04 Juni, 2018 Um péssimo date - Parte I
Resisti e tentei não lhe dar, mas nem todos somos feitos de ferro e chegamos a um ponto em que dobramos.
Ao estarmos sozinhos há algum tempo, chegamos ao ponto em que, por vezes, deixamo-nos cair na mais velha das mentiras, contudo em vez de encarar um encontro de forma negativa há que o encarar como mais uma aprendizagem. Um homem poderá fazer-te de parva uma vez, mas não duas nem três vezes. Para parva, parva e meia.
Nunca lhe liguei muito, mas ele era mais um igual a todos os outros, mais um insistente na internet. Ainda dou algumas abébias, pois não podemos estar sempre na defensiva, porém não tenho culpa de vires com o peito cheio para cima de mim, dizendo que fazes isto ou aquilo se no teu cérebro não tens nada?
O Gonçalo tinha trinta e três anos. Era um homem lindo de morrer e eu até pensei que ele só poderia estar a brincar comigo, pois eu só tinha vinte e quatro anos na altura.
Começou por colocar conversa na internet a dizer as coisas mais básicas de sempre e com um português que deixava muito a desejar. Deixei-o a marinar uns quantos meses na minha caixa de correio, no entanto há dias que não são dias.
Cheguei possuída com os nervos que apanhei ao longo do dia de trabalho. Não tinha nada combinado para aquela noite e eu só queria descontrair. Pensei no Gonçalo.
- "Queres vir tomar um café comigo hoje à noite?" - escrevi-lhe.
Sem demoras responde-me. Ele morava a oitenta quilometros da minha localidade.
"Olá linda! Sim. Sem dúvida que quero. Onde e a que horas?"
Só de pensar que neguei vezes sem conta um encontro com ele! Começou por me convidar para um café, entretanto passámos para um sumo de laranja e terminou convidando-me para uma corrida ao longo do paredão.
Combinámos um local e uma hora. Eu cheguei uma hora e meia atrasada. A vontade de estar com ele já me tinha passado. Primeira vez que estou com ele, frente-a-frente.
Ao chegar perto dele o que me chamou logo à atenção nem foi a sua altura, mas sim o seu tom de voz. Era tão sensual ao vivo e a cores, ele ainda era mais gato do que nas fotografias.
Depois de acabarmos com a conversa formal do início disse-me:
Como já era tarde, pensei em preparar a minha famosa sangria. Os meus amigos gabam-na muito.
Trazia com ele um garrafão de cinco litros daquele maravilhoso néctar. Naquela noite, apenas conversámos até o sol nascer, mesmo que ele tenha tentado colocar a sua mão na minha perna e até me tenha tentado fazer algumas carícias no meu pescoço e cabeça. Dei-lhe para trás, pois estava a gostar apenas da conversa. O bonús poderia ser que aparecesse um dia mais tarde.
Ao despedir-me dele, este pergunta-me o que iria fazer no dia seguinte ao qual eu respondo que estou de folga e que iria passar esse dia na praia.
- Queres companhia? Eu só saio às duas da tarde, mas eu venho cá ter. - diz-me.
- É como entenderes melhor Gonçalo. - respondi-lhe.
Despedi-me dele e cada um fez o seu caminho para casa. O Gonçalo ao chegar a casa envia-me uma mensagem:
"Já estou em casa fofinha. Bons sonhos. Até amanhã linda."
No dia seguinte, como eu tinha pensado, fui até à praia. Não dormi quase nada, mas também não havia qualquer problema, teria tempo para isso na praia.
Ao chegar à praia não tive qualquer problema em estacionar, até achei que fosse um milagre ou apenas um dia que começou cheio de sorte. Estacionei o carro, enviei uma sms ao Gonçalo a dizer-lhe a minha posição relativa ao seu mapa e fui até ao bar de praia que estava ali perto do meu carro.
- Queria alugar uma espreguiçadeira e um chapéu. - disse ao empregado que estava junto ao balcão do bar.
- Os meus colegas que estão no areal tratam de si – respondeu-me com um sorriso.
Um empregado alto, esbelto e deliciosamente negro com um sorriso e uns lábios tão gostosos, disse-me que poderia escolher qualquer chapéu, pois o areal estava ainda vazio.
Aquele chocolatinho andante lá me ajudou com a espreguiçadeira e depois questionou-me se desejava algo mais.
- Apetecia-me um chocolate, mas com este calor vai derreter-se todo e vai pingar sobre mim... e depois quem vai lamber o chocolate que se derramou? - digo-lhe enquanto esboço um sorriso matreiro.
- Ah.. pois.. é... - respondeu-me atrapalhado.
Não o deixei terminar a frase e digo-lhe:
- Pode trazer um café e um copo de água para começar.
- Com certeza. - diz-me já afastado de mim e a avançar com um passo acelarado ao longo do areal.
"Sou uma mulher solteira e não devo nada a ninguém", pensava para mim enquanto imaginava mil e um cenários com aquele chocolatinho andante. Aquelas nádegas vincadas nos calções brancos da farda do bar... Que deliciosa visão!
Nunca mais troquei uma palavra com aquele empregado, pois depois de tomar o café ainda li um pouco do livro que levei comigo, mas o sono foi mais forte do que eu.
Acordo com alguém a passar-me as mãos nas costas. Acordo sobressaltada, pois esqueci-me que tinha enviado sms ao Gonçalo.
- Olá princesa! - disse-me com um sorriso enorme.
- Heyyy!... Já chegaste? - Respondo-lhe num tom sonolento.
A tarde foi passada num longo jogo de gato e rato. Ele queria beijar-me, abraçar-me. Dizia as coisas acertadas, as coisas que uma mulher quer ouvir. Falamos em respeito e em limites ao longo de uma noite escaldante.
Resisti e tentei não lhe dar, mas nem todos somos feitos de ferro e chegamos a um ponto em que dobramos. Beijamo-nos dentro de água e começam aí os toques... os amassos... O calor do sol na nossa cabeça, o fresco da água que refresca o nosso corpo e mente, mas agora nem a água me refresca. Começo a sentir algo entre as minhas pernas, pois ele abraçou-me com todas as forças que tinha. Queria-me, contudo eu não.
Ali?!.. Assim?!.. Nem penses!... Se ele fosse um namorado talvez, mas um que apareceu do pé para a mão?!... Não sejamos tão malucos assim!
Regressamos ao chapéu e ele continou com as carícias. Aquele homem estava a ver se me endoidecia. Desaperta-me os laços do meu triquini.
- Mas que raio estás tu a fazer? Olha que isto não é uma praia de nudistas! - disse-lhe.
- Calma fofinha. Tens isto um pouco para o laço. - respondeu-me prontamente.
Quando acabou de apertar o que tinha desapertado começa a massagar-me, a mexer e a remexer ao longo do meu corpo. Não o proibi. Aquelas carícias depois de sair de dentro de água sabiam tão bem e há tanto tempo que ninguém me tocava assim, tão carinhosamente.
A tarde foi avançando e ao vermos as horas ele diz-me que tem que ir andando, que tem que ir passear a sua cadela, eu aproveito a sua deixa e vou para casa também.
Beija-me ao chegarmos perto do carro e diz-me:
- Amanhã vem jantar comigo, por favor.
- Vens ter comigo novamente? - respondi-lhe rapidamente.
- Vem ter comigo fofinha..Quero cozinhar para ti. - disse-me com um olhar ternurento.
- Vou pensar no seu caso.
E ficámos assim falados. Eu entrei no carro e meti-me a caminho de casa e ele fez o mesmo.
(continua...)
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...