12 Septiembre, 2024 O futuro é hoje
Depois de algum tempo, facilmente o diálogo nas redes sociais começou a resvalar para o sexo...
Foi um daqueles encontros inusitados, logo desde o início. Conhecemo-nos nas redes sociais, mais particularmente na caixa de comentários dum amigo comum. Tema controverso, assunto delicado, discussão acesa, e quando reparámos, éramos as duas únicas pessoas que estavam de acordo.
Começámos a falar assim, todos os dias um bocadinho, quase sempre à noite, conversa fluída, muito fácil, observando-nos e revelando-nos mutuamente também pelos conteúdos que cada um tinha no seu mural.
Depois de algum tempo, facilmente também, o diálogo começou a resvalar para o sexo. Éramos um homem e uma mulher adultos e coincidia que ambos estávamos sós por esses dias, portanto, era natural que assim fosse.
Mas nunca chegámos ao ponto de tornar o tema explícito. Nunca falámos do que é que gostávamos, nem eu lhe mostrei a minha, nem ela me mostrou a dela. Nem sequer tentámos aquele estádio de “imaginar”...
Simplesmente, acariciámos sugestões, aflorámos cenários, mas de cada vez que eu punha um pouco mais de pressão nas hipóteses, ela recuava como uma gata escaldada.
Por respeito, deixei de insistir. Percebi que para ela não seria esse o nosso caminho, mas o duma amizade saudável, com alguma marotice permitida. Nessa perspectiva, aceitou, enfim, encontrar-se comigo para beber um café e conhecermo-nos, finalmente, ao vivo e a cores.
Já a tinha visto em inúmeras fotografias, assim como ela a mim, mas nada substitui o primeiro contacto presencial.
Confesso, deu-me logo tusa, mas não lhe dei qualquer sinal disso. Se ela não queria que fossemos mais do que amigos, não seria eu a insistir. Portanto, foi com certa surpresa que, passados uns quinze minutos, depois de alguma conversa e muitos olhares trocados, alguns inclusivamente misteriosos, ela me disse:
– Vou confessar uma coisa, posso?
– Claro.
– Tu dás-me tesão...
Apanhado assim, não consegui dizer nada. Também não sabia se ela já tinha acabado de falar, porque pareceu-me ouvir umas reticências no final.
Só depois reparei que o meu silêncio a perturbou. Ficou a olhar para mim com evidente desconforto, como se de repente se sentisse nua à minha frente.
Percebi que esperava que eu dissesse alguma coisa. Por isso, disse-lhe a verdade:
– Ainda bem. Porque tu também me dás muita tesão. Aliás, mal te vi entrar, senti-me logo arrebitar...
Ela riu-se com o meu descaramento e o desconforto passou. E assim, desbloqueados, já pudemos falar de tudo.
– A questão é que...
– Sim?
– O problema é que tu pareces meu filho...
Até esse momento, não tinha pensado na nossa diferença de idades. Sim, com os seus 50 e poucos anos, ela já podia ser avó. Eu, com os meus 29, tinha de facto idade para ser seu filho. Mas isso nunca me tinha passado pela cabeça. Só via um homem e uma mulher que, agora se confirmava, sentiam uma atracção mútua.
– Já não sou um miúdo. Olho para ti e não vejo uma mãe, só vejo uma mulher linda. Uma mulher independente com direito a ser feliz.
Pareceu um bocado piegas mal acabei de o dizer, mas vi que ela aprovou o meu esforço e percebeu que era genuíno.
Mesmo assim, senti necessidade de emendar a mão, até para não nos desviarmos do rumo da conversa que mais nos interessava:
– Uma mulher que, não tenho nenhum problema em dizê-lo, adorava ver nua...
De facto, nesse momento, o difícil era não imaginar. Achava-a bastante bonita e muito apetecível. Era uma mulher feita – como se costuma dizer, “resolvida” – com um belo corpo robusto, ancas não muito largas, seios médios, perfeitos, barriguinha sexy e face agradável, sorridente, positiva...
Tudo nela emanava bons feelings. Tudo nela pedia que lhe tirassem a roupa. Que a libertassem dos constrangimentos formais que a impediam de se entregar ao puro desejo.
– Pára de olhar assim para mim... Sinto que me estás a despir com os olhos...
– Apanhado em flagrante… – confirmei a sorrir.
Ela riu-se de novo e de repente, estávamos no meio do flirt. Mas ela continuava com fortes reservas quanto ao eventual desfecho da nossa “causa”.
