03 junho, 2021 Branca das Neves e os Sete Manganões
Armando Sarilhos revisita os clássicos! Episódio dois...
ERA UMA VEZ um rei viúvo que vivia num reino distante com a sua filha, que se chamava Branca das Neves. A donzela, em idade pós-universitária, não se chamava assim por dar na branca mas por ser mesmo, mesmo pálida. Tão pálida que à vista desarmada parecia quase transparente e, quando se passeava pelos corredores do palácio, à frente dos guardas, via-se tudo, desde a inocência às bordas da racha.
O rei achava piada à leveza da sua sagacidade mas a verdade é que, descontando os momentos de paródia e intimidade com a filha, que mantinha virgem mas dentro de cujo cu amiúde adormecia, sentia-se muito só e ia muito ao Classificados X, à procura duma nova esposa tipo namoradinha que lhe conviesse. Porque, afinal, sempre rabinho, sempre rabinho, sempre cansa.
Depois de muitos test drives com as categorias mais populares do site – apreciou particularmente as secções “gordinha”, “peludíssima” e “out call” – deu com um currículo que lhe amaciou a azia e demais ardores de estômago:
Anamar Ota, 19 anos, novidade. Lisboa Queluz Massamá Cacém Sintra. Convívio desinibido, calminho e sem pressas – o rei era louco por redundâncias. Beijo grego e estacionamento acessível. Atrás adoro.
Afagou os bigodes, agradado. O rei não se importava que lhe beijassem o cu, conquanto tivesse estacionamento à porta. Estava quase convencido.
No entanto, quando olhou para a foto que acompanhava o portfólio e viu a candidata com o dedo na boquinha e um par de mamas de fazer inveja à Pamela Anderson, teve a certeza de que era a madrasta ideal. Fome a garotada não iria passar e ele mesmo haveria de lá ir matar o bicho.
À Branca das Neves também não desagradou a ideia de ter uma nova mãe, ainda por cima dotada de tal armação de tetas, que lhe inspiravam esperança, mas o idílio não haveria de durar muito tempo. Depois do casamento, sem nada que o fizesse prever, a nova rainha revelou-se uma “verdadeira puta”!
Não era só o mamar cada piça que encontrava perdida nos cómodos; ou manusear caralhos alheios com ou sem permissão dos proprietários – para ela o que pertencia ao reino era seu de direito; o pior mesmo era ter um feitio de cão! Fazia lembrar a professora que todos tivemos, que mal fodia e nunca se vinha. Toda ela era maus fígados.
Detestou a Branca das Neves assim que a viu, porque os seus olhos experientes de vida viram o que mais ninguém tinha visto ainda: Branca das Neves era, efectivamente, boa todos os dias, e a cada dia se tornava melhor e mais tentadora para os machos! Ou seja, constituía uma ameaça que era preciso manter debaixo de olho.
A rainha malvada tinha um espelho mágico, ao qual perguntava, todas as manhãs:
- Espelho meu, espelho meu, haverá puta mais puta do que eu?
E o espelho respondia sempre, e sempre com um tom de resignação:
- Não, minha rainha, és tu a mais puta. Ainda não se arranjou mais putéfia do que isto...
Até que uma manhã, o inesperado aconteceu... A rainha fez ao espelho a pergunta da praxe e em resposta ouviu:
- Há-que se tirar o chapéu à espécie de puta que tu conseguiste ser na vida. Quer-se dizer, foda-se, não me lembro de bardajisse onde não metesses a cona... És, verdadeiramente, o que se pode chamar uma puta do caralho! Mas... sabes que mais, minha malvada rainha? Agora há uma puta ainda mais puta do que tu!!
E riu descontroladamente, acabando em soluços e só por pouco não se estilhaçando a si mesmo.
Desvairada, a rainha exigiu saber quem era!
- Quem é essa devassa que se atreve a assaltar o meu reinado?!
- Ora, a Branca das Neves…!
A rainha sentiu as beiças da cona descaírem-lhe até aos joelhos... Aquela vaquinha! Ela sabia! Mas haveria de pagá-las!
Enraivecida, ordenou a um dos seus servos que levasse Branca das Neves até à floresta e a matasse, trazendo-lhe de volta o seu coração como prova.
