14 October, 2015 Diz-me como gemes, dir-te-ei quem és
O som do prazer e o prazer do som.
A guinchadeira que uma gaja manda a levar com ele é, desde os seus primórdios, um dos factores de tusa mais acentuados e um excelente barómetro para a nossa prestação sexual.
De facto, desde a primeira vez que o metes e ouves aquele timbre feminino que sentes o teu trabalho reconhecido. É bom. É uma palmadinha metafórica nas costas a dizer “bom trabalho, rapaz”, enquanto tu lhe dás a ela umas palmadas metafodas no rabo a dizer “bom trabalho, miúda”.
Nem toda a mulher geme igual ou indo até mais longe: nem toda a mulher geme sequer.
Ninguém gosta de foder múmias. Eu não sou excepção e muito homem partilha desta paixão simbiótica comigo.
Muita tipa gosta de se armar em exagerada (tipica gaja… até nestas merdas) e monta ali um show sonoro capaz de fazer tremer vidros duplos e incitar chamadas para a PSP a denunciar violência doméstica, mas haverá alguma coisa como o gemido perfeito? Existe um nível atingido por uma mulher que seja um indicador inegável que ela está mesmo a apreciar o preenchimento conístico? Não sei. Acho estranho terem descoberto água em Marte e isto permanecer um mistério, mas cada um tem prioridades.
Consegui ao longo da minha vida rotular assim por alto, as carpideiras do chavascal:
- A BONECA DE DESENHOS ANIMADOS
A boneca de desenhos animados geme como… uma boneca de desenhos animados. O timbre é elevado e o intervalo entre os “uhs” e “ahs” são bastante curtos. Usa bastantes diminutivos como “coninha”, “cuzinho” e “caralhinho” (nota do autor: nenhum homem gosta que se referenciem ao caralho com “inho” no fim. Entendidos?). Dá alguma tesão desde que não se entre no campo do exagero, porque ás tantas parece que estamos a foder a Hello Kitty.
- A EXORCISTA
A exorcista é o oposto da boneca de desenhos animados. A exorcista fala com uma voz grave e soa como se lhe tivessem a arrancar um rim a sangue frio com uma faca de cozinha. Talvez atesoante de um ponto de vista quase sanguinário, mas não é a minha praia. Já as apanhei. Ignoro e pelo sim pelo não vou à igreja a seguir.
- A INTERROGADORA DA PJ
É a que enquanto geme, faz-te perguntas: “estás a gostar, não estás?”, “gostas mesmo de me foder, não gostas?” ou “és mesmo cabrão, não és?”. EPA CALA-TE, CARALHO! POSSO FODER EM PAZ?? Isto é sexy em doses mínimas mas elas exageram e tornam toda e qualquer foda num depoimento no DIAP.
- A SEM ALMA
A gaja que consegue gemer de boca fechada. Dona de uma expressão morta e austera, faz-me duvidar se não estou de facto a foder a Noiva Cadáver e isto pode agradar ao Henrique Sotero que vive em alguns, mas à maioria não. Meninas… mais esforço, ok?
- A INFORMADORA
A que faz questão de nos informar da situação em tempo real: “ai estou a gostar tanto”, “aí sabe tão bem” ou “estou quase a vir-me, não pares”. Meus amigos, aqui estou dividido. O saber não ocupa espaço, quando o meu caralho ocupa o espaço dela mas sem dúvida que se ela não se cala por um bocado e apenas geme por prazer, todas as boas intenções por detrás disto são desvirtuadas.
- A VITIMA
A minha preferida. A vitima geme a alto e bom som, cagando de ainda mais alto para quem está a ouvir seja a 10 metros ou a 10 kilómetros (porque é até aí que se consegue ouvir). Soa mesmo como se tivesse a ser vitima de um ataque sanguinário mas em vez de uma faca é um facaralho. Á grande e à francesa, a vitima gosta mesmo de levar com ele que nem gente grande e gosta de gritar esse facto ao mundo a plenos pulmões.
Tudo o resto são variantes, misturas ou intervalos de expressão verbal entre estas. Isto serviu mais para vos arrancar um sorriso do que outra coisa e talvez vos faça lembrar de algum momento ou alguém do passado, mas a verdade é esta: cada caso é um caso.
Desde que seja sentido e real, qualquer merda de gemido é bom de se ouvir.
Boas fodas e até domingo.
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.