02 Mai, 2017 Dia do Trabalhador: Trabalho Sexual é Trabalho
É preciso reconhecer os direitos e deveres de que exerce Trabalho Sexual!
Ontem, dia 1 de maio, celebrou-se o Dia do/a Trabalhador/a. O Porto G reafirma a necessidade de reconhecer os direitos e deveres das mulheres, dos homens e das pessoas trans que exercem Trabalho Sexual!
No Primeiro de Maio, em Portugal e em diversos países por todo o mundo, é celebrado o Dia do/a Trabalhador/a, data que "tem por objetivo chamar os povos para uma profunda reflexão sobre direitos adquiridos, senso de cidadania e união popular".
Neste dia, o Porto G relembra que há muitos/muitas trabalhadores/as que não têm os seus direitos laborais garantidos, onde se incluem os/as trabalhadores/as do sexo (TS), em Portugal e em outros países do globo.
Aproveitamos, assim, para reafirmar a necessidade de reconhecer os direitos e deveres das mulheres, dos homens e das pessoas trans que exercem Trabalho Sexual.
O Porto G intervém, desde 2008, com TS, tendo contactado até hoje mais de 2000 pessoas que realizam esta actividade. Este trabalho de proximidade com e para esta população demonstra a existência de uma heterogeneidade de experiências vivenciadas pelos/as TS, que, de forma alguma, podemos reduzir a uma só – a da TS mulher submissa, explorada e vítima.
Para além de mulheres, homens e pessoas trans realizam esta actividade numa lógica de trabalho e não de exploração, com horários, preços e condições de exercício definidos.
Os inúmeros mitos associados ao Trabalho Sexual, e que habitam o imaginário das sociedades, apenas reforçam para a marginalização do fenómeno e, consequentemente, dos/as seus/suas atores/actrizes, contribuindo, assim, para o aumento da vulnerabilidade a que estes/as podem estar expostos/as.
O vazio legislativo que retira direitos e deveres aos/às TS não pode/deve ser fundamentado por uma ótica moralista. É urgente uma intervenção do estado que inclua, verdadeiramente, as partes interessadas, isto é, as/os pessoas que exercem esta atividade.
A APDES, de que o Porto G faz parte, defende que o Trabalho Sexual deva ser reconhecido como Trabalho, acreditanto ser esta a única forma de serem assegurados os direitos dos/as TS. Defende, igualmente, a implementação de medidas promotoras de integração social destas pessoas, capazes de combater o estigma que limita o pleno exercício da cidadania por parte das mesmas.
Contacta-nos! Vamos até ti!