21 Abril, 2022 A História de João e Maria...
... Ou "como curar a dor de corno"...
João e Maria eram amigos de longa data
Ele muito conservador, ela muito beata
partilhavam em comum a traição barata
duma esposa infiel e de um marido psicopata
Divorciados, desolados, feridos no orgulho
embarcaram juntos num cruzeiro até às ilhas
Queriam ambos esquecer a dor de corno
carpir as mágoas como manda a sapatilha
Contudo, um erro da agência de viagens
deixava um deles órfão de nirvana:
tiveram que ficar no mesmo quarto
obrigados a dormir na mesma cama!
De manhã ela fez nudismo no convés
De tarde ele lavou os olhos na amurada
À noite encontraram-se nervosos
na contingência de disputar a almofada
Chegaram enfim a um consenso
e deitaram-se cada um para seu lado
Mas o sono não lhes apaziguou o momento
que em si mesmo não lembrava ao diabo
Era como um sonho cativante e enevoado
ela de chemise, ele de pijaminha listado
Os dois muito carentes e avisados
do pecado que morava mesmo ao lado
Sem mais suspiros, tomou ela a iniciativa
agarrando-lhe o palpitante nabo pela raiz
Ele pôs-lhe a mão no meio das pernas
e a partir daí fez dela o que quis
Virou-a pela ilharga e baixou-lhe as culotes
acariciou-lhes nádegas e festejou o fartote
E ali mesmo, esgazeado com o cheiro forte
enterrou-lhe a picha directa no rabiosque!
Maria gemeu como uma sereia no cio
sentindo o grosso talo abrir-lhe o cu macio
Penetrou tão fundo que ela desaguou como um rio
e chegou mesmo a precisar de ir ao bacio
Passaram o resto do cruzeiro na camarata
ela doida com o pau, ele maluco pela rata
E assim vingaram as agruras do casamento
com orgasmos múltiplos e muito sentimento…
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com