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31 julho, 2016 Pronto-a-foder

Vestir para foder: quando a roupa está no caminho.

Eu não sou antropólogo, mas tenho a ideia que algures no tempo, nós andávamos todos nus de um lado para o outro até alguém ter morto um bicho peludo e ter feito umas vestes. E umas pantufas. Aposto que fizeram pantufas.

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Mas houve uma altura que andávamos com o nabo e a chaboita de fora de um lado para o outro a viver a nossa vidinha. As coisas evoluiram, o frio apertou, alguém se lembrou de dizer que andar nu era algo indecente e é por isso que hoje andamos todos de calças e t-shirt. Aposto que estão impressionados com a minha capacidade de resumir alguns milhares de anos em poucas linhas, mas toda esta questão de roupa, do que se usa ou não se usa tem uma forte influência na nossa líbido e disposição para foder. Ou até impedir-nos de foder. Estou a mentir? Pensem lá no tempo que aquela gente na época medieval demorava a tirar aquelas sete saias e espartilhos. Dama de companhia que tivesse de cona aos saltos, tinha de programar as fodas com algumas horas de antecedência só para tirar aquela merda com ajuda de equipamento de desencarceramento.

A roupa tanto pode ser um convite a uma sessão de chavascal nos lençóis, como um entrave ao mesmo. E basta tomar atenção ao que acontece por alturas da primavera que quando a primeira andorinha passa a voar, o primeiro decote a mostrar metade das mamas também aparece e isto não é coincidência. Concordo que o calor também aperta e que é mais fresquinho se usarmos menos roupa, mas as feromonas não enganam nem o tesão com que ando pela rua nesta altura. Há que dar crédito àquele pessoal das colónias de nudistas em não andarem o tempo todo a foder uns com os outros (ou assim acho), mas também é uma prova que a roupa certa no local certo deixa mais espaço à imaginação.

Eu não acho que haja um estilo mais ou menos provocante para a mulher como um todo, penso que há um estilo mais ou menos provocante para uma mulher em particular. Nem tudo fica bem a todas, amigas. Não é por usarem algo a ver-se as trompas de falópio que estão mais provocantes que uma mulher que usa um véu a tapar a cara.

Mas vistam o que vestirem e usem o que usarem, o que se tem vestido ou não na altura de foder, vai determinar muita coisa que irá ou não acontecer nos próximos minutos. Sabem como é que nos filmes um casal entra aos encontrões num apartamento, a despir a roupa um ao outro e tudo aquilo é muito bonito e sensual e corre tudo sempre bem? Pois, na realidade a coisa não tem tanto glamour se usarmos a combinação certa da roupa errada. De verão está tudo bem porque andamos com um número limitado de peças de roupa e a coisa tem a tendência para 1,2,3 e voilá estamos nus. Que bom era que isto fosse sempre assim e que em dois toques de magia conseguíssemos manter aquele flow de excitação, aquela tesão de raiva em querer despir a outra pessoa em segundos e tudo se manteria em chamas ardentes durante todo o processo. Mas não é assim sempre, pois não?

Porque existem coisas chamadas, botas, sapatos, cintos que prendem, soutiens que não desapertam à primeira, botões dificeis e tudo e mais alguma coisa para deixar dois seres humanos mortinhos de tesão à beira de um ataque de nervos.

Nada quebra mais a tesão do momento do que uma senhora se conseguir despir em segundos (ou a despirmos) e um gajo fica ali armado em manequim da Giovanni Galli a tentar não rebentar os botões à própria camisa. Se fores o dono sortudo de um stock de camisas infinitas a custo zero ainda bem para ti, mas os restantes seres humanos têm de as pagar e isso implica que não as podemos rasgar a todas. Aliás, se algum homem fez isso por ti, os meus parabéns. Casa com ele! Não se pode planear sempre as fodas, mas eu costumo usar sempre uma coisa que me facilita sempre a coisa: ténis (ou sapatilhas se tiveres para lá de Coimbra). Uma coisa é certa: gajo que tira o que tem nos pés de forma rápida, vai conseguir meter o nabo no que ela tem no meio das pernas também de forma rápida. O segredo está então nos pés... e no amor que temos ou não às nossas camisas.

Só mais uma coisa: não fodam de meias. Isso é estúpido.

Até quarta e boas fodas.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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