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20 mai, 2020 A nova normalidade sexual

Não são apenas as máscaras e a distancia social o problema.

Este "novo normal" cheio de regras básicas de higiene, distâncias de segurança e etiquetas respiratórias trouxe-nos uma nova maneira de encarar a socialização com outros seres humanos. Desde ir simplesmente às compras a ir comer a um restaurante, todos somos obrigados a pensar numa série de factores que nunca tínhamos levado em conta. E no que toca ao engate propriamente dito? Como é que podemos impôr regras a algo que nunca as teve, para além de perceber que se uma gaja diz "leva-me a casa" nem sempre quer dizer "leva-me a casa para irmos foder"?

A nova normalidade sexual

Máscaras e distância de segurança. São os dois principais ingredientes desta sanduíche sanitária de desconfinamento que todos estamos a comer simultaneamente e são os mesmos ingredientes que dão personalidade à enorme tarte de merda que é o engate. A máscara - muito útil para o seu propósito - consegue transformar gajas feias sem dentes em princesas da Arábias de olhar sensual e a distância de segurança - também ela muito eficaz para o seu propósito - transforma qualquer possível abordagem entre dois estranhos num potencial desastre pandémico. Portanto, além de nos arriscarmos a levar para casa um camelo tranvestido de ser humano, temos de o fazer po wi-fi, porque não há cá toques no braço, pescoço ou cabelos para ninguém.

Sim, existe o Tinder. Foda-se, também existe o McDonald's, mas não é por essa razão que vou enfardar todos os dias um Big Mac. Todos os argumentos do Tinder são a seu favor, mas chamem-me antiquado, nada bate um bom e velho engate num bar, discoteca ou museu de merda que decidimos ir apenas com o propósito de arranjar cona. Um caçador gosta de ir comer fora, que lhe sirvam o prato todo bonito na mesa, mas um caçador aprecia muito mais a refeição se tiver sido ele a caçá-la. Estão a perceber onde eu quero chegar ou estão demasiado ocupados no Tinder para prestar atenção a esta homília sexual?

Vamos ter de nos adaptar. Acabou-se o "roça roça" nas discotecas e afins. Acabou todo e qualquer tipo de contacto voluntariamente involuntário. Ainda é cedo para se decidir na melhor estratégia a adoptar para podermos caçar na selva urbana, por isso, os primeiros guerreiros vaginais terão de servir de cobaias. Este pequeno grupo de exploradores irá dar ínicio a uma nova era, a "Era dos Descabramentos". São eles os responsáveis por "caçar um cabritinho" vulnerável de top e mini saia e reportar aos restantes.

Qual foi a abordagem? Tiraram a máscara para falar? Ela levantou a viseira para chupar o tolas ou deixou-a como estava para não levar uma esporradela nos olhos?

Tantas perguntas a que ainda não temos resposta e o Verão cada vez mais perto. Estamos juntos nesta barco, meus caros.

Até domingo e boas fodas.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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