05 avril, 2018 Twisted – Parte II
"Quero mostrar-te um sítio onde estarás mais à vontade" - sussurrou-me...
Como diz o provérbio: “Quem semeia ventos colhe tempestades” e eu nem fazia ideia do que me esperava...
(continuação de "Twisted - Parte I")
São exatamente 18H33. Recebo uma mensagem.
“Nova ordem : desce.
Estou à tua espera no carro.”
Ao ler a mensagem fico com o coração acelerado, mas rapidamente respondo:
“Acalma-te lá um bocadinho, que tenho coisas a terminar aqui no escritório.
Dá-me cinco minutos.”
Mal sabe ele que nunca são cinco minutos.
Após uma longa e demorada espera, fui recebida no carro com um beijo quando na verdade entendia, pelo seu olhar, que queria era apertar-me o pescoço. Eu até nem me importava, tendo em conta que estou aberta a novas experiências, mas finjo não entender.
“Estás preparada? - perguntou-me - “ Esta vai ser a noite da tua vida.”
Encaro-o intrigada e questiono sobre isso. Com uma voz confiante e com um sorriso travesso responde-me, apenas:
“Minha querida, vinte anos só se comemora uma vez!”
Fico com aquelas palavras no pensamento ele conduz até que sem qualquer explicação ele dá-me uma nova ordem.
“Abre o porta luvas. Tira a venda e coloca-a.” - disse-me num tom autoritário.
Fazendo aquele meu ar de quem não estava a entender nada do que me dizia, finta-me e continua: “Só em ordem contrária é que a poderás tirar.”
Assumi o papel que me estava a ser atribuído. Agradava-me, apesar de me sentir receosa. Coloquei a venda e assim seguimos viagem.
Após curva e contra-curva o carro parou.
“Nova ordem” - disse-me - “Tira as cuecas.”
Eis que começo a deixar a ansiedade tomar conta do corpo. Não sei o que esperar, mas ainda assim acedo à sua vontade e saio do carro. Encaminha-me até ao local aliciando partes do meu corpo, mas a dúvida permanece e pergunto-lhe: “Onde me levas a jantar?” Ao qual me respondeu:
“Fica descansada, eu vou matar a tua fome.”
Fico atordoada com as suas palavras e permito-lhe que me encaminhe até ao que tanto me esperava.
Estou perante uma porta negra, enorme por sinal. Ele pega-me na mão e faz um gesto para que o siga. Ao entrar entendo onde estou. Era um clube de swing.
O espaço parecia aquele típico coffee shop estilo americano, tal como vemos nos filmes, umas mesas encostadas às janelas e outras corridas, os lugares sentados parecem sofás, a presença de bancos ao redor do balcão, mas algo à parte desta descrição me saltou à vista. As luzes em torno das mesas. Umas verdes, outras vermelhas, dispostas de forma alternada.
“O que significam aquelas cores? ” - pensei, mas rapidamente entendi.
Enquanto olhava à minha volta encantada com o que me rodeava tinha reparado num casal que estava sentado numa mesa, ali perto. A sua mesa tinha luz verde e foi essa a mensagem que passaram para o casal que não tardou em ir ao seu encontro. A luz vermelha seria a indisponibilidade ou um apenas "não, por agora", mas a luz verde era a aceitação, a carta branca para bons momentos e novas experiências. Reparei ainda que entre eles houve uma breve troca de palavras, toques e risos uníssonos, até que uma das mulheres pega na mão da outra e a encaminha para o fundo da sala enquanto os homens as seguem. Pensei: “O que irão eles fazer por trás daquela cortina? Mas o que há por trás daquela cortina?"
A cada segundo que passava a minha mente tornava-se mais curiosa, mas algo interrompe o meu pensamento. Sinto os dedos do meu giraço a tocarem na minha perna e a encaminharem-se, vagarosamente, para o meu sexo. Este que porventura está excitado por imaginar as tantas novidades que nos rodeiam e que nos esperam.
Um casal aproxima-se. Perguntam se se podem sentar. Num tom trémulo respondo que sim, mas o meu loiraço já se tinha adiantado e o casal já estava sentado. Estava tão nervosa que não conseguia responder nos timings certos.
O casal emanava confiança e determinação como quem já praticava swing há imenso tempo. Depressa se aperceberam que era a nossa primeira vez.
A conversa fluia livremente e aos pouco sentia-me cada vez mais à vontade. As investidas começavam. A mulher, cuidadosamente, tocou-me com o dedo indicador, fazendo-o deslizar delicadamente do meu ombro até à cintura.
“Quero mostrar-te um sítio onde estarás mais à vontade” - sussurrou-me aquela mulher com um peito lindo e voluptuoso ao meu ouvido.
“É AGORA!” - pensei, numa mistura de medo e de ansiedade, mas que no fundo era o que eu mais queria.
Passámos as tais cortinas. "Afinal era isto!" penso.
Conduziu-me por um corredor escuro até que me largou a mão e tirou da sua pequena pochete uma chave. Enquanto ela abria aquela porta o meu coração batia descontroladamente. Conseguia senti-lo na minha garganta.