– Imagina que começamos uma relação... Imagina, como diz o outro, que corre bem... Daqui a dez anos, vou parecer a tua avó!
Não havia nada que eu pudesse refutar àquela evidência. Ainda por cima, porque eu estava a entrar nos 30, é verdade, mas parecia muito mais novo. Ela não, parecia exactamente o que era, uma milf toda enxuta, como se diz na gíria do macho, “eminentemente fodível”!
– Por muito que me agrade visualizar um cenário a dez anos em que tudo nos corra bem, o que seria uma raridade na minha vida, acho que, para já, seria mais aconselhável a lógica de “um dia de cada vez”. Não achas?
Aí vi que os olhos dela já estavam a fantasiar, que a sua cabecinha complicada já contemplava a hipótese de acabarmos na cama, mais não fosse para ver como seria.
– Assim, sem mais nada...?
– Eu diria que já é muita coisa...
Disse-o de forma a não deixar dúvidas, com olhos de quem quer comer, e senti que ela estava mais predisposta, embora a hesitação ainda a dominasse.
Durante alguns minutos, ficámos em silêncio. Ela pediu outro café, depois foi à casa de banho. Esteve lá uma eternidade, ou assim me pareceu, o que só ajudou a incendiar mais a minha mente que, nesse momento, divagava despudoradamente sobre o que ela poderia estar a fazer, ou o que eu desejaria fazer-lhe a ela...
Palavra de honra que me ocorreu ir atrás dela, abrir a porta e fosse o que deus quisesse!
Finalmente, voltou à mesa, arrancando-me dos meus sonhos escaldantes. Por momentos, até fiquei confuso, sem saber se me encontrava na realidade, ou na ficção, até que ela me perguntou com uma expressão decidida:
– Moras aqui perto?
A forma directa como o disse fez-me estremecer de entusiasmo e acho que ela reparou, pois sorriu-me como uma menina mal comportada.
– Por acaso não, vim de Uber.
– Bem, podemos ir para minha casa, mas só podemos ficar até às 19. Depois o meu filho chega da escola.
– Quantos anos tem o teu filho?
– Onze. Engravidei tarde, apareceu de surpresa.
– Onze? Estás a ver, tenho idade para ser pai dele.
Mais do que qualquer outra coisa, aquela lógica pareceu convencê-la.
– Está bem, vamos lá.
Vinte minutos depois, estávamos na casa dela a beijar-nos como dois teenagers.
Era um apartamento espaçoso e bem localizado, de alguém que se via estar bem na vida. Bem decorado, leve, sofisticado, dominando os brancos em contraste com o verde das muitas plantas que se viam pelos vários espaços.
A cama era enorme e no topo destacava-se um grande quadro, meio abstracto, mas não o suficiente para disfarçar o óbvio motivo erótico.
– Hum, sugestivo... Dormes aqui sozinha?
– Há muitos anos...
– Uma cama tão grande, uma mulher tão bonita... Parece um desperdício.
– Para veres como é a minha vida.
– Há muito tempo que não...
– Que não trago para aqui um homem?
– Sim.
– Sim, há algum tempo.
Nesta altura, estávamos de pé um à frente do outro e já nenhum de nós tentava disfarçar o desejo. Aproximei-me e beijei-a de novo na boca, abraçando-a com bastante força e aproveitando para lhe desabotoar a camisa.
Tinha uma camisola por baixo, aliás, uma espécie de maiô cor-de-rosa, mas não usava soutien e, facilmente, lhe destapei as mamas, que acariciei com gula.
Beijámo-nos longamente, languidamente, cheios de línguas na boca, a apalpar-nos por todos os lados, e quando afastámos a cara, ela já estava com um ar desvairado, a respirar muito depressa, com os olhos semicerrados e a boca entreaberta de tesão.
Com agilidade, desapertei-lhe o botão das calças, abrindo-lhe o fecho logo a seguir. Senti imediatamente a nuvem de calor que emergia da sua área íntima.
– Estás com muita fome? – perguntei, mergulhando a mão direita entre as suas pernas, por dentro das cuecas.
Era uma pergunta retórica, pois bastava ver a sua expressão para saber a resposta.
Mal levei a mão mais ao fundo e intrometi os dedos na entrada da vagina, vi que estava encharcada. Ela reagiu ao toque com um forte estremecimento, seguido de um maravilhoso gemido.
