30 Januar, 2020 Bucket List
Observar-te a entrar no quarto, a pousar a mala e despir a camisola. Surpreender-te...
Esperar que saias de casa.
Entrar à socapa.
Perscrutar no ar a tua essência em cada uma das divisões.
Sentar-me no sofá da sala onde coças a racha em frente à televisão.
Beber na cozinha pelo copo que a tua boca tocou ao pequeno-almoço.
Procurar na casa de banho a tua roupa suja.
Cheirar-te o soutien suado.
Cheirar as tuas cuecas salgadas, com um ou dois pêlos colados aos vestígios dos teus sucos vaginais.
Deitar-me na tua cama, no vinco ainda quente do teu corpo ausente.
Folhear o livro marcado que tens na mesinha de cabeceira.
Encontrar nas gavetas as fotografias íntimas do teu passado.
Descobrir o teu vibrador, ainda com resquícios de cona.
Lambê-lo.
Deixar-me envolver pelo desejo de que estejas ali e adormecer por breves instantes.
Acordar sobressaltado ao ouvir-te girar a chave na fechadura.
Esconder-me rapidamente dentro do guarda-fato.
Observar-te a entrar no quarto, a pousar a mala e despir a camisola.
Surpreender-te a cheirar o sovaco esquerdo.
Contemplar-te enquanto despes as calças e a tua minúscula tanga se revela.
Distinguir o redondo das tuas nádegas e a forma como o fino tecido das cuecas separa cada uma delas ao adentrar pelo rego do teu cu.
Ver-te agachar para despir as cuecas.
Divisar-te os pêlos escuros da cona nua, que quase trepam ao buraco do ânus.
Ver-te cheirar as cuecas antes de as atirares para o chão.
Ver-te flectir ligeiramente as pernas, passar os dedos pela racha e levá-los ao nariz.
Apanhar-te a coçar o cu.
Seguir-te quando sais do quarto e entras na casa de banho.
Ver-te mijar.
Ver-te limpar a cona com papel higiénico.
Observar-te a entrar no banho sem fechar as cortinas.
Ver-te abrir a torneira e deixares o corpo inundar-se na água corrente.
Ver-te ensaboares-te toda, apalpares-te toda com espuma branca nos dedos.
Notar que fechas os olhos quando as mãos te atingem entre as pernas.
Observar-te a estremecer e gemer delicadamente ao esfregar ali, nas regiões mais quentes do teu corpo.
Notar que te enxaguas bem.
Cuidar como fechas a torneira e alcanças a toalha toda a pingar.
Ver-te enrolares-te nela e seguires para o quarto, sem te secares.
Ver-te a limpares-te bem, a limpares-te toda, a secares bem a pintelheira, que se arrebita sob os teus gestos brutos.
Testemunhar como deixas a toalha escorrer para o chão e permites ao teu corpo o conforto fresco da nudez.
Ver-te ao espelho, a sorrir como quem gosta do que vê.
Ver-te passear pelo quarto a abanar as nádegas e as mamas.
Ver-te acender um cigarro.
Reparar que dás a primeira baforada de olhos fechados.
Apanhar-te coçar em baixo, no meio das pernas, onde gotículas rebeldes te fazem cócegas.
Presenciar como fumas até ao fim, apagas o cigarro e te deitas na cama, sem te cobrires.
Ver-te brincar com os pintelhos.
Ver como te masturbas por um momento antes de te deixares levar pela moleza.
Observar como te viras de bruços e adormeces.
Ouvir a tua respiração iluminar o quarto.
Olhar para o teu cu exposto, com as nádegas ligeiramente afastadas.
Medir-te bem o rego, o espaço virgem entre os dois buracos, a cona semi-adormecida e o ânus oculto entre as nádegas.
Pé ante pé, chegar-me muito ao pé de ti.
Cheirar-te o cu e a cona frescos, perfumados.
Recuar e despir as calças e as cuecas.
Voltar à cama e ajoelhar-me sobre as tuas pernas.
Cheirar-te de novo as partes baixas e sentir na face o calor doce que emana do teu sexo.
Afastar-te as nádegas com as duas mãos, de forma a descobrir a gruta oculta do teu cu.
Lamber-te o cu. Meter a língua bem lá dentro.
Ouvir-te suspirar em cima da respiração.
Deixar-te pensar que é tudo um sonho.
Abrir-te mais um pouco e lamber-te a cona.
Ouvir-te suspirar ainda mais alto, quando a minha língua aflora o teu clitóris.
Afastar-me um pouco e apalpar-te as nádegas bamboleantes.
Meter-te um dedo na cona, o polegar no cu e deixar que um terceiro dedo te esfregue o cimo da racha.
Auscultar-te a respiração acelerada.
Sentir nos dedos o líquido que começa a formar-se abundante nos teus buracos.
Ouvir-te gemer fora de ti, dentro do sonho.
Acariciar o meu caralho teso.
Sentir-lhe a cabeça líquida entre os dedos.
Ajeitar-te o corpo no ângulo mais propício.
Passar-te mão na cona molhada para conferir a tua humidade. Confere.
Penetrar-te fundo logo à primeira estocada.
Acordar-te.
Ouvir-te gemer alto, surpreendida mas imediatamente disponível.
Começar a foder-te como se não houvesse amanhã.
Sentir o teu cheiro a cona chegar-me ao nariz.
Sentir-te exalar um hálito quente que se confunde com o cheiro do sexo.
Sentir o caralho duro e fervente, como se estivesse enterrado numa caldeira.
De repente, sem aviso, virar-te ao contrário.
Subir por ti acima e enterrar-te o caralho na boca.
Sentir a tua língua grossa e molhada à volta da glande.
Sentir o embate do fundo da tua garganta.
Ouvir-te estrebuchar e gemer ao mesmo tempo, como se não pudesses respirar mas não quisesses respirar.
Tirar-to da boca como se tira um rebuçado a uma criança.
Virar-me ao contrário e voltar a enfiar-to na garganta, esticando-me todo para te chegar à cona.
Lamber-te a cona.
Foder-te a boca enquanto conto até 69.
Descortinar dentro de mim um tsunami de esperma a subir desde os tomates.
Parar.
Parar para fazer durar.
Virar-te de novo e pôr-te de joelhos, com o cu para o ar.
Aplicar-te sem cerimónia duas violentas chapadas no rabo.
Ouvir-te ganir como uma cadela ferida.
Erguer-me atrás de ti.
Afastar-te as nádegas e cuspir-te para o buraco mais próximo.
Descer calculadamente até pousar a farpa na orla do teu cu.
Enterrar-me todo no teu cu.
Entrar e reentrar lentamente no teu cu.
Acelerar em crescendo dentro de ti.
Bombar freneticamente até deixares de gemer, até deixares de tremer, até começares a gritar.
Sentir que não aguento mais.
Sentir que não aguentas mais.
Sentir as tuas pernas a tremer, o teu cu a tremer, todo o teu corpo a tremer em resposta à minha enrabadela.
Tirar-me de ti.
Virar-te para mim.
Vir-me na tua cara.
Vir-me na tua boca.
Vir-me nas tuas mamas.
Vir-me no teu rabo.
Vir-me por todo o lado em cima de ti, até parecer que saíste de um banho de esperma.
Gritar aos céus todo o prazer que liberto.
Respirar fundo.
Fechar os olhos.
Respirar mais.
Baixar-me para ti, beijar-te na boca e dizer-te: «Meu amor!»
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com