Deixo que entrem todos à minha frente. Queria perceber o que estava a acontecer à minha volta e admirar cada pormenor. Lá dentro, como suposto, havia uma cama. Uma cama não, uma grande cama, uma cama King Size, que sem dúvida permitia momentos de muita loucura. Do lado esquerdo um espelho enorme na parede e outro ainda no tecto. Dei por mim a imaginar as tantas perspectivas que isso poderia oferecer e excitava-me com a ideia. Do lado direito encontrava-se um sofá onde o meu amor e o nosso novo amigo já estavam sentados, como crianças bem comportadas em troca de um doce... (Homens!!). Em frente à cama o verdadeiro espectáculo. Aquele jacuzzi estonteante trabalhado em placas transparentes. Quantas visões!
A mulher ao ver que apenas observava sem dar qualquer tipo de avanço, estende-me a mão e com um sorriso atrativo diz-me “Anda querida!”. Com agilidade atira-me para a cama. Coloca-se sobre mim. Beija-me os lábios carinhosamente, mas com o calor da situação sinto-me a beijá-la fervosamente. Beija-me o pescoço com lentidão.
Ainda hoje recordo esse momento, com um sorriso maroto nos lábios, cada beijo, cada toque, cada dentada.
Começa a descer. Enquanto isso vai-me despindo. Chega ao meu umbigo. Deposita-me beijos húmidos ao redor do umbigo, enquanto a sua mão vai explorando o meu sexo. “Estás tão molhada” - diz-me com a sua boca colada à minha. Lambe os dedos que contêm a minha excitação e coloca-os na minha boca. Aquele sabor, tão bom!
Lentamente vai descendo ao longo do meu corpo enquanto me beija, abre-me o máximo que consegue. Lambe-me, chupa-me e desfruta do momento e de mim. Satisfaz-me de uma forma nunca antes sentida. Observo os movimentos dos nossos corpos através do espelho que tinha no tecto. Eu sabia que aquele espelho iria ser a cereja no topo do bolo. Que visão!
Os homens observavam-nos inquietos com ar de quem queria entrar em cena. Ansiavam por nos tomar. Estamos tão envolvidas naquela tesão, provocação e excitação que permitimos que eles se aproximassem um pouco mais.
Noto que o seu marido fixa-me com o olhar. Chegando perto de mim, agarrou-me nos cabelos e diz-me unindo as nossas bocas: "Agora é a nossa vez. Quero-te."
Beijou-me de uma forma selvagem. Embrenhámo-nos um no outro, como se eu fosse uma leoa à procura de um domador. Ao lado observava ao mesmo tempo que tocava no braço do meu loiraço enquanto este investia com vigor na outra mulher. Ele penetrava-a de quatro, enquanto eu estava frente a frente com a meu adversário naquela arena que era tão escaldante e obscena.
No meio de tanta excitação, não sabia onde me concentrar, se nas pancadas que levava ou se na respiração ofegante do meu loiraço ou ainda se na sensação que aquela mulher me oferecia ao remexer nos meus mamilos. Sentia cada açoitada que o meu adversário me dava.
O homem que me excita neste momento vira e rodopia o meu corpo. Usa e abusa de mim. Senti-me livre. Extasiada, mas mesmo assim eu só queria mais. Muito mais. Que sensações. Que prazer. Que orgasmos! Quantos orgasmos !
Depois de trocas e baldrocas estamos os quatro deitados. Fitamo-nos pelo espelho, trocamos carícias e palavras, enquanto o nosso fôlego volta ao normal. Aproveitámos aquele momento para admirarmos os nossos corpos.
Eis que me levanto e me debruço sobre o meu loiraço. "Hey! Jacuzzi?... Sim?..."- pergunto-lhe quase que lhe implorando por mais com aquele olhar de quem não quer que a festa termine assim. "Quero-te agora só para mim!"- ainda na tentativa de o convencer. Cede ao meu pedido e segue-me.
No jacuzzi aguardo até que ele se descontraia e se coloque à vontade. Salto para o seu colo e beijo-o de forma ardente. O outro casal observava o que se passava e quiseram ver ainda mais de perto. Juntaram-se a nós. Sabia como deixá-lo louco. Eu e aquelas rotações que faço com a minha anca, aquelas ondulações. A outra mulher acaricia-me o peito enquanto também ela se colocou em cima do seu homem. Pelos olhares que trocámos entendeu que agora só queria o meu marido e anuiu. Não queria mais ninguém. Estava extasiada. Estava quente. Agarro nos cabelos loiros do meu Apolo e avanço até à sua boca onde o beijo enquanto as minhas investidas aumentavam de intensidade.
“Amo-te” - profere o meu Deus Grego enquanto o orgasmo está quase a ser atingido e as nossas testas encostadas uma à outra. “Vem-te só para mim agora, meu amor” - continuou ele.
Aquele momento foi nosso, apesar dos espectadores e das investidas, mas foi um momento só e apenas nosso.
Não aguento mais. Atinjo o climax num só grito enquanto cravo as unhas nos seus ombros. O casal estimulado pelo nosso espectáculo, ruídos e gemidos segue-se a nós.
Repouso o meu corpo junto dele. Trocamos algumas palavras com o outro casal.
A experiência acabou e cada casal seguiu o seu rumo.
Ao entrarmos no carro depositei-lhe um beijo tão fogoso quanto possível e disse-lhe com um sorriso gratificante e satisfeito na cara: “Obrigada.”
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...