20 juillet, 2023 A Governanta - Parte 2
Era o meu 23º aniversário, mas eu tinha uma "prenda" para ela...
À última badalada da meia-noite, Dona Bete, a governanta que o meu pai contratou para “substituir” a minha mãe depois do divórcio, veio ao meu quarto para me dar a prenda que tinha escolhido para o meu 23º aniversário.
Ela entrou de mansinho, eu entrei a matar:
– Não bates à porta, vaca? Já te disse que as regras mudaram… Já não mandas em mim. Agora sou eu que mando em ti.
Eu estava deitado na minha cama, com um ar teatral e aborrecido, mas na verdade só estava à espera dela.
O tom das minhas palavras baixou-lhe logo a bola e qualquer vontade de me desafiar e, calada que nem um rato, passou-me o singelo embrulho, devidamente enfeitado com um laço.
Para não haver dúvidas sobre a falta de imaginação da Dona Bete, era um livro que se chamava “23”, dum autor obscuro e supostamente interessante que, no entanto, reservava pouco espaço literário para conas e vergas, mamas e cus... Atirei o livro para o chão, para ela ver como a desprezava, e voltei ao ataque:
– Sabes bem qual é a prenda verdadeira. Este ano não há cá merdas. Festas secas, pessoas secas, e tu sempre com esse teu ar ressequido... Este ano a festa vai ser molhada! Vá, veste isto...
Foi a minha vez de lhe passar um embrulho, a minha “prenda” para ela. Era uma caixa de veludo preto, modelo deluxe, com a lingerie que tinha escolhido para a ocasião. Era impossível que qualquer gaja, vestida naquilo, não se sentisse uma puta.
– O que é que foi, não gostas? Comprei especialmente para ti… Era mesmo a tua cara. Vá, veste essa merda.
Assustada com a minha assertividade e horrorizada com a peça que tinha nas mãos, pois apesar de sórdida, sempre fora uma púdica, começou a dirigir-se para a casa de banho para trocar de roupa, um gesto espontâneo de recato, próprio da natureza feminina.
Como disse no episódio anterior, eu tinha um sexto sentido que me permitia ver por trás da sua capa de malvadez. E era lá que estava esse lado feminino, que me dava tesão, mas que a deixava exposta, e que depois ela curava à base de chibatadas...
Compreendi o seu gesto e deu-me um gozo imenso ter o poder de o interromper.
– Onde é que vais? Não, não, não... Aqui, à minha frente! Tira a roupa toda… Tudo! Quero-te a ver a puxar esses elásticos da cona. Depois podes vestir isso...
Visivelmente transtornada, pois a sua índole era preferencialmente dominadora e não estava acostumada a que outros tivessem o comando (à excepção do meu pai), começou a despir-se devagar e desajeitadamente, revelando enfim as carnes medrosas e fartas com que eu havia sonhado durante anos... Pude então confirmar o que já sabia, que tinha um cu que alucinava e umas tetas voluptuosas que pareciam ainda mais gulosas fora do decote que usualmente as amarrava.
Deliciei-me tanto com o seu corpo como com a sua vergonha, como se o valor das duas coisas estivesse directamente relacionado.
Exposta daquela forma, Dona Bete tremia, parecia a caminho do colapso, até que acabou mesmo por irromper em lágrimas. Mas sem um único som ou queixume. Eram lágrimas silenciosas que, mais do que tudo, lhe borravam a pintura, que ela carregava propositadamente nos olhos para lhe dar um ar mais austero.
Enquanto ela se desmanchava assim, sem qualquer tipo de controle sobre a espinha dorsal ou a sua própria vulnerabilidade, eu divertia-me com apupos verbais:
– Foda-se, olha para essas mamas…
– Com esses mamilos alimentavas uma creche…
– Um cu desses não vai lá com uma enrabadela, só empalado...
– Olha para ti… És linda, pareces uma vaca…
– Tens mesmo boca de broche…
– Por falar nisso, chupa aqui…
Enquanto ela se despia, eu começara a fazer o mesmo. Ainda antes de ela baixar as cuecas já eu estava de pau na mão, a envernizar a tesão com a nudez e as expressões aflitas da Dona Bete. Despiu-se e vestiu-se, e sentiu-se mais nua depois de se despir. Ficava tão cómica como tesuda. A farpela de puta mal lhe tapava as mamas e deixava-lhe a pintelheira toda à mostra.
Como ela hesitou, tive que lhe pegar na cabeça e encaminhá-la para o “objectivo”. Viu-se à rasca para o meter todo na boca, mas depois foi como se declamasse um verdadeiro poema: mamava e chorava ao mesmo tempo!
A minha autoridade repentina espantava-a. E a agressividade da minha voz contribuía e de que maneira para a precaridade do seu estado. Mas é preciso não esquecer que esta era a mulher, a mesma pérfida governanta que durante anos me torturou, com várias ferramentas de sadismo disfarçadas de pedagogia e educação. Como me dizia sempre, “era para meu bem”...
Talvez a melhor palavra para a definir não fosse governanta, mas Governadora, pois estava no topo da pirâmide do regime dictatorial em que eu vivia, só abaixo do “Presidente”, nem mais nem menos que o meu adorado pai que, como já foi referido, me odiava de morte.
É pena porque, apesar de todo o desprezo que me votava, do seu distanciamento e de ter crescido sem a sua figura paternal, acho que poderia ter sido outra pessoa. Ela, a governanta, não o permitiu.
Tudo o que me deu foi austeridade, revolta e abuso. E assim, naturalmente, transformei-me também eu num renegado, ou talvez melhor, num tarado...
Mas agora não era hora de pensar nisso. Agora era hora de pagar!
Sabia que a noite ia ser longa, por isso fiz com que ela demorasse o seu tempo a mamar e a chupar-me. Depois de uns vinte minutos a pingar baba de cão naquela laringe, achei que era hora e enchi-lhe a boca de esporra. Não a deixei ir embora até ela se engasgar, afogada em leite gordo.
Assim que me vim, afastei-me dela como se nunca a tivesse conhecido. Fiquei de pé a olhar para o seu ar prostrado, derrotado, a escorrer esporra pelos beiços. Era uma mulher humilhada, envergonhada, rendida...
Mas eu não tinha terminado.
– Vá, levanta essa peida. Agora é que vais saber como elas doem...
Pu-la de quatro e mostrei-lhe, à altura dos olhos, como se fosse um apresentador das televendas, a mesma vara de marmeleiro com que me tinha chicoteado tantas vezes. As piores marcas daquela vara nem eram as do meu rabo, eram as da minha memória. Mal o viu, ela rangeu os dentes. Melhor que ela, só eu conhecia os seus efeitos...
Apliquei-lhe a primeira vergastada e ela gritou. À segunda, uivou. À terceira ganiu e à quarta já não fez som nenhum... Tal e qual como me acontecia quando era ela a aplicar-me o varapau nas nalgas.
Remédio santo. O karma não é só fodido, pode ser uma coisa linda… Vê-la a pingar lágrimas pretas sobre as almofadas, como se tivesse acabado de ler a Guerra e Paz, compensou anos do meu sofrimento. De verdade o senti assim. Suficiente. Mas não ainda inteiramente satisfatório...
Para lhe dar um pouco de descanso, pu-la a bater-me uma punheta. Dos sonhos todos que tinha com a Dona Bete, o mais antigo era que ela me agarrasse no pau. Nunca me tocou. O portefólio dos seus abusos era de outra gama.
E também era uma forma de me ajudar a ficar teso, depois de me vir na boca dela, há só uns minutos. Também aí a fiz demorar.
A masturbação parecia mais pessoal ainda que o broche. Ou ela parecia mais atrapalhada, talvez por, a espaços, eu a forçar a olhar para mim enquanto me esgalhava a verga. Só a deixei tirar-me as mãos de cima quando me estava quase a vir outra vez.
Fui eu que lhe agarrei os pulsos e depois numa mão, que lhe levei até à cona e, com a força dos meus dedos, consegui que enfiasse alguns dos dela. E aí o meu chip começou a mudar. Esta era para mim a mais seca das mulheres... Não estava à espera de a sentir tão molhada!
Para essa noite tinha escolhido um vodka clássico, vindo directamente da destilaria dum amigo russo do meu pai, todos eles nobres, selectos e raros. No mercado, só para terem uma ideia, 8 mil euros a garrafa, artigo exclusivo. Mas não é todos os dias que se faz anos ou se atinge a independência...
A taxa de álcool era de 53%, doce como um peido de abelha. Foi com esse néctar etílico, mais caro que qualquer perfume de renome mundial, que ensopei as mãos antes de agarrar as duas nádegas da Dona Bete.
As chagas, abertas pela vara, começaram a ferver como se estivesse a levar mil injecções num dispensário. Contorceu-se toda e gemeu alto. E no pico da dor, só então, enfiei-lhe o bacamarte no cu.
Já tinha dito que, se outras coisas me faltaram, nesse domínio particular sou bastante avantajado. E Dona Bete foi a primeira mulher a provar a desmesura das minhas dimensões. Ao sentir o cu rasgado, entrou em frenesi. Parecia uma enguia eléctrica. Percebi que tinha uma predisposição genética para o sexo anal. O “olho” abria com flexibilidade e deixava entrar tudo sinuosamente, nem que para isso ela tivesse que menear as nalgas.
Já para mim, o efeito foi no mínimo eclesiástico. Vi anjos e virgens voarem ao meu redor e só queria apalpar-lhes o cu. Sonhei que estava numa festa e que havia montes de pessoas à nossa volta, a ver-nos foder e a foderem-se todos uns aos outros. Juro que até soltei uma lagriminha.
Ela mexia-se tanto que, como ansiava, finalmente tive oportunidade de a amarrar. Uma corda nos pés e outra nas pernas, coisa básica, só para não espernear.
Tinha-a mandado de manhã comprar a corda, daquela dos alpinistas, que até são fofas, e ela perguntou-me para quê. Tinha um ar tão carinhoso, tão sinceramente interessado, que quase tive vontade de lhe dizer. Em vez disso. mandei-a para o caralho e disse-lhe que se não estivesse em casa com a corda em tempo útil, escusava de voltar. A corda estava lá às 10 da manhã.
Bem atada, mais contida, mais monovolume, pude então enrabá-la com toda a força, com toda a minha raiva acumulada. E ainda assim, a reacção da Dona Bete nunca passou do pequeno lamento de prazer, que além do mais foi sempre crescente...
Preferia que tivesse sido doutra maneira, mais pungente, mas contentei-me com o resultado. Esporrei-me na cara dela e besuntei-a toda com o caralho a cheirar ao próprio cu.
O derradeiro clímax do meu ajuste de contas, pensava eu... Mal tinha percebido que morrera aí a minha vingança...
Com muita pena minha vos informo da expressão deliciada da Dona Bete. Como se tivesse ganhado na raspadinha.
A pingar esporra por todo o lado, com os cabelos presos de nhanha, a primeira-ministro do meu governo de tortura, a mais virtuosa, a mais pura das putas, a de sempre, ajoelhava-se de perna aberta diante do pecado e rendia-se, total e absolutamente, às suas políticas de penetração. Já não era só a minha meita que escorria dela… A dela também escorria de mim!
De repente, aquela figura pétrea, rígida, quase masculina, tornara-se uma juvenil imberbe a mamar caralhos e a levar no rabo como quem rega as flores.
Uma tesão que eu nunca tinha visto. Como um animal retido em cativeiro e subitamente catapultado, contra a sua vontade, para a liberdade. Até os seus orgasmos eram dúbios, misturavam agonia e prazer.
E depois, o seu ar sonhador... Encaixava tudo, sofria todas as humilhações, mas nunca perdia esse ar. O revirar dos olhos quase até ficarem brancos... Os gemidos guturais, pois tinha uma larga caixa toráxica... O extertor das suas ancas... O mamalhal a trepidar quando atingia o estádio final do prazer...
Na vertigem cor-de-rosa dum orgasmo, uns dias depois, “vi” uma madura nua e saltitante descendo o Monte de Vénus em câmara-lenta, em direcção à Primavera de Caralhos, pululante de arco-íris e unicórnios caralhudos, todos autóctones e com ganas especiais de lhe fazerem doer os canos do cu e os cantos da boca… Toda uma festa de cor, emoção e movimento.
Portanto, como já devem ter percebido, no fim de tudo tornámo-nos amigos. E amantes.
Não é assim tão estranho. Afinal, conhecemo-nos desde sempre. Fomos sempre especiais um para o outro. E agora sabíamos dar ao outro o que o outro necessitava.
Não dormimos na mesma cama, porque estraga o efeito surpresa. Gosto de a atacar à noite e que ela me ataque a mim.
Gosto quando me vai ao cu. Gosto quando me bate com a vara de marmeleiro e me faz esporrar. Gosto de lhe bater a ela. E de lhe ir ao cu. Entendemo-nos...
Vivemos uma vida boa e depravada a que podemos chamar felicidade. Ou quase. Na verdade, só temos de nos livrar do meu pai...
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com