14 Abril, 2022 Foda Imobiliária
Eu andava há várias semanas à procura de casa, sem encontrar nada que me agradasse...
Gosto de ser pontual e cheguei à hora certa ao encontro que tínhamos marcado de manhã, pelo telefone. A conversa não tinha corrido especialmente bem, pois a mulher que me atendeu parecia estar mais preocupada com outras coisas do que propriamente em falar comigo.
– Diga, diga, não se preocupe, eu sou multitasking – disse-me, e eu arrepiei-me logo, como acontece sempre que alguém me diz isso.
Quem faz muitas coisas ao mesmo tempo arrisca-se, na maior parte das vezes, a não fazer nenhuma bem...
Mas eu andava há várias semanas à procura de casa, sem encontrar nada que me agradasse. Entretanto, continuava a partilhar o mesmo tecto com a minha ex-mulher, situação cada vez mais insustentável. Nem ela tinha liberdade nem eu, e a gota de água aconteceu quando ela levou um namorado para o quarto enquanto eu via televisão na sala. Podemos odiar a pessoa que um dia amámos a ponto de casar com ela, mas custa sempre ouvi-la foder com outro, mesmo que esse amor já não exista.
De maneira que relevei as más sensações com a senhora da imobiliária e decidi, contra os meus instintos, marcar um encontro na mesma, até porque o espaço era ideal para mim e o preço estava dentro do meu orçamento.
Cheguei uns minutos antes, pois gosto de ser pontual e, antes de tocar à campainha, quis puxar do cigarro da ordem. Foi quando me lembrei que se tinham acabado. Entrei na primeira loja de conveniência, logo ao lado do prédio, e coloquei-me na fila para a caixa, onde se encontravam os produtos de tabacaria.
Mais uma vez, senti que o destino podia estar a enviar-me um sinal. Quando estava quase na minha vez, a mulher que se encontrava à minha frente e que eu já tinha notado estar bastante nervosa, pois olhava constantemente à sua volta e tinha as mãos a tremer, deixou cair a mala, despedindo do seu interior uma série de objectos que se espalharam por todo o lado.
Ainda mais nervosa, a senhora baixou-se para apanhar os seus pertences, mas estes pareciam insistir em escapar-lhe das mãos, piorando ainda mais a embaraçosa situação. Um daqueles espetáculos que ninguém quer ver e que suscitam inevitavelmente vergonha alheia às testemunhas.
Impaciente, a ver o tempo passar e com hora marcada, eu que faço sempre questão de ser pontual, hesitei em passar-lhe à frente e comprar os cigarros ou ajudá-la. Acabou por vencer o meu lado de bom samaritano... No entanto, quando me agachei para começar a apanhar alguns dos objectos do chão, ela olhou-me com tal ferocidade, diria até com certa demência, que imediatamente me pus de pé e voltei estático para o meu lugar.
Decididamente, não estava a ser um bom dia, pensei. Seria o universo a dizer-me para não perder o meu tempo com a ilusão de que era ali que ia resolver o meu problema da casa? Quando as coisas não começam bem, raramente acabam bem…
Mas admiti logo a seguir que o dia daquela mulher estava a ser ainda pior que o meu, e isso devolveu-me alguma tranquilidade. Mais ainda quando, ao agachar-se, a saia lhe subiu um pouco pela perna grossa e pude ver-lhe por momentos um bocado das cuecas, do rabo... e da cona!
Devia usar cuecas muito justas, ou era talvez da posição, mas vi-lhe distintamente o elástico metido na racha e o lábio direito da cona, com apenas um punhadinho de pintelhos negros e curtos, pois a parte revelada era próxima da gruta.
Aquilo arrebitou-me logo mas não me atrevi a fazer nada. A sua resposta à minha aproximação não tinha sido propriamente amigável...
Portanto, esperei até que finalmente ela arrumasse tudo na mala e pagasse o papel higiénico, que era a sua única compra, e vi-a abalar esbaforida, quase em passo de corrida, até desaparecer pela porta da loja. Só então avancei para a caixa.
Fumei à pressa, pois faltava um minuto para a hora marcada e eu gosto de ser pontual. Então subi no elevador até ao quarto andar e toquei à campainha. Eram três em ponto. Esperei uns 30 segundos e nada. Voltei a tocar, esperei e nada.
Passados cinco minutos de tentativas, estava a começar a sentir-me estúpido, e já convencido de que nunca deveria ter ido ali, como avisavam todos os meus instintos, preparava-me para apanhar o elevador para baixo quando a porta se abriu.
– Faz favor.
Virei-me e, para minha grande surpresa, percebi que era a mulher da loja!
Tirando o pequeno instante em que ela me tinha olhado nos olhos, quando a tentava ajudar, não a tinha visto de frente. Tinha estado sempre atrás dela na fila e, preocupado com os meus assuntos, nem sequer me dera ao trabalho de a apreciar.
Agora via o que não tinha visto. Era uma mulher atraente, bonita de cara, de uma maneira regular, não surpreendente, mas bastante desejável, loura de cabelos meio encaracolados, corpo massudo, baixo, mas ainda assim elegante, e vestia um conjunto saia-casaco cinzento, com uma camisa branca, tipicamente corporate. Ao pescoço ostentava uma daquelas fitinhas com as cores da empresa que representava e na bainha do bolso da camisa tinha um pequeno dístico com o seu nome: Bárbara. Assim, apenas o nome próprio, sem apelido.
Não usava nenhum desses adereços quando esteve na loja, mas essa não era a maior diferença que lhe notava: estava agora absolutamente calma, relaxada, quase dengosa!
Outro sinal particular é que tinha o pescoço ligeiramente transpirado, e viam-se sob as mangas do casaco, na zona dos sovacos, duas pronunciadas manchas escuras. Não eram apenas as manchas, mas o cheiro que exalava delas. Um composto entre perfume e suor. Como se o cosmético com que ela tivesse tentado disfarçar as transpirações não fosse suficiente para as anular. Parecia até um suor de espécie carnal. Era isso! Ela cheirava, grosso modo, a uma mistura de desodorizante e sexo!
Despertou imediatamente a minha animalidade.
Quando ela fez sinal para eu entrar e vi, em cima da mesa da sala, uma embalagem de 4 rolos de papel higiénico aberta, faltando um dos rolos, foi impossível não somar dois mais dois.
Por um breve instante, ainda pensei que tinha estado a aliviar a tripa. Que fosse esse o seu nervosismo na loja, uma urgência gastrointestinal a precisar de alívio rápido...
Teria explicado tudo, a pressa, o nervosismo, o comportamento antissocial. Mas o cheiro denunciava-a... Ela era forte, espessa, logo, naturalmente odorífera, e aquilo não era aroma de raspa de cocó, era definitivamente cona!
A senhora tinha estado, pois, a masturbar-se na casa que me ia mostrar. Por isso demorara a abrir a porta. Por isso estava tão nervosa na loja. Sabia o que queria fazer e tinha pressa em fazê-lo. Em satisfazer-se. Ela não era demente, estava só com uma tesão bárbara!
A calma toda que agora aparentava, em contraste com o aceleramento anterior, sugeria que tinha tirado as urgências do sistema. Um bom orgasmo faz isso. Lembrei-me então do que tinha visto há minutos, do elástico das cuecas enfiado na racha, do lábio brilhante e penugento. Agora reparava como estava já suadinho, já em modo lúbrico e lubrificado. Estava húmida de delírio.
Escusado será dizer que fiquei, também eu, com uma tesão descomunal! A partir daí deixei de pensar...
Vi, como um mero espectador, como a minha mão se dirigiu a ela por baixo da saia e se anichou, abrupta, no meio das suas pernas. Tinha um tufo de pêlos considerável e senti que acariciava uma pele de animalzinho felpudo.
Vi depois, em câmara lenta, como num micro segundo reactivo a sua mão se ergueu até ao alto e viajou geometricamente na direcção da minha cara.
Senti então, como se acordasse para a realidade, um fervor de dor na face esquerda. Bárbara esbofeteara-me com a mão direita.
Ouvi a voz dela como um eco de ecos, pois ainda sentia a cabeça a girar:
– Como se atreve, quem pensa que é?!
– Desculpe, não sei o que estava a pensar… – gaguejei, também em ecos.
– Eu sei!
Ela sabia.
Eu também...
– Peço desculpa, é que… é que cheiras tão bem… cheiras a sexo!
Mal o disse, a minha mão rebelde foi outra vez meter-se em sarilhos. Acompanhei encaixando a minha boca no pescoço dela e começando a lambê-lo de alto a baixo. Desta vez, assim que a agarrei pelo papo, confortei-lhe a racha com o dedo do meio. Mesmo sobre as cuecas, a excitação era evidente, estava toda molhada.
– Eu sei o que estiveste a fazer… Quero ajudar...
Todo eu era altruísmo. Se ela me pedisse para salvar as baleias em troca de lhe chupar o grelo, tinha-o feito na hora. Mas não pediu, nem isso nem mais nada, e continuei a escarafunchar, sem que agora ela protestasse ou reagisse aos meus avanços doutra forma que não fosse fechar os olhos, suspirar e deixar-se levar...
No fim das contas, acabei por agradecer aos meus instintos, pedindo-lhes imensa desculpa por alguma vez ter duvidado deles.
Já com a implícita permissão de Bárbara, que gemia em concordância, enfiei-lhe a mão dentro das cuecas e continuei a massajá-la, mas agora sem elásticos ou tecidos pelo meio. Tinha uma racha macia, esponjosa, de lábios líquidos e fartos. Estava alagada de seiva, com os pintelhos humedecidos na raiz. Os cheiros, os sons, os sumos, os gestos que se libertavam dela, eram todos eles deliciosos, o esboço de uma genuína floresta tropical.
Durante um bom bocado chupei e mordi-lhe os mamilos por cima da camisa, o que a deixou desvairada. Depois cheirei-lhe os sovacos profundamente e, sem esperar tamanha intensidade odorífera, ia tendo um orgasmo logo ali. Parecia que estava bêbado!
Depois de nos apalparmos e desarranjarmos todos um ao outro, pus-lhe atenciosamente a mão na cabeça e fi-la baixar-se à minha frente. Percebeu imediatamente o que eu queria. Baixou-me as calças e as cuecas e enfiou o pau erecto na boca, começando imediatamente a sorver e a chupar. Mamava até ao fundo, até o queixo me bater nos tomates.
Quando senti o caralho quente na sua boca, a língua a trabalhar a glande como se saboreasse um corneto artesanal, e depois a entrar no túnel profundo, de águas aquecidas, que levava à garganta funda, senti vontade de uivar! Foda-se, a mulher sabia fazer broche!
A verdade é que eu estava tremendamente excitado e temia que a experiência não fosse durar muito porque, no estado em que estava, qualquer coisa que ela fizesse ia dar-me uma vontade absoluta de me vir!
Não sei como, mas lá me consegui aguentar até levantá-la, virá-la contra a mesa de jantar e meter-lho na cona, por trás. Primeiro escancarei-lhe bem as nalgas, até lhe abrir o olho do cu; quando este já via a luz agarrei-a pelos ombros e, com as mamas a balançar, bombei intensa e ritmadamente durante, talvez, uns três minutos.
Não sei se foi por nunca ter baixado o ritmo mas, pelo contrário, até o ter aumentado à medida que me sentia aproximar do final, quando percebi que o meu orgasmo estava a chegar, começou-se ela a vir!
Que uma mulher se viesse assim, tão rapidamente, só corroborava a teoria de que ela estivera a masturbar-se antes de eu chegar. A minha boleia já a apanhara a meio da viagem...
Entusiasmado com o efeito que acabara de provocar, fui com mais força ainda, quase loucamente, enquanto ela saracoteava o rabo, sem saber se havia de fugir ou ajeitar-se mais para receber as minhas estocadas. Depois, subitamente, ainda a vir-se, ainda a tremer toda como se estivesse cheia de electricidade, fugiu finalmente com o rabo e agarrou-se às minhas pernas, com uns olhos de gozo e de súplica.
– Não te venhas dentro! – pediu.
Fiquei com o caralho na mão, sem saber o que fazer. Em dois segundos ia esporrar-me todo para a cara dela. Mas ela percebeu e, muito a tempo, abocanhou-me novamente, no exacto momento em que começava a ejacular. Deixei-lhe lá tudo.
Involuntariamente, Bárbara acabou por engolir uma parte do espólio leitoso, que lhe foi directamente para a garganta sem passar pela casa de partida. Mas depois posicionou-me o malho de forma a acabar de o espremer no regaço sinuoso da sua bochecha esquerda, onde me esporrei então livremente até lhe começar a sair espuma pela boca.
Quando finalmente acabei, o que levou um bocado, levantou-se e foi cuspir para a sanita. Voltou a esfregar os lábios com umas folhas de papel higiénico e com a cara avermelhada e satisfeita. Deu-me também umas folhas de papel para que eu me limpasse e ficou a ver-me, divertida, enquando eu secava o bezunto do tarolo.
Foi o que se pode chamar uma bela foda, rápida mas que nos levou a ambos ao desejado final feliz.
A minha opinião sobre o sector imobiliário mudou bastante, para melhor, desde esse dia em que, contra o meu próprio instinto, marquei encontro com a senhora do papel higiénico. Depois disso até podia pensar-se que ela me daria facilidades para fecharmos negócio. Mas não aconteceu e nunca mais nos vimos.
Menos mal que arranjei casa no dia seguinte, mostrada por um senhor pouco atraente, que fez questão de chegar a horas...
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com