10 Abril, 2025 Ironias carnais
A tesão era gigante, ao contrário da altura...
Foi um caso gritante
Que acabou em fartura
A tesão era gigante
Ao contrário da altura
Bela era “girafa”
Zé tinha metro e meio
Nem todo esticado
Lhe beliscava o seio
Muito ele pediu
Nunca ela lhe deu
Não se rebaixava
A foder com um pigmeu
E assim se resignou
O pobre quase louco
Pois ele para Bela
De homem tinha pouco
Verdadeiro caso perdido
Irremediável desatino
Fado irredutível
Fatal como o destino
Até àquele dia
Na praia de Loulé
Em que Bela foi a banhos
E lá avistou o Zé
Mediu-o à distância
Mais baixo que a maré
Até se aproximar
E descobrir que era um tripé!
Bela arregalou-se
Que monumento ele escondia!
Saltava-lhe da tanga
A cabeça até luzia!
Quem iria pensar
Que o meia-leca do Zé
Encolhia nas calças
Cinquenta centímetros de pé?!
Logo de repente
Se foi o preconceito
Bela arreganhou o dente
E pôs o cu a jeito
E o Zé foi sem alarde
À racha escancarada
Só enfiou metade
Mas duplicou-lhe a entrada
Reconheceu espantada Bela
Ter vivido no marasmo
Bastaram três estocadas
Para lhe chegar o orgasmo!
A terra tremeu toda
Viu estrelas passar
Se aquilo era uma foda
Andou anos a anhar!
Só que o grande Zé
Tinha mais planos para ela
Meteu-lho pelo cu
Até lhe sair pelas goelas
E aí foi-se o colírio
Ultrapassou o prazer
Irrompeu em delírio
E julgou enlouquecer
Espantou-se aturdido
O Zé tão bem dotado
Bela só gritava
Cheia de dores no rabo
Assim acabou tudo
Bela deu-lhe com os pés
Que saudade agora tinha
Do seu primeiro Zé...
Esse não a matava
Nem de gozo nem tesão
Simplesmente a amava
Como numa canção
Não foi pela dor d’alma
Mas pela dor dos dois canais
Nunca mais se atreveria
A fazer como os animais
Pagou o triste preço
Das ironias carnais
Afinal, o Zé pequeno
Revelou-se homem a mais!
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com