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06 Marzo, 2025 As dualidades de Emília

Por um lado era carente e tinha prisão de ventre...

ASarilhos As dualidades de Emília 0 capa

Emília era um retrato
Da dualidade humana
O destino era madrasto
Semana após semana

ASarilhos As dualidades de Emília 1

Por um lado era carente
Ninguém a fornicava
E tinha prisão de ventre
Comia e não cagava...

ASarilhos As dualidades de Emília 2

Um mal nunca vem só
Pensava a desgraçada
Com o cu feito num nó
E a cona esfomeada

ASarilhos As dualidades de Emília 3

Olhava-se ao espelho
De coração vazio
E bem esforçava a peida
Mas nada no bacio

ASarilhos As dualidades de Emília 4

Não suportava a dor
Não se sentia mulher
Não lhe valia o vibrador
E muito menos o clister

ASarilhos As dualidades de Emília 5

Vivia na tortura
Sem eira nem beira
Ansiava pila dura
Desejava caganeira

ASarilhos As dualidades de Emília 6

Sentou-se na sanita
Pensou acabar com tudo
Calar a cona aflita
Vedar o ânus mudo

ASarilhos As dualidades de Emília 7

Felizmente, nessa altura,
Apareceu um senhor do prédio
Salvou-a da amargura
Ofereceu-lhe bom remédio

ASarilhos As dualidades de Emília 8

Pregou-lhe uma tal foda
Que cagou chispas do rabo
Quanto mais ela cagava
Mais ele espetava o nabo

ASarilhos As dualidades de Emília 9

Libertou-se assim Emília
Dos seus sujos dilemas
Bastou uma só pila
Para resolver dois problemas

ASarilhos As dualidades de Emília 10

Chorou de felicidade
Vítima de bons tratos
Com uma só chave
Limpou os dois buracos

ASarilhos As dualidades de Emília 11

Assim deixou contado
O curativo do seu desgosto:

ASarilhos As dualidades de Emília 12

Entrou-lhe por um lado...
Saiu-lhe pelo outro!

ASarilhos As dualidades de Emília 13

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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