aquele momento.
Seguimos até à Baixa sem nada em concreto em mente. Sentia a maneira curiosa que me olhava enquanto me questionava e me ouvia falar. As vezes e vezes sem conta que os seus olhos tomavam conta do meus lábios e eu aproveitava para humedecê-los.
Decidimos comprar apenas qualquer coisa para comer e uma lata de cerveja a cada um e procuramos um local mais reservado e intimista para nós. É que a noite já caía … e fomos para aqueles bancos à beira rio do Cais do Sodré. Não tardou a que o seu sobretudo fizesse de manta…. Para os dois.
No meio de toda aquela conversa e das demais cervejas que entretanto já tínhamos ido comprar, no meio das gargalhadas que jogámos noite dentro e toques que partilhávamos, eis que ele surge com uma ideia, dita por ele, brilhante!
- Vamos jogar um jogo!
- Ui! Até tenho medo.
- Vá! Não sejas parva. Vai ser giro e pode tornar-se interessante e sussurra-me essa última expressão ao ouvido.
Respondo-lhe:
- Pelo menos já começa a ser. –rio-me. – Então mas diz lá que jogo é esse!
- «Eu confesso!»
- Tu confessas o quê?
- Não! O Jogo chama-se «eu confesso» e a ideia é confessares algo que gostarias e tentares tornar possível nesse momento com a ajuda das pessoas que estejam contigo nesse momento, neste caso eu.
- Hmm! Disseste que este jogo seria interessante. Acrescento-lhe perigoso!- e finto-o com um olhar daqueles.
- Ai sim sua danada!? Estás mortinha por jogar, estou a ver …
- Em pulgas… começas tu!
- Eu confesso que gostava de fazer um brinde contigo!
Ri-me tanto!
- Isso é tosco da tua parte! Até parece que é algo muito difícil de concretizar para não o poderes ter feito já! Tens que ir com mais afinco às questões.
- Ai sim ? – e joga-me aquele olhar sedutor.
Sussurra-me ao ouvido.
- Tens alguma ideia a partilhar?
- Tens algo mais a confessar? – sobreponho.
Agarro-lhe na mão e digo-lhe:
- Vamos lá! Vamos para dentro da estação que já esta a fazer muito frio e não tarda nem o teu casaco é o suficiente.
- E eu não posso ser suficiente?
Esbocei-lhe apenas um sorriso e puxei-o uma vez mais. Ele acedeu à minha vontade. Caminhamos com o seu braço sobre os meus ombros enquanto nos ríamos e ele puxava a minha face à sua boca. Parecia estar agora numa fase muito mais sensitiva…
- Tens 50 cêntimos ? - pergunto-lhe - Preciso para ir à casa de banho. Só tenho 5 euros na carteira e com isto não consigo desbloquear a trave.
Deixo que se aproxime de mim com a moeda para ma entregar. Assim que se chega perto, certifico-me de que não temos ninguém à volta e trago-o comigo para dentro.
- Sem dúvida o dia está a ser muito diferente do esperado ou não?- pergunta-me.
- Queres ir embora agora?
- Nem nunca!
- Eu confesso que estou extasiada para que me comas neste WC.
Ele olha-me com muito vigor. Não esperava esta deixa da minha parte. A sua feição muda. Fica sério, não chateado, apenas senti que toda a sua tesão lhe subiu e que de repente tinha toda e mais alguma vontade de me pegar e agarrar com toda a gana que sentia e assim fez.
Agarra-me nas ancas e puxa-me contra si completamente. Agarra-me pela nuca e beija-me como um louco. Dança comigo em movimentos de vai vem como se fizéssemos sexo mesmo sob as roupas. Sinto que começa a ofegar e sinto que é o momento de puxar um pouco mais por ele.
Começo a sussurrar-lhe ao ouvido:
- Não imaginas como estou molhada e louca para te sentir duro e tão fundo dentro de mim.
Ele revolta-se! Agarra-me nas pernas e sem nunca me largar coloca-me com os pés em cima da sanita, baixa-me as calças sem qualquer aviso e torna a agarrar-me e a jogar-me contra a parede e contra si. As suas investidas são cada vez mais fortes e estou cada vez mais a ponto de implorar que me penetre. A forma louca como me beija, me morde os lábios, a pele, me come o pescoço deixam-me cada vez mais fora de mim e sem ar.
Não quero esperar mais nem um minuto!
- Por favor, vem… - rogo-lhe.
Ele beija-me enquanto tira o seu pénis para fora.
- Mostra-me quão louca estás!
- Será um prazer! - respondo.
Sento-o novamente monto aquele pénis tão grosso e tão grande tanto quanto a minha loucura me permitem. Não consigo parar. Todos os seus gestos, gemidos e ânsias me levavam a querer demasiado tudo o que estava a acontecer e eu não conseguia parar, nem por um segundo. Nem por um segundo senti as pernas bambas, nada.
Queria apenas continuar sentindo aquelas veias dentro da minha vagina, aquele roçar nas minhas paredes, aquele som, aquela era a melodia perfeita para aquele momento. Os nossos corpos colados um no outro. Ele tentava controlar-me, erguendo as minhas costas pela forma como puxava o meu cabelo. Tudo muito louco naquele momento. Ofereci-lhe ainda a minha vagina na sua boca. Queria sentir aquela boca louca ali mesmo. Mexia as minhas ancas sem parar, tal como a sua ânsia já não lhe permitia focar-se apenas ali.
Pega-me assim mesmo e mete-me de quatro.
- Agora vou-te comer da maneira mais tradicional, mas que eu tenho a certeza que tu adoras!
- E não te enganas…
Dito isto penetra-me numa estocada só e sempre sem parar! Fode-me muito, muito, muito, tal como lhe pedi que o fizesse.
- Fode-me toda, por favor, não pares! Fode-me! Fode-me mais…
E ele assiste!
Peço-lhe que me coma também por trás e ele não vacila. Penetra-me o rabo ao mesmo tempo que me coloca os dedos na vagina e roça a mão no meu clitóris.
Não tardamos a culminar os nossos orgasmos.
Sento-me sobre si e olhamos nos olhos um do outro.
- Tu és linda! - diz-me. - Tens essa doçura e essa loucura que eu quero conhecer mais todos os dias.
- Então vamos! Amanhã é mais um dia.
Sorri-me.
Nessa noite, convidei-o a ficar em minha casa. Tivemos outras coisas mais a confessar um ao outro!
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...