21 fevereiro, 2021 Inexperiência sexual virtual
Também se perde a virgindade no ciberespaço.
Ninguém nasce ensinado a foder, tirando algumas moças cuja cona foi marcada pelo Diabo tal é o nível de motorização de origem. Mas nós - os comuns mortais - estamos destinados a uma vida de constante aprendizagem sexual. Será que lhe meto a pila neste buraco ou no outro? Será que ela se veio? Será que é normal ela ter pila e eu estar a mamar-lhe na gaita? Tudo questões perfeitamente normais, certo? No entanto, este novo normal que já começa a cheirar a podre de tão velho que se tornou, trouxe à baila a questão do sexo virtual e isso tem muito que se lhe diga.
Virtualmente todos sabemos o que há a fazer. Eu de um lado de tirolês na mão e alguém do outro a enfiar a dedunga na colmeia. Na realidade tudo isto é muito mais complexo do que parece, porque é a primeira vez na história da humanidade que são necessários conhecimentos básicos de sistemas de comunicação digital para um gajo se esporrar. Poderá o astuto leitor argumentar que todos aqueles menos versados na lingua-mãe do Bill Gates e do Steve Jobs poderão recorrer ao bom e velho "phone sex" e eu gostaria de mandar o astuto leitor de volta para a caverna do período paleolítico de onde ele saiu com essa ideia de merda. Calma, isto está mal, mas nem tanto.
Nada contra ouvir a voz de alguém a gemer para me dar tusa, mas se existe uma alternativa que me possa dar um vislumbre de um belo naco de alcatra vaginal ao mesmo tempo que espanco o palhaço bêbedo, então é essa a minha opção. Existem duas vertentes do sexo virtual: a profissional e a amadora. A primeira, tal como a sua congénere física, não carece de tanta conversa da treta ou fingimentos de parte a parte durante uns minutos em que ambos estão a pensar no mesmo mas ninguém quer dizer. A vertente amadora, confesso que me dá mais tesão ver uma amiga a jorrar cataratas pelas pernas no ecrã do meu telemóvel, tem aquele problema de ser uma coisa que tem de ser desenvolvida com o tempo e aqui reside todo o problema da inexperiência sexual virtual da maioria da população confinada.
Aposto o colhão direito do namorado actual da minha ex-namorada em como houve algum génio neste país que ouviu "vamos foder pelo PC" e ele entalou a picha no portátil por julgar que o convite era para foder - literalmente - pelo PC. Gente amiúde espalhada por este Portugal em lockdown que quis fazer sexo virtual, ligou a câmara e depois ficou em silêncio à espera que a outra pessoa fizesse algo até a coisa se tornar tão incómoda que ambos se deixaram de falar. Autênticos burgessos que lá arranjaram um bagacinho para flirtar e se lembram de pôr a piça de fora logo na primeira chamada sem qualquer tipo de aviso prévio. Até a Protecção Civil manda alertas, caralho!
Sexo Virtual amador, tal e qual o sexo amador (vulgo, "pessoas que fodem sem pagar") é uma coisa que se vai aprendendo a fazer e inclusive se melhor com o tempo. Hoje és um coninhas encavacado que não sabe o que fazer quando a gaja diz que está a ficar molhada, amanhã és o capitão fodas virtuais que as faz despir com um emoji. Tal como em tudo, a pressão não leva a lado nenhum e há que trabalhar em outras competências no que toca ao sexo virtual: o sentido de humor, a sensualidade das palavras, o timing e até mesmo conseguir escrever com uma mão no telemóvel e outra no caralho.
Boas fodas virtuais e até quarta.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.