13 octobre, 2022 Os Fetiches da Mulher Portuguesa
Repórter Sarilhos Investiga...
Não há certos ou errados, melhores ou piores, actuais ou passados do prazo. O fetiche é democrático, intemporal e intransmissível. Cada um tem o seu e ninguém tem nada a ver com isso. E quem nunca os teve que vá atirar pedras para o caralho...!
Sofia A., 33 anos, psicóloga animal
O meu fetiche são as bolas. Gosto muito de formas circulares, de globos e circunferências. Para mim o sexo gira todo em volta da órbita das bolas, porque não têm princípio nem fim, são assim como que infinitas.
Gosto de chupá-las, lambê-las, cheirá-las, acariciá-las...
Tenho muitas, sim, portuguesas, chinesas, nepalesas, de ténis, de golfe… Aprecio grandemente introduzi-las, seja na vagina ou no ânus.
A maior bola que já meti na cona? Por acaso foi no cu, uma bola de bowling que me deu uma amiga chegada, que também gosta da...
Mas as minhas preferidas, assim como da minha amiga que, pronto, é uma cunhada minha, são as de bilhar. Gostamos muito de bilhar, menos da parte dos tacos e dos homens.
Não, não gosto de homens. Nunca conheci um com bolas…
Sara T., 74 anos, reformada
Gosto de levar no rabo. Não no cu, que dói, mas no rabo. Com uma boa vara de marmeleiro, percebe? Em jovem tínhamos um professor que nos “mimava” assim e nunca mais consegui esquecer.
Não foi fácil para o casamento, não, o meu marido não teve a sorte de ter a minha educação, não era dessas coisas. Dizia que não me podia açoitar se eu não fazia nada de mal, era a desculpa dele, coitado...
Então, comecei a sair e a cometer indiscrições com outros homens e rapazes, e casais e amigos e conhecidos, e quando chegava a casa confessava tudo ao meu marido e ele ficava tão piurso que ia logo buscar a vara!
Era remédio santo, depois de três vergastadas começava logo com a cona a escorrer…
Graças a esse truquezinho, felizmente, o meu casamento tem sido um verdadeiro castigo.
Susana M., 42 anos, desempregada
O meu fetiche é ser violada por um cobrador de impostos ou um senhor de um partido político. Já tentei, mas eles são muito escorregadios e, para além disso, estão sempre murchos e não ouvem nada do que a gente lhes diz…
Luana A., 58 anos, manicure e pedicure
Eu não tenho fetiches, graças a… Desde que tenha pau, está tudo bem, não me meto em coisas esquisitas.
Eu só preciso de pau, de caralho. De muitos paus e caralhos. Por isso é que saio pouco, porque os homens que se arranjam à noite, na maior parte das vezes, só têm um pau, um caralho cada um… Porque já não há homens como antigamente, sabe?
Mesmo que queiramos, às vezes, trazer mais do que um para casa, muitas vezes não se arranja, não querem, porque não querem o pau deles metidos com outros paus.
Sim, é um problema, porque eu só estou bem com muitos paus, com uma chuva de caralhos a dar-me marradinhas nas bochechas, na cara, no cu e nas mamas, e na snaita...
Como é que faço? Olhe, organizo reuniões. Tive muita prática com a minha avó, que organizava reuniões da tupperware. Eu faço reuniões de paus.
Não sai barato, mas é a maneira de andar bem disposta e de me realizar. Mas fetiches não tenho, não senhor, nunca me meti nisso.
Heloísa E., 36 anos, proprietária de um quiosque
Eu é os aliens. Sim, os aliens. O meu sonho era ser raptada por uma nave extraterrestre, conduzida através das galáxias e submetida a experiências sexuais.
Gostava muito, porque a minha vizinha Lurdes uma vez foi raptada e diz que certos tipos de alien conseguem-te ir ao cu e à cona ao mesmo tempo.
Não, até agora nunca aconteceu, mas eu acredito. Eu quero acreditar!
Leio muitas revistas e vou a muitos sites, até de bruxos e feiticeiros, e vejo sempre o canal História, portanto sei muito bem do que estou a falar.
O meu marido também não acreditava, dizia que eu era maluquinha da cabeça, mas depois ouviu que os extraterrestres costumam raptar muitas vacas e olhou para mim e disse-me para não perder a esperança.
Sim, tenho sido fiel ao meu marido, mas já o avisei para se preparar, que um dia eles vêm-me cá buscar e depois ele que se amanhe, porque eu nem vou olhar para trás.
Enquanto eles não vêm? Bem, não quero apanhar o meu marido desprevenido, que eu não sou de traições, por isso vou-lhe pondo os cornos com os senhores do Planeta Agostini que aparecem lá no quiosque. Eu sei que não é a mesma coisa, mas às vezes vêm dois e juntos conseguem-me ir à cona e ao cu, portanto...
Lucia L., 22 anos, estudante
O meu fetiche? Não sei se tenho algum. Deixe cá ver…
Seduzir e ir para a cama com os avôs das minhas amigas conta?
Se não contar não sei mais o que lhe diga.
Natália F., 46 anos, gestora de contas
O meu fetiche é um homem que me compreenda. Que me namore, que me mime e me dê presentes. Que me oiça sem fazer fretes, que empatize com a minha sensibilidade e seja cúmplice dos meus sentimentos.
Que queira cuidar de mim, que me leve à aventura, a concertos e jantares dançantes, e no final da noite me ponha uma trela ao pescoço e me arraste até a uma casa cheia de machos entesoados, que me fodem 24 horas sem desenconar e me fazem vir como uma fêmea no cio!
O meu fetiche é esse, encontrar o homem dos meus sonhos...
Marília D., 38 anos, onanista diplomada
Os meus professores sempre disseram que tinha muito jeito para trabalhos manuais, por isso estou sempre disponível para bater punheta. Foi assim na universidade, nos vários empregos que tive e é assim no clube, ao intervalo põem-se todos em fila indiana e olhe que são todos portugueses.
Faço com as mãos ou com os pés, conforme a preferência.
Acabei por abrir uma empresa de orgasmos assistidos e até já temos funcionárias internacionais.
Sim, pode-se dizer que se tornou o meu fetiche, razão pela qual trabalhei tanto para que se tornasse a obra da minha vida.
Quem é esgalhado por mim nunca esquece e volta sempre, às vezes até a horas impróprias da noite, que é uma chatice para o meu noivo, que tem o sono muito leve. Mas eu bato-lhe uma e ele dorme logo, por isso pode-se dizer que a minha vida amorosa não afecta a minha carreira profissional. Aliás, é por isso que mostro sempre tanta alegria no trabalho.
Eva G., 59 anos, organista
Sou uma pessoa muito recatada em relação ao sexo. Até conservadora. Nunca casei, só tive um homem na vida, que foi o meu querido irmão.
Nunca me tocou, se é isso que está a pensar. Pelo contrário, protegeu-me sempre dos homens, “uns canalhas”, como costumava dizer.
Só permitia que os amigos, que levava lá a casa todas as noites, me tocassem, para não cair nas garras dum qualquer.
Esses sim, escolhidos por ele, trataram-me sempre como uma princesa.
Afeiçoei-me a eles, sim, é verdade, mas veja lá que o meu irmão já faleceu e ainda hoje eles me visitam. Costumam vir todos juntos, porque já não tenho muito vagar nem muito energia.
Apaparicam-me muito, é verdade. Por isso não sei se se lhe pode chamar um fetiche, porque é tudo com muita pureza e baseado na amizade.
Pamela P., 44 anos, governanta
Tive um fetiche que era comer cocó. Mas depois diagnosticaram-me um problema no estômago, que era a azia, e o meu médico pôs-me a líquidos. A partir daí só bebo xixi…
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com