29 décembre, 2022 Passagem de Ânus
Romualdo era um marido extremoso
Pai de família, reverente funcionário
Às quartas-feiras cumpria como esposo
Os cinco minutos de foda à missionário
À mesa já sentava doze filhos
Todos frutos dessas quartas de somar
Só se salvaram de mais fraldas e sarilhos
Quando ela se aprendeu a lavar
Nada então afectava o seu rebanho
Toda uma vida de teor humanitário
Até Romualdo ver a mulher na casa de banho
E ficar com o pau de um veterinário!
Delicada, ela esforçava-se em cagar
Cheirava a mortos arrecadados num baú
Mas Romualdo agarrou nela sem limpar
Virou-a ao contrário e foi-lhe ao cu
Acordou arrependido e cheio de ânsias
A suar a culpa eterna do recluso
Mas assim que a viu de novo nas caganças
Tentou logo recriar o abuso
Foi ela que o meteu em sentido
e Romualdo aceitou o contraditório
Para pagar o rabo dela ferido
só levando ele, também, com o supositório!
Romualdo contorceu-se e chorou
Era o orgulho que lhe doía, mais que a tripa
Mas depois deixou-se ir e até gostou
E festejou ebriamente a conquista
Romualdo ainda é o pai que se quer
Mas parou de aumentar o agregado
E agora pode ir ao cu à mulher
Cada vez que ela lhe vai ao rabo.
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com