05 Diciembre, 2019 Horas Extraordinárias
Não era habitual, mas às vezes os deadlines obrigavam a serão... Dessa vez calhou-nos a nós...
Eram quase 4 da manhã quando a Rosário e eu saímos da agência. Tínhamos passado os últimos dois dias a fechar um projecto para apresentar inadiavelmente no dia seguinte quando, por volta da hora de saída, percebemos que ainda estávamos longe da conclusão. Não era uma situação habitual, mas às vezes os deadlines obrigavam a um ou outro serão mais prolongado. Dessa vez calhou-nos a nós.
Rosário estava na empresa há pouco mais de um ano, a contrastar com os meus cinco anos de casa. Ocupávamos alas diferentes no escritório, de forma que, para além dos aniversários, outras ocasiões festivas e reuniões de grupo, raramente falávamos e pouco sabíamos um do outro. Essa noite foi, por assim dizer, uma revelação bastante agradável.
Não era apenas o facto de trabalharmos bem juntos, mas a forma como a conversação fluía. Ela era verdadeiramente inteligente e ria-se com facilidade das minhas piadas. A somar a isso, era realmente atraente, uma daquelas belezas simples, sem manias, que os olhos agradecem ver e com quem nos apetece partilhar familiaridades. Pessoal e profissionalmente, para mim era, como se costuma dizer, um match perfeito.
Ainda assim, nada daquela noite de confidências se aproximava minimamente de um flirt. Entre os pontos comuns que ficámos a conhecer, a minha namorada e o namorado dela vieram naturalmente à baila. De maneiras que quando saímos do edifício, com aquela boa sensação do dever cumprido, ambos sabíamos que o outro tinha alguém à espera na cama.
Àquelas horas, Rosário, que não tinha carro, só poderia ir para casa de táxi. Esperei com ela uns bons 20 minutos, sem que se avistasse um único táxi na rua, até que decidi levá-la no meu carro, apesar de ficar fora do meu caminho.
Conduzia pela cidade deserta há 5 minutos quando Rosário disse:
– Não vais acreditar, mas depois destes três dias de pouco ou nada ter dormido, não me apetece ir para casa. Estou demasiado acelerada!
Percebi o que ela queria dizer.
– Sim, sei do que estás a falar. Acho que é do alívio. Estamos semanas a dar o litro e de repente a coisa está fechada… É excitante. Geralmente, quando isso acontece, saímos para beber um copo. Mas a estas horas está tudo fechado…
– Pois. Mas também não era um copo que me apetecia…
– Então, o que é que te apetecia?
– Não sei.
E riu-se, com um riso espontâneo e sincero. De facto, não parecia cansada.
– Queres dar uma volta pela cidade? Ou ir até beira-rio?
– Não tens sono?
– Nem por isso… Estou como tu, acelerado.
– Humm… Então voto no rio!
Era uma maravilha conduzir àquelas horas, sem trânsito e sem o bulício ininterrupto da grande cidade. Estacionei à frente do rio e abrimos os vidros, para deixar entrar o cheiro e o som das vagas marítimas…
Rosário espreguiçou o corpo todo, relaxada como um gato. Depois percebeu que eu estava a olhar para ela e ficou com vergonha daquele excesso de à vontade.
Eu ri-me, porque foi realmente engraçado vê-la a quebrar a casca dos formalismos e agir com toda a liberdade. A seguir a isso ficámos a olhar um para o outro e foi aí que alguma coisa aconteceu. Parecia que alguém tinha acendido as luzes ou ligado uma aparelhagem com a música mais sensual do mundo!
– Acho que ainda não te tinha tirado bem as medidas… – disse ela. – És um tipo com piada.
Fiquei meio acanhado e a única coisa que me ocorreu foi responder com uma pergunta:
– E tu és uma tipa que… gosta da minha piada?
Ela riu-se de novo e, acto contínuo, estávamos em cima um do outro aos beijos e amassos! Não houve qualquer romance… Passámos directamente do não-flirt, ou do flirt mais subtil do mundo, para os preliminares!
Ela enfiou as mãos por dentro das minhas calças e agarrou-me as duas nádegas, enquanto eu lhe metia a língua dentro da boca e lhe apalpava as mamas.
Depois, muito rapidamente, ela mudou as mãos de trás para a frente e começou a desapertar-me as calças. Quando dei por ela estava a agarrar-me no caralho com as duas mãos! Eu estava com uma tesão assinalável….
– Bem, é óbvio que estás contente por me ver – comentou, com um sorriso, ao constatar como eu estava duro.
Sem querer ficar-lhe atrás, meti-lhe a mão por baixo da saia e apalpei-lhe a cona. Não sei se tinha despido as cuecas entretanto, ou se pura e simplesmente não estava a usar (!). Sei é que tinha cona gelatinosa e quente!
– Acho que já percebi… – disse ela a gemer sob as minhas carícias. –…o que me apetecia…
– Estou a ver que sim. Curiosamente, é o mesmo que me apetece a mim!