Mas o servo teve pena da Branca das Neves e disse-lhe que se o deixasse comer-lhe a bilha, a deixaria fugir em direcção à floresta para nunca mais voltar ao reino.
Bem ensinada com estava, baixou logo as cuecas e ajeitou-se para o jovem pajem lhe enfiar a narça no cu, onde ele se esporrou em apenas alguns segundos.
A Branca das Neves, é preciso dizê-lo, não ficou particularmente impressionada com o serviço. “Já não se fazem pajens como antigamente”, pensou. Em defesa de ambos, ela não tinha como saber que o seu jovem salvador estava a estudar para sacristão e por isso tinha andado afastado das ovelhas.
Mesmo assim, para verem como era boa rapariga, a Branca das Neves agradeceu-lhe por lhe ter salvo a vida.
Já na floresta, a Branca das Neves conheceu alguns animais, os quais se tornaram rapidamente seus amigos íntimos e acabaram o que o aprendiz de pároco tinha começado. Juntos, desafiaram fronteiras em todos os sentidos disponíveis e imaginários dos seus corpos, tornando os sons da floresta num glorioso gemido colectivo que se espalhou pelo horizonte.
Quando lhe passou a moca da foda e os seus olhos se acostumaram de novo à luz, depois de terem passado alguns minutos na cavidade anal de um bicharoco qualquer de grande porte, Branca das Neves discerniu uma casa escondida na floresta.
Curiosa, limpou a meita que lhe secava as virilhas e os cantos da boca e bateu à porta da casa. Como ninguém respondeu e a porta não estava fechada à chave, entrou e bateu uma. Não há nada como uma boa punheta depois de foder.
Era uma casa com sete quartos, cada um com uma cama. Na sala havia sete cadeiras dispostas à volta de uma mesa enorme. Era tudo o que se encontrava na casa. Fosse quem fosse que lá morasse, não percebia nada de feng shui.
Também estava muito suja e desarrumada e Branca das Neves, que de sopeira tinha muito pouco, achou por bem abrir uma excepção e arrumá-la. Este apelo repentino tinha uma razão de ser: era, notoriamente, uma casa de homem. Aliás, de homens! Tudo estava impregnado de cheiro a homem! Aquela mistura de sovaco, pé e cu que, se formos a ver bem, é exactamente o concentrado que faz o cheiro a colhão.
Branca das Neves sentia as partículas desse cheiro entrarem-lhe pelos poros e só tinha vontade de se vir pelas pernas abaixo.
Cagou para as limpezas e bateu sete punhetas de seguida, uma em cada quarto, deixando em cada uma das sete camas a sagração marítima de sete orgasmos!
Depois disso, adormeceu. Tinha desbravado vários quilómetros de picha, real e fictícia, só naquela manhã.
E não é que, quando acordou, tinha ainda mais sete novos caralhos apontados ao semblante?!
Era a maior das surpresas: cada pila era mais grossa e mais comprida e mais roxa e mais cheia de veias que a anterior!
Com tanta excitação em seu redor, Branca das Neves rapidamente se apresentou:
- Eu sou a Branca das Neves! Quem quer foder?
E os sete Manganões, todos contentes por verem cona, eles que pensavam que o mundo era só rabo, também se apresentaram:
- Eu sou o Paredão Manganão.
- Eu sou o Luisão Manganão e este é o Carlão Manganão.
- Eu sou o Sabichão Manganão e estes são o Canastrão e o Armagedão Manganão.
- E eu sou o Rezingão! Somos os Manganões! - disse o último, que era o que tinha o cacete maior. Era uma mangueira! O Manganão pegava-lhe na mão e fazia-o dar saltos enquanto se babava na direcção da Branca das Neves, que nunca tinha visto um mostrengo daquela espécie.
- Vocês são arraçados de urso, não são? - perguntou ela, na sua inocência. - É que nunca vi pichas de tal magnitude. Ao pé da do papá, quando à noite ma mete na ratinha, vocês são verdadeiros gigantes! Seja como for, muito prazer em conhecê-los!
Os Manganões convidaram logo a Branca das Neves a viver com eles, em regime comunitário aberto e descentralizado, e ela aceitou. Os Manganões ficaram encarregues da loiça, já que eram sete como os dias da semana. E ela prometeu-lhes que tomaria bem conta da casa deles e, sobretudo, estaria sempre de buraquinho bem apertadinho e lubrificado quando eles se lembrassem de a montar.
Para assinalarem a nova vida, comeram-se ali mesmo, todos e uns aos outros, centrando, claro, atenções em Branca das Neves, que se viu várias vezes encavilhada ao mesmo tempo na boca, na cona e no cu. Os Manganões iam-se revezando e aguentavam uma eternidade e a encastrada Branca das Neves vinha-se para cima deles aos espirros enquanto a passavam nos braços uns dos outros.
Se este fosse o fim da história da Branca das Neves, tudo acabaria em bem, num grande orgasmo épico. Mas o problema das histórias de encantar, tal e qual a vida real, é que mais tarde ou mais cedo merda vai acontecer...
A rainha má, através do seu espelho mágico, descobriu que a Branca das Neves estava viva e que vivia na floresta com sete irmãos malfeitores, em tempos evadidos de uma empresa de contabilidade e entretanto tornados eremitas do bosque. Eram ainda hoje procurados pelas autoridades tributárias.
Furiosa, a rainha subiu logo os impostos, o que lhe deu um certo alívio mas não aquietou o seu espírito malévolo. Podia ter comprado um missil na internet, mas em vez disso vestiu-se de senhora muito velha e feia e foi ter com a Branca das Neves.
Debaixo do braço levava um cesto de maçãs, no qual tinha colocado uma maça vermelha que estava envenenada.
Quando finalmente apanhou a Branca das Neves, o que não era fácil dada a agenda sexual da jovem princesa, cumprimentou-a gentilmente e ofereceu-lhe a maçã que tinha veneno.
Branca das Neves nunca via maldade das pessoas, apenas em que posição seria melhor foder com elas. Por isso, nunca suspeitou da tramoia e mordeu a maçã cheia de volúpia e gratidão. Logo na primeira trinca, sentiu uma picada de dor no maxilar. Pensou que era de fazer tantos broches aos Manganões, mas logo de seguida caiu fulminada. Era como se estivesse morta!
A malvada rainha fugiu dando risadinhas abichanadas e, avisados pelos animais do bosque, os sete Manganões regressaram apressadamente a casa, com os respectivos caralhos a roçar pela urze, encontrando Branca das Neves esparramada no chão.
Depois de a foderem como se ela estivesse morta, o que sempre era uma variante das fodas de trazer por casa, os Manganões puseram a Branca das Neves de quatro e fizeram-lhe um clister. Foi remédio santo: a Branca das Neves começou a esguichar leite do cu, denunciando assim que estava viva!
Os Manganões saltaram de alegria e, para celebrarem o milagre, foderam-na de novo, um de cada vez, muito, muito lentamente. Demoraram mil e uma noites a despachá-la.
Finalmente, e porque a vida não pode ser só foder, só foder, só foder, a Branca das Neves levou os sete Manganões para o castelo, onde comeram carne com as mãos e as esfregaram aos aventais das fidalgas. Isto enquanto iam distribuindo malho erecto entre elas, as criadas as filhas.
Depois de assassinarem todos os nobres, padres e magistrados, incluindo o rei e a rainha malvada, instauraram um regime libertário e libertino, onde as pessoas eram convidadas a andar nuas pelas ruas e a comerem-se quando se encontravam, fosse lá onde fosse. Foram tempos magníficos... Escorria mel de cona e esporra pelas bermas da calçada.
E assim viveram, a Branca das Neves e os sete Manganões, numa união conjunta de facto, politicamente responsáveis e absolutamente degenerados, todos juntos no seu castelo, felizes e alheados para sempre...
FIM
PS: Para aqueles que se perguntam onde está o príncipe desta história, informamos que está há mais de quanto tempo a bater à porta do castelo mas, como está tudo com os copos, ninguém ainda deu por ele. Abram lá a porta ao homem, se fazem favor…
Armando Sarilhos
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Armando Sarilhos revisita os clássicos:
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com