Acariciei-lhe suavemente a vulva enquanto a voltava a beijar, até que senti as suas pernas tremer. Gentilmente, encaminhei-a então para o fundo da cama e fi-la sentar. Voltei a beijá-la, dedicando-me a acariciar-lhe os seios nus e apertando-lhe docemente os mamilos. Ela arfava e gemia, ardendo de expectativa.
Ajoelhei-me para lhe baixar as calças, depois as cuecas, mas descobri que o maiô chegava até ali. Tive que desviar o elástico para o lado para desvendar, por fim, na totalidade, o maravilhoso epicentro da sua intimidade.
Tinha uma cona linda, de lábios proeminentes. Era peluda, mas não muito, não o suficiente para esconder a racha que lhe ia de alto a baixo.
Aproximei-me e cheirei-a - era intoxicante, uma mistura de suor e abundante sumo seminal. Separei-lhe levemente os lábios, descobrindo-lhe o clitóris ansioso, e comecei a lambê-la.
Ela acusou logo o toque, revolteando o rabo como se lhe estivesse a doer. Dediquei-me a fundo ao minete, enquanto as minhas mãos soltas lhe exploravam as carnes vivas e pulsantes do rabo, das pernas, da barriga, das mamas já definitivamente firmes e com os bicos espetados.
Finalmente, concentrei os dedos no aperto ritmado dos mamilos enquanto lhe chupava o clitóris, e aí fiquei até ela chegar ao orgasmo...
Quase dava saltos na cama, em delírio absoluto e escorrendo fluvialmente das profundezas da cona.
Por essa altura, eu tinha um pau que pareciam dois. Já tinha despido as calças enquanto a mamava, portanto bastou levantar-me para me colocar sobre ela e penetrá-la, iniciando imediatamente os movimentos de vai e vem.
Ela ainda estava no rasto do orgasmo, pelo que reencontrou rapidamente o ritmo e desatou a gemer de novo, colando o prazer anterior ao actual.
Durou, talvez, uns quinze minutos esse missionário, até que senti que não me conseguiria segurar mais. Acelerei então os movimentos, olhando-a nos olhos, tanto para ela ver a minha expressão de tesão como para eu ver a dela. Disse-lhe:
– Foda-se, és tão boa! Dás-me tanta tusa! Vou-me vir... Vou-te encher a cona de leite!
Foi demais para mim e foi demais para ela. Viemo-nos os dois ao mesmo tempo.
Foi ela que tomou a iniciativa de acender um cigarro, altura em que finalmente nos despimos por inteiro.
– Nunca faço isto, mas acho que a situação exige. – declarou, soltando uma fumaça regalada.
Tinha as faces vermelhas, estava alegre e resplandecente, jovial, como alguém que se sente realizada. Fumámos juntos enquanto acariciávamos a nudez um do outro, já libertados de todas aquelas amarras e circunstâncias de que o pudor é pródigo.
Para mim, esse foi o momento mais belo da nossa primeira vez, o da partilha da intimidade que só se alcança depois do sexo.
Depois, ela, espevitada, curiosa, quis mais...
– Porra, já? Que horas são?
– Quase seis horas.
– Não sei se vou conseguir levantar o pau outra vez tão depressa...
– Vais, vais.
Começou a masturbar-me até me deixar teso outra vez, o que me surpreendeu.
– Vês? Não precisas de fazer nada... – disse, preparando-se para enfiar o caralho na boca. – Quero beber a tua esporra...
Não sei como o conseguiu, ou por outra, sei, porque a tesão era muita, mas conseguiu que eu me viesse uma segunda vez e, como prometido, engoliu tudo.
A partir desse momento, foi como se tivéssemos assinado um pacto de cumplicidade, em que as eventuais razões que poderiam existir para não estarmos juntos, não eram pronunciadas por nenhum de nós. Já não interessavam nada.
É verdade, quando andamos na rua, as pessoas confundem-nos com mãe e filho. Às vezes, pode ser embaraçoso, sobretudo para ela, já que a mim até me dá um certo orgulho. Mas quando estamos no quarto, todas as diferenças desaparecem.
Temos estado juntos, eu estou feliz, ela também, e é isso que importa. Talvez ela ainda não se tenha libertado por completo do preconceito, da diferença de idades, mas está mais que convencida das consequências dos seus actos.
Ainda no outro dia, enquanto eu a comia por trás e me preparava para lhe esporrar o cu, me disse com uns olhinhos de tarada:
– Fodemos tão bem!
E é isso mesmo. Damo-nos bem... Sabemos onde estamos. Só não sabemos para onde vamos.
Mas o futuro é hoje. O resto... que se foda.
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com