28 abril, 2021 O dildo é o melhor amigo do homem
O dildo não morde se for bem ensinado.
Ainda me recordo da primeira vez que vi um dildo. Foi numa sex shop e achei a coisa bastante intimidante, porque me apercebi com o que estava (alegadamente) a competir: um rijo caralhão robótico negro de mais de 20 centímetros que não precisa de pausas para recuperar e (por norma) cumpre sempre o seu orgásmico objectivo. Se virmos as coisas por este prisma, é de um gajo cortar a picha e dar de comer aos pombos, só para que alguém realmente tenha prazer no bico. Mas o dildo não deve ser encarado como um rivaL, mas sim como um companheiro, um fiel amigo.
Todos os dildos são vibradores, todos os vibradores são dildos ou estamos a falar de coisas diferentes? Dildos me fodam se não esclarecemos isto. Um dildo pode ou não vibrar, mas continua a ser um dildo e um vibrador é um vibrador porque vibra, pese embora, tenham formatos parecidos e servem para enfiar no mesmo sítio. Confusos? Ainda bem, porque não estamos aqui para discutir semântica de sex toys. Agora que já esclarecemos isto, vamos meter tudo no mesmo saco para efeitos de facilitar a conversa.
Longe vão os tempos que falar de brinquedos sexuais era motivo de risinhos idiotas acompanhados de mão na boca, como se estivéssemos a falar de algo proibido. Hoje em dia, até os sacam da mala e os metem em cima da mesa do café se for preciso. A democratização do dildo também trouxe alguns problemas, porque trouxe algum receio ao sexo masculino que o encarou como uma afronta à ditadura da pila tradicional. Existe aqui um fenómeno estranho e que carece um estudo aprofundado: um homem é capaz de bater uma a ver porno de uma gaja a usar um dildo, mas se ouve alguma gaja a dizer que se satisfez com um dildo fica com uma espécie de ciumeira, como se tivesse sido preterido em prol de uma merda sem jeito nenhum.
Pensar assim é como julgar que uma punheta consegue substituir uma gaja e todos sabemos que isso é totalmente rídiculo. Já se um casal introduzir o dildo na foda como meio complementar, a coisa ganha ainda contornos mais curiosos. Nós gostamos de ver a pessoa a usar o dildo à nossa frente, mas às tantas ficamos com receio de não estarmos a conseguir dar o mesmo prazer que aquele objecto fálico vindo do espaço. Por outro, quando a mulher passa o dildo para as mãos de um homem, é que se vê realmente quem são os Homens com H e não vou mentir: não é nada fácil manusear aquela merda. Nunca se sabe se estamos a fazer a coisa como deve ser e é um bocado como ter uma gaja a bater-nos uma: é fixe, sabe bem, mas a minha mão tem mais experiência.
O ideal - na minha modesta opinião - é tornar o dildo numa espécie de amigo, companheiro de foda e achar um meio-termo para a coisa, ou seja, fazer uma tag team de pila humana & pila robocopiana. Ainda há semanas tive a oportunidade de o meter numa gaja que se estava a masturbar com o dildo ao mesmo tempo e devo dizer que sentir aquela vibração na picha até é agradável. Claro que ao fim de uns minutos percebi que o dildo é que ia fazer a gaja vir-se, enquanto eu estava ali a dar bombadas à toa. Pegando em todos estes factores e pesando-os, concluimos o seguinte:
1) O dildo fez a gaja vir-se.
2) Eu vim-me.
3) O sol nasceu no mesmo lugar no dia a seguir.
O dildo é nosso amigo e deve ser estimado. Respeitem o dildo.
Boas fodas e até domingo.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.