17 août, 2020 Antidepressivo
Sentir o seu respirar no meu pescoço deixa-me alterada...
Estava cansada das trocas de mensagens que havia entre nós os dois e queria despachar a minha ansiedade que me matava lentamente, todos os dias ao ler as suas mensagens eróticas. Queria terminar este meu sofrimento e não ia permitir que uma pandemia restringisse esse meu pequeno prazer.
Andávamos naquela brincadeira fazia meses, mas eu sou uma pessoa que tem pouca calma e mesmo me acalmando ao longo daquelas semanas a minha fome sexual foi alimentada todos os dias, porém sem ter onde a saciar. Masturbava-me todas as noites enquanto o ouvia a masturbar-se do outro lado do telefone. Ligava-me só para o ouvir a vir-se, como ele gemia. A minha vagina estremecia a cada gemido rouco que ele emitia.
Fui alimentada até não poder mais. Mas a pandemia do Covid-19 veio para me atormentar ainda mais, com restrições devido à saúde pública, distanciamento social. Pois muito bem, visto que nós nunca nos tínhamos tocado, apenas ouvido e visto em fotografias. O que eu esperava em sentir o seu toque na minha pele.
O confinamento foi estabelecido mas mesmo assim, a sua tortura continuava.
“Estás molhada?”, escreve-me o Nuno.
As nossas conversas eram breves e sempre em torno da mesma temática: a nossa sexualidade. O que nos deixava ardentes, o que queríamos que acontecesse, o que aconteceria se…, mas nunca passávamos do mesmo.
Já íamos no décimo oitavo dia, quando eu determinei ir ter a sua casa. A ligação margem norte com a margem sul ainda não estava cortada nem tão pouco controlada, tive que aproveitar pois com a continuação desta situação do Covid-19 as restrições iriam ser cada vez piores.
Meti-me a caminho de Campolide, onde o Nuno residia. Solteiro, com um filho para criar mas que agora estava com a mãe, por causa da situação que está a envolver o nosso país. Muito antes de termos qualquer tipo de conversa já eu tinha uma pequena paixoneta por ele, pois é um actor que está constantemente nos nossos televisores. Conquistou-me apenas com o sorriso, e a sua voz? Nem lhes digo nada, simplesmente arrebatadora.
As ruas e as estradas estão completamente vazias, um carro cruzava o meu caminho, mas uma vez por outra. Vivo na cidade mas parece que voltei para a vila onde mora grande parte dos meus familiares. Sinto que estou a viver numa dimensão apocalíptica. Nunca tinha visto tal coisa. Atravessei a ponte com o coração na garganta, com as mãos bem agarradas ao volante sentia-as a ficarem húmidas, estava a ficar nervosa.
“Agora não é altura para nervosos miudinhos. Controla-te. Agora não podes voltar para trás.”
Estacionei à sua porta. “O meu dia de sorte!”, pensei ao acabar de estacionar mesmo à frente da porta do seu apartamento. Nunca pensei em fazer isto, pois não sei qual vai ser a sua reacção. Não calculei bem as consequências do meu acto, mas mesmo assim “Aqui estou eu”, penso enquanto respiro fundo. Não toco à campainha, em vez disso ligo-lhe.
- Olá jeitoso – digo-lhe assim que me atende.
- Olá! Como está a menina?
- Se me abrires a porta, poderás vir a saber como a menina está.
Obtive um silêncio um bocado incómodo durante alguns momento, até que finalmente ele me diz:
- Porta?
- Bem, se preferires vês da janela.
- Da janela?!
Enquanto espero por uma resposta vou abrindo as pernas e começo a tocar-me lentamente. Continuo com o telefone junto do ouvido, deixo escapar um pequeno gemido. Assim que o faço o Nuno desliga-me o telefonema. “Bem já que ele não quer e eu vim até aqui e já que comecei… Vou terminar”, pensei. Mas fui interrompida de uma forma bastante brusca. Oiço baterem no vidro do carro. Abro os olhos e deparo-me com os seus olhos verdões cravados em mim.
- O que estás aqui a fazer Ofélia?
- O que te parece?
Tenta abrir a porta do carro, do lado do condutor, mas sem sucesso.
- Sabes que tenho que o destrancar, não é? – digo-lhe em tom de gozo.
Assim que destranco as portas do carro ele abre a minha porta e tira-me de dentro do carro pegando-me no braço. Estica-se para dentro do carro, retira as chaves da ignição e sem nunca deixar de me agarrar no braço começa a levar-me em direcção à porta do seu apartamento, sem dizer uma palavra.
Assim que encerra a porta da sua casa diz-me:
- Que estás tu aqui a fazer?
- Espero não ter interrompido nada de muito urgente…
- Sabes muito bem que não. Mas o que estás aqui a fazer?!
Tê-lo assim tão perto de mim, respirar o seu odor, sentir o seu toque sobre a minha pele desprotegida, o meu corpo estava a ser arrebatado com aquela quantidade astronómica de fluidos e sentidos. Não consegui resistir por muito tempo.
- Já não queres saber como está a menina?
- Quê?!
Pego na sua mão e coloco-a no meio das minhas pernas, enquanto os meus olhos se cravam nos seus, o seu olhar segue o caminho que a minha mão fez com a sua. Sinto-o a estremecer. Coloco a sua mão sobre o meu sexo humedecido. Deixo a sua mão sobre a minha vagina, sem nunca retirar o meu olhar do dele. A sua respiração altera-se.
- A minha menina é tão má comportada… – diz enquanto se debruça sobre o meu pescoço, respirando pesadamente.
Sentir o seu respirar no meu pescoço deixa-me alterada, mas o que mais me alterou foi sentir os seus dedos a começarem a fazer pequenas penetrações.
Estivemos assim durante ainda uns bons minutos, até que finalmente o Nuno agarra-me pelas nádegas, e eu enrolando as minhas pernas em torno da sua cintura, começou a encaminhar-se para o seu quarto. Os seus lábios ao tocarem nos meus, o meu corpo escaldou. Um beijo desenfreado, endoidecido. As nossas línguas enrolavam-se uma na outra à medida que ele me apertava as nádegas com determinação.
O meu confinamento terminou em casa do Nuno. Deixei-o tomar conta do meu corpo e saciar a minha fome. As milhentas mensagens que trocamos, as nossas fantasias e ilusões finalmente se tornaram realidade. Finalmente pude sentir o seu pénis dentro de mim, sentir o seu sabor. Foi preciso esta pandemia surgir para eu finalmente dar o passo em frente, pois se estivesse à espera do Nuno, ainda estava aqui a morrer de fome.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...