E nesse instante tirei-lhe as cuecas com um puxão.
Rosário abriu as pernas e puxou-me para cima dela. O espaço não era muito, mas com a tesão que ambos sentíamos não nos importou nem um bocadinho. Penetrei-a com vigor e ela gemeu com um prazer incandescente.
– Ah, foda-se, esquece lá o que me apetecia… Isto era o que eu precisava!
– Então, o teu namorado não te fode?
Assim que o disse arrependi-me de o dizer. Não era minimamente recomendável, num momento de evidente adultério, trazer uma terceira parte, ainda por cima parte implicada, para o centro do devaneio. Era um threesome que nenhum dos dois estava interessado em experimentar... Felizmente, ela decidiu ignorar a minha pergunta. Estava demasiado excitada para alongar conversas.
A determinada altura, o pequeno espaço que usávamos e que até há pouco parecia perfeito, começou a incomodar-nos os músculos e os ossos. Eu começava a sentir as pernas dormentes, mas cada vez que lho enfiava esquecia tudo. Rosário tinha uma daquelas conas macias e encharcadas que nos fazem sentir um mergulhador profissional que adora explorar as profundezas…
Naquele mete e tira, sentia coisas que a minha picha não se recordava de sentir desde a puberdade. Ela era tão húmida que eu me sentia completamente alagado! No carro, por cima do som das marés nocturnas da cidade silenciosa, só se ouvia o chap chap chap nos nossos ventres encharcados a bater um o outro.
Depois, eventualmente, precisámos de trocar de posição.
– Vem tu para cima de mim – pedi.
Ela abriu as pernas e montou-me, dando-me ângulo para apreciar as suas mamas bicudas. Eram perfeitas, daquelas que quase cabem na palma da mão, com os mamilos espetados para cima como um barómetro infalível de tesão.
Lambi-lhe aqueles bicos como se os quisesse devorar, enquanto ela me atazanava a picha passando-a pelas bordas da cona, sem enfiar.
– Estás-me a deixar maluco – disse eu, com uma voz implorante.
– O que é que queres que eu te faça? – ela numa voz provocante…
– Fode-me! Quero que me fodas!! Estávamos a foder tão bem…
– Mas quem é que tu pensas que eu sou? Uma puta que vai com o primeiro que lhe aparece?
– Puta? Tu não és nenhuma puta! A não ser que haja putas no céu…
A minha resposta, desajeitada e um pouco desesperada, ainda assim fê-la rir. E lá decidiu acabar com a minha angústia, enterrando a racha no meu cacete, tão fundo que os nossos pintelhos se misturaram num só novelo. Então começou a bombar como se já fosse tarde – que era! – e se quisesse despachar de alguma coisa – eu!
Pouco depois, exausta com a sova que nos estava a dar aos dois, reconheceu:
– Já não sinto as pernas nem o cu!
– Queres que te dê umas palmadas?
– Humm, mas que maroto me saíste… – disse, afastando-me com vigor e pondo-se a jeito, de quatro, com o cu empinado e à minha disposição.
Era uma visão do paraíso!
Dei-lhe só uma nalgada para não a desiludir e meti-lho por trás, que era o que me apetecia, mas fi-lo com tanta força que a buzina apitou quando as suas tetas esmagaram o volante!
– Foda-se, e se alguém aparece? Estamos a fazer um cagaçal daqueles…
– São cinco da manhã, não há ninguém na rua!
E a verdade é que ninguém apareceu para se queixar.
– Vamos para o banco de trás!
A sugestão era dela e saltou pelos bancos como um leopardo. Dois segundos depois já lá estava. Por mim não me importava a posição, só queria foder até ao fim da vida. A sua cona cheirava a algas perfumadas – ou então era o cheiro do rio. Fosse o que fosse, deixava-me louco de excitação. Só queria foder, foder, foder!!
Rosário gemia debaixo de mim como uma varina mágica. Se fosse uma hora mais tarde confundiam-na com uma peixeira!
O céu começava já a clarear quando ela, que tomara a posse criativa do projecto em mãos, se lembrou do corolário natural para finalizar uma das noites mais doidas da minha vida!
– Tive uma ideia…
– Então?
– Quero que me comas em cima do capot!
– Em cima do capot? Como a Ana Zanatti no «Lugar do Morto»?
– Não sei do que estás a falar, mas espero que o lugar esteja vivo… Estou-me quase a vir!
A chapa estava quente com o calor do motor e a aragem fria da madrugada fazia um contraste ideal para um par de amantes se exercitar.
E acabámos assim a noite, ela de pernas abertas em cima do carro a vir-se que nem uma maluca, e eu a espetar-lhe o caralho naquela cona até me espirrar esporra pelo cu!
Depois de a deixar à porta, entrei em casa a cheirar a cona, a cu, sexo, a gaja… Meti-me directamente no duche, cansado mas satisfeito, sentindo-me um sortudo e calculando há quantos anos não passava umas horas… tão extraordinárias!
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com