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24 junho, 2021 Uma paixão adolescente

A primeira vez que vi o sexo de um homem era muito nova.

A minha mãe fazia serviços ocasionais na grande Casa do Vale e por vezes levava-me com ela. Ajudava-a a recolher a roupa dos estendais mas aborrecia-me com muita facilidade e preferia deambular pelos inúmeros quartos e corredores do casarão. Por ser pouco maior que uma criança e filha duma serviçal, ninguém me dava especial atenção e gozava de grande liberdade.

Uma paixão adolescente

Então, numa tarde, durante uma das minhas peregrinações exploratórias, vi-o. Um homem, que mais tarde vim a saber ser o senhor Lobo, o grande patrão de tudo o que os olhos conseguiam alcançar e a imaginação conseguia produzir, tinha as calças em baixo e acariciava uma grande haste erecta que emergia do meio das suas pernas.

Fiquei imediatamente fascinada e durante anos a imagem conservou-se viva na minha mente. Aquele membro grosso, escuro, com duas grandes bolas em baixo aparecia-me em sonhos, estivesse a dormir ou acordada.

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O senhor Lobo não estava sozinho naquela circunstância. À sua frente estava uma jovem criada, de olhos claros, muito abertos. Não conseguia dizer se estava surpreendida ou, também ela, hipnotizada pela visão daquele cacete, que o senhor Lobo agarrava em concha na sua mão, com a qual ia simulando um movimento contínuo de vai e vem. Foi nessa altura que se virou e olhou para mim!

Senti-me assustada, chocada e apanhada. Esperava um correctivo da sua parte. Mas, em vez disso, limitou-se a sorrir-me. Não parecia surpreso nem incomodado pela minha presença, apenas, talvez, divertido. Confesso que foi esse sorriso que me fez apaixonar por ele.

O senhor Lobo aproximou-se da rapariga, que instintivamente tentou recuar até uma parede lhe cortar o caminho da fuga. Assim dominada, sem ter como escapar, não esboçou qualquer reacção quando o senhor Lobo lhe meteu a mão entre as pernas, por debaixo da saia, e começou a massajá-la em baixo.

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Quando a rapariga começou a gemer, ele baixou-lhe mesmo as cuecas e avançou para ela. Vi como enfiou o grande membro no buraco peludo da rapariga, que se abriu como por magia para o fazer desaparecer dentro de si, e ficou durante mais de um minuto a investir sobre ela, para a frente e para trás, até dar um enorme urro e as suas nádegas se retesarem.

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Então, recuou muito apressadamente e jactos de um líquido branco começaram a alvejar a barriga, as pernas, a roupa e, por fim, a própria cara da criada. Era nojento e fascinante ao mesmo tempo...

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O estranho ritual acabou sem mais ligação entre os protagonistas. Não houve segredos, promessas, beijos ou mais carícias. Ele limitou-se a dizer-lhe:

- Vá, vai-te lavar que daqui a pouco são horas de servir o jantar.
- Sim, senhor Lobo.

E a rapariga, depois de apanhar as cuequinhas do chão, correu agilmente para fora de cena. Foi quando o senhor Lobo se deve ter lembrado de mim e começou a olhar em redor, mas dessa vez consegui esconder-me antes que ele me visse. No entanto, de alguma forma ele sabia que eu continuava ali, a observar, e disse para o ar:

- Não te esqueças de, quando fores mais crescidinha, vires visitar o senhor Lobo. O senhor Lobo gosta muito de ti.

E eu gostava muito dele.

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Alguns anos depois, já me encontrava a estudar na faculdade, tinha vindo a casa quando a minha mãe foi chamada de urgência à Casa do Vale. Os Lobos preparavam uma grande festa, com muitos convidados, e era preciso mudar e lavar os lençóis das dezenas de quartos de hóspedes. Por nostalgia, ofereci-me para regressar à grande casa, onde passara tantas tardes da minha juventude, e ajudar a minha mãe .

O aspecto geral da propriedade pouco tinha mudado e alguns sinais de deterioração até faziam admitir que a ilustre casa dos Lobos já não tinha o vigor doutros tempos. Isso foi, no entanto, desmentido quando os carros, todos eles topo de gama, começaram a chegar com os seus ilustres convidados, belos homens e mulheres magnificamente vestidos nos seus trajes de gala. Fiquei absolutamente deslumbrada com aquela visão de opulência e prestígio e admirava-os, excitada, quando uma voz me surpreendeu:

- Os meus olhos já não são o que eram mas seria capaz de reconhecer-te em qualquer lado. És a filha da Renata, certo?

Era o senhor Lobo. Estava mais velho, mas não se poderia chamar ainda um idoso. E mantinha todo o charme de que me lembrava e com o qual sonhara durante tantos anos na minha paixão de adolescência.

- Como está, senhor Lobo? Gosto em vê-lo.
- O gosto é todo meu, acredita. Dá-me muita felicidade rever-te e ver como te transformaste numa menina tão linda.

O elogio deixou-me acanhada mas ao mesmo tempo excitou-me, pois este era o homem por quem estivera apaixonada durante tanto tempo.

- É preciso celebrar este nosso reencontro - disse ele. - Faço questão de que estejas presente na festa hoje à noite!

Escusado será dizer que fiquei extasiada! Passara a minha infância a assistir de longe aos grandes saraus da Casa do Vale, bailes imensos que costumavam durar até de manhã, e com cartas de convidados que iam dos políticos em destaque até aos desportistas mais populares do momento, passando, claro, por artistas de cinema e outros distintos colunáveis. Estar presente como convidada entre estrelas cintilantes, num círculo tão restrito, era um sonho tornado realidade.

E em nada me desiludiu a experiência, bem antes pelo contrário. Contrariando as opiniões da minha mãe, que não gostava da ideia de mim sozinha entre lobos famintos que bem conhecia, vesti-me a preceito e compareci mesmo ao serão, para o qual fora oficialmente convidada. E mal cheguei percebi que não iria arrepender-me. Tudo era luxuoso, excêntrico, deslumbrante… Sentia-me um peixe fora de água, mas a amar cada partícula de oxigénio que os meus pulmões eram capazes de recolher.

Até que, a meio da noite, aconteceu o que tinha que acontecer.

Eu tinha-me deslocado a um dos lavabos e quando vinha no caminho de regresso para o salão, ouvi de novo a voz do senhor Lobo. Pensei logo que poderia ter-me seguido.

- A última vez que estivemos aqui éramos os dois um bocadinho mais novos… Mas ainda me lembro como foi divertido. Lembras-te?

Olhei à minha volta e reconheci a área onde tinha flagrado, havia talvez uns 8 anos, o senhor Lobo a foder a empregada.

- Na altura mal percebi o que se passou… - confessei, sorrindo, ainda meio envergonhada com o meu pudor da altura.
- Imagino que sim. Eras muito nova. Mas agora já sabes o que é, não sabes?
- Sim, sei o que é.

E ri-me de novo, desta vez com algum nervosismo.

Não posso dizer que foi uma surpresa o que se passou a seguir. Previ-o, imaginei-o, desejei-o durante muito tempo… E agora, por fim, era real.

O senhor Lobo desapertou o cinto, deixou que as calças caíssem sozinhas e baixou as cuecas. E ali estava de novo, imponente, muito grosso e escuro, perfeitamente erecto, o caralho que eu tão bem conhecia, o primeiro que vira em toda a minha vida!

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Tive uma sensação que parecia deja vu, mas na realidade não era. Era apenas a repetição de uma cena passada há muito tempo atrás. A diferença era que, desta vez, a jovem indefesa a quem aquele cacete era direcionado não era uma criadita qualquer. O Lobo era o mesmo, mas agora a sua presa... era eu!

Sempre a olhar para mim, o senhor Lobo acariciava-se com a mão, num movimento de vai e vem, nitidamente orgulhoso por possuir um mastro tão proeminente. Gotas de líquido transparente já se haviam formado na cabeça da picha, fazendo-a luzir.

- Gostas do meu caralho?
- É igualzinho ao que recordava.
- Também fiquei a pensar em ti desde aquele dia. Sabia que um dia nos voltaríamos a encontrar.
- Sabia?
- Sim. Sabia que um dia nos voltaríamos a encontrar no local do crime, para escrevermos o segundo capítulo da nossa história.

Riu-se, muito satisfeito, e eu ri-me com ele. E, de repente, percebi que já não era uma menina, que já não era a invisível inocente que nem sequer sabia pronunciar as palavras para definir o que tinha visto, quanto mais entender vagamente o que significavam.

E percebi, com um estremecimento que não consegui controlar, que as coisas agora já não eram a brincar. Eu já não era uma testemunha indefesa de um acto sórdido. Não, agora era sério, e eu era a actriz principal.

O senhor Lobo fez questão de me fazer aperceber disso quando, bruscamente, abandonou o seu tom cortês e a sua simpatia se tornou uma voz de comando:

- Anda aqui!

Obedeci e, como a actriz que segue as marcações do palco, coloquei-me no sítio onde anos anos antes vira a pobre empregada a ser assediada e corrompida pela toda-poderosa figura patronal.

Não precisei que ele se aproximasse, encostei-me logo à parede, sabotando dessa maneira qualquer caminho de fuga que a minha mente pudesse congeminar. Ali, assim, não tinha por onde escapar, ficava à mercê dele - entregava-me voluntariamente ao sacrifício.

O senhor Lobo, claro, não se fez rogado. Chegou-se a mim e pôs uma das mãos debaixo da minha saia, chegando rapidamente ao meio das minhas pernas. Com a outra acariciava-me a face, os lábios, explorava a minha boca.

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Percorreu com um dedo, de alto a baixo, os relevos dos lábios da minha cona sobre as cuecas. Depois enfiou a mão lá dentro e esfregou-me toda com a palma da mão bem aberta. Já estava toda molhada quando ele meteu um dedo. Aí, não tive outro remédio senão avisá-lo:

- Senhor Lobo… Eu nunca fiz.

Isso espantou-o.

- Deveras? Nunca? É difícil acreditar, uma rapariga tão bela e desejável como tu... Não tens namorados?
- Alguns. Mas nunca chegámos até ao fim…
- Talvez tenha sido, então, o destino a conduzir-te de volta ao início de tudo.

Sem dizer mais nada, baixou-me as cuecas, colocou a cabeça entre as minhas pernas e começou a lamber-me as virilhas, a pintelheira, e por fim toda a área da vulva. Enquanto isso acariciava-me animalescamente o rabo e por mais de uma vez tentou forçar a ponta de um dedo no olho do meu cu.

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Estava terrivelmente excitada e sentia um líquido arrepiante a escorrer pelas minhas pernas. Nunca tinha sentido tanta tesão.

Finalmente, completamente aberta para ele, o senhor Lobo levantou-se e avançou para mim, colocou-se entre as minhas pernas e apontou a cabeça redonda do grande cacete às bordas da minha cona. Então, olhou-me nos olhos com um ar muito paternal e empurrou as ancas.

Senti-o entrar centímetro por centímetro. Senti-o rasgar-me como um pequeno bicho de seda rompe o seu casulo em busca da libertação, da vida.

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Senti-o todo dentro de mim, o seu corpo masculino, muito forte, a esmagar-me contra a parede, enquanto as suas mãos exploravam cada pedaço do meu corpo. Apalpava-me as mamas e, de quando em quando, apertava-me os mamilos com muita força.

Mais abaixo, conseguira abrir caminho aos seus intentos e enfiara um dedo inteiro dentro do meu ânus. Eu sentia-me nos limites do prazer, queria explodir com toda a força que tinha!

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A forma como tudo aconteceu, a realização do sonho tanto tempo desejado, permite-me dizer que tive um orgasmo na minha primeira vez. Um orgasmo muito forte que me deixou o corpo todo cheio de espasmos. Como um planeta acabado de explodir, queria que durasse para sempre.

Ele não se veio logo, guardou-se. E quando o fez não foi para cima da minha barriga, das minhas pernas ou da minha roupa. Então já me tinha feito ajoelhar à sua frente e enfiado toda a extensão do seu grande caralho dentro da minha boca.

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Senti os jactos quentes, cíclicos, disparar contra a minha garganta. Quase me engasguei mas deixei que tudo o que ele me dava descesse directamente para as minhas entranhas. Depois, limpou a glande aos meus lábios, como se fossem um guardanapo.

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O senhor Lobo fez-me levantar e beijou-me, mesmo estando a minha boca toda esporrada, e não sem antes voltar a libertar a sua mão no centro do meu prazer, masturbando-me com a tranquilidade de um sábio. Não o fazia com a intenção de me fazer vir outra vez, mas de manter o meu motor ligado, de manter-me num torpor de prazer sexual. Acabámos abraçados e com a noção de que tínhamos experienciado algo único na vida. Pelo menos, eu senti assim.

Depois do “contacto”, percebi que o meu fascínio pela grandiosidade da festa se tinha consumido – ou consumado. Lavei-me, ajeitei as roupas e saí sem me despedir de ninguém.

Nunca mais vi o senhor Lobo.

Nunca o esquecerei.

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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