06 Marzo, 2025 As dualidades de Emília
Por um lado era carente e tinha prisão de ventre...
Emília era um retrato
Da dualidade humana
O destino era madrasto
Semana após semana
Por um lado era carente
Ninguém a fornicava
E tinha prisão de ventre
Comia e não cagava...
Um mal nunca vem só
Pensava a desgraçada
Com o cu feito num nó
E a cona esfomeada
Olhava-se ao espelho
De coração vazio
E bem esforçava a peida
Mas nada no bacio
Não suportava a dor
Não se sentia mulher
Não lhe valia o vibrador
E muito menos o clister
Vivia na tortura
Sem eira nem beira
Ansiava pila dura
Desejava caganeira
Sentou-se na sanita
Pensou acabar com tudo
Calar a cona aflita
Vedar o ânus mudo
Felizmente, nessa altura,
Apareceu um senhor do prédio
Salvou-a da amargura
Ofereceu-lhe bom remédio
Pregou-lhe uma tal foda
Que cagou chispas do rabo
Quanto mais ela cagava
Mais ele espetava o nabo
Libertou-se assim Emília
Dos seus sujos dilemas
Bastou uma só pila
Para resolver dois problemas
Chorou de felicidade
Vítima de bons tratos
Com uma só chave
Limpou os dois buracos
Assim deixou contado
O curativo do seu desgosto:
Entrou-lhe por um lado...
Saiu-lhe pelo outro!
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com