15 août, 2019 Poema com pêlos no cu
Estