18 março, 2022 O patrão e a empregada - Parte XII
O bacanal de Aurora...
Nada me tinha preparado para o que vi quando entrei na sala: Aurora esmagada entre dois homens, um que a fodia e outro que a sodomizava, enquanto vários outros, homens e mulheres, nus, eles de pau feito e elas de cona molhada, todos esfregando os respectivos sexos, aguardavam a sua vez. Nem sabia se estava acordado ou a dormir. A única coisa que consegui pensar foi que precisava urgentemente de um café…
Se uma imagem vale por mil palavras, um gesto vale por um milhão. Não há muito a dizer senão descrever a acção que se foi desenrolando diante dos meus olhos, sem que Aurora me tivesse dado qualquer aviso sobre o assunto.
Depois de me ter proposto a ideia, ela própria tinha, aparentemente, recuado. De tal forma que me esqueci completamente disso e pensava que Aurora também (se o mesmo aconteceu eventualmente ao leitor, recordo que a ideia era fazer um gangbang).
Na verdade, não só não desistiu como continuou a planear tudo à minha revelia, para que o efeito surpresa que eu pudesse vir a experimentar fosse ainda maior do que o dela. Este era o tipo de coisas que a minha amante era capaz de fazer por mim...
Ela mesma, como mais tarde me revelou, não soubera de nada (além do facto de que um dia iria acontecer) até ao momento em que bateram à porta, foi abrir e, acto contínuo, uma dezena de estranhos, quase maioritariamente homens mas também algumas mulheres, entrou no apartamento sem pedir licença.
Com todo o à vontade, como um grupo de amigos que entrasse no café, puseram-se imediatamente confortáveis, o que neste caso significava tirar a roupa.
Um grupinho foi então à cozinha e começou a preparar bebidas e acepipes. A turba restante “atacou-a” imediatamente, deixando-a sem palavras e sem outra reação que não fosse permitir que fizessem dela o que quisessem...
Quando, pela minha parte, acordei e entrei na cozinha, desejoso de tomar o meu café matinal e antecipando um broche de Aurora (o que muitas vezes redundava num belo capuccino), um homem dos seus 30 anos, todo nu, com um caralho enorme pendurado até meio da coxa, deu-me naturalmente os bons dias e ofereceu-me uma chávena.
O cheiro era intenso e perturbador, sem deixar de ser plenamente agradável. Parecia irreal como tudo o resto. Atarantado, sem saber bem se estava acordado ou tudo não passava de um sonho, aceitei.
– É o marido? – perguntou-me.
– Namorado... Amante… Sim, marido.
(Sim, marido, porque não?! Assim se semeiam as ideias...)
– A Aurora está na sala...
Olhei à volta e espantei-me com a inusitada informalidade com que os visitantes da minha cozinha conviviam entre si, falando alegremente como se estivessem na sala de espera de um consultório onde servissem barbecue.
Nada, além da nudez, indiciava um comportamento sexual no grupo, exceptuando duas mulheres à margem dos outros. Uma estava sentada numa cadeira e a outra, de joelhos no chão, fazia-lhe um minete bastante babado, enquanto esfregava vibrantemente a pintelheira.
A cona da receptora, rapada como se nunca tivesse visto um pintelho, brilhava de humidade e os seus lábios sussurravam murmúrios suaves e guturais que, somados ao contorcionismo das ancas, podia semear a dúvida se de facto estava a gostar ou a sentir algum tipo de dor.
Só elas pareciam focadas nessa corte lúbrica. De resto, toda a cena tinha a aparência de um inocente pequeno-almoço de nudistas...
– Obrigado – agradeci, e fui procurar a minha amante – a minha mulher!
Na sala o filme era bem diferente. Ali estava Aurora, a ser empalada pelos dois lados e a gemer sonoramente (sem nenhum tipo de dúvida acerca do que estava a sentir) enquanto era fodida e enrabada em simultâneo.
À volta, outros homens apreciavam o filme enquanto acariciavam os respectivos caralhos, de formas e tamanhos diversos mas todos eles comummente tesos. Esperavam a sua vez.
No ar espalhava-se já um cheiro ambiente a corpos suados e sexo.
Ao notar a minha presença, um dos homens aproximou-se e disse-me, com toda a gentileza:
– Queres que te chupe?
Só então dei conta que também eu estava nu e, como os demais, com o caralho teso.
Não tive tempo de responder pois, mal fez a pergunta, o desconhecido ajoelhou-se à minha frente e abocanhou-me o membro.
Nunca tinha sido chupado por um homem mas, no calor do momento, não senti qualquer tipo de repulsa. Apenas senti a sua língua, que me lambia a glande e sabia bem, e entreguei-me às sensações que me provocava.
E claro, não tirava os olhos de Aurora, que mudara de posição e continuava a levar com dois caralhos nos dois buracos mas acompanhava agora com um broche a um terceiro elemento.
Este devia ter pouco controle ou estava demasiado excitado, pois em poucos minutos, enquanto os outros dois continuavam a bombar energicamente, esporrou-se na boca da minha amada.
Aos pouco fui-me sentindo mais acordado e o mesmo deve ter acontecido aos outros visitantes, pois em breve estavam todos na sala, cafeínados, excitados e focados. Uns foram logo dedicar-se a Aurora, deixando-a a certo ponto à mercê de uma quíntupla-penetração: dois tarolos na boca, outros dois na cona e um no cu. Os que não arranjaram lugar encontraram rapidamente outros destinos.
Só havia três mulheres para além de Aurora, o que significava que cada uma delas recebia as atenções de vários homens. Outros, não conseguindo acesso a uma cona ou um cu feminil, não se fizeram rogados e começaram a comer-se entre eles.
Não garanto que fossem todos, pois não pensei nisso no momento, mas em retrospectiva acho que posso afirmar que a maioria dos intervenientes não fazia qualquer distinção entre macho e fêmea. Tocavam-se, exploravam-se, fodiam-se naturalmente uns aos outros, independentemente do género do parceiro que lhe calhava.
Era sexo, havia conas, havia bocas, havia cus e tudo o resto, ponto. Não interessava se tinha duas covas no rego ou se era lisa de peito. Aurora tinha dito desde o início que um plano destes só funcionaria com pessoas especiais. Começava agora a entender o que isso significava.
Por volta das 10 da manhã, a minha sala de estar era o palco de um pulsante bacanal à moda antiga. Os sons, gritos e gemidos, estridentes e ronronados, ecoavam pelo ar, e esporradelas várias, deles e delas, disparavam em todas as direcções.
Não se limpavam. Uma mulher com as mamas cheias de meita abraçava-se ao primeiro corpo que encontrava e uma boca lambuzada de esporra era logo procurada para beijos. Trocavam fluidos como quem troca de camisa.
O menu volante prosseguia com pratos variados, fodas, sodomia, broches, minetes, punhetas auto-infligidas ou executadas ao parceiro. Havia gajos a chupar dedos de pés, gajas a roçar mamilos pelas paredes… De todo o lado surgiam pilas, conas, mamas, cus, com mais ou menos pêlo. Era uma celebração de carnes cheias, de carnes vivas e ansiosas por deboche.
A dada altura vi uma das mulheres de quatro a lamber os colhões a um “amigo” e reparei como o seu olhinho do cu pulsava como a boca de um peixe de aquário. Olhei para Aurora, que continuava rodeada de pichas e com os orifícios todos preenchidos, agradeci ao gajo que me chupava e fui ter com o rabinho que me chamava.
– Bom dia – disse, enquanto enfiava cuidadosamente a narça no olho aberto.
Foi quando Aurora finalmente reparou que eu estava na sala e, mesmo com três pichas na boca, sorriu-me.
O meu caralho encaixava perfeitamente naquele cuzinho estrangeiro e a mulher olhou para mim com um ar de extrema felicidade. Foi então que me ocorreu que esse era o sentimento dominante em tudo aquilo.
Aurora amava-me e eu amava-a e os dois amávamos sexo. Tínhamos conseguido ultrapassar o sentimento de posse que nos unia (que geralmente une os casais que pensam em ter uma vida comum) e entregávamo-nos livremente a outras pessoas, pelo prazer do prazer – pessoas essas que, era óbvio, amavam tanto o sexo como nós.
Desde que nos conhecemos e Aurora decidiu embarcar comigo nos périplos fascinantes do sexo, o instinto de libertação cresceu nela como nunca vi acontecer a outra mulher – nem a outro homem, por sinal. Como resultado disso, a viagem era cada vez mais mágica, fantasiosa, até surreal e, consequentemente, nós éramos cada vez mais felizes!
Sem som, apenas com os lábios exprimindo o poema das palavras invisíveis, olhei Aurora nos olhos e sibilei:
– Amo-te!
Ela não viu, porque alguém se esporrava na sua boca e nesse momento ela começou a vir-se estridentemente. Mas eu sabia que o sentimento era recíproco.
O peculiar evento durou até cerca das duas da manhã quando, esgotada, Aurora agradeceu a todos mas disse que não aguentava mais.
Ao todo, vim-me cinco vezes ao longo da jornada, nenhuma delas com Aurora. Primeiro no cu duma rapariga, depois na boca de outra, em seguida na cona da terceira. As outras duas vezes foram com o mesmo gajo. Primeiro enrabei-o e deixei-o de cu a espumar, isto enquanto, ao mesmo tempo, ele fodia Aurora!
Depois vim-me enquanto ele me enrabava e eu me masturbava – para gáudio da minha amada que, ao nosso lado, delirava por me ver envolvida no acto homossexual.
Foi o mais perto que estive dela o dia todo e julgo que foi a primeira vez que de facto gostei de sentir o cu cheio com um caralho real (já tinha acontecido antes, mas com Aurora e um vibrador).
A minha doce amante, a minha heróica esposa nascida para as paixões da lascívia, perdeu a conta aos orgasmos do dia.
Antes de sair de cena, fez questão de alinhar todos o caralhos e conas e distribuiu broches e minetes como uma princesa distribui mimos pelos seus seguidores.
No fim de tudo, ao correr as cortinas esporradas da nossa comédia romântica e monumental, tive que agarrar nela ao colo e levá-la para a cama.
Depois de despedir todos os nossos novos “amigos” e “amigas” – e de combinar o próximo encontro! – quando finalmente nos deitámos e ficámos sós, unidos pelo nosso amor cada vez mais abundante e grandioso, Aurora ainda me pediu que a fodesse, o que eu fiz não obstante a pila assada. Mas não chegámos a concretizar o acto, pois ambos acabámos por adormecer.
Os dois corpos adormeceram em comunhão fiel, apaixonados, felizes e metidos um no outro. Como a metáfora perfeita da relação mais louca, mais profunda e mais exuberante, capaz de alimentar não apenas a vida mas, até mesmo, a existência...
O patrão e a empregada - Parte XIII
O patrão e a empregada - Parte I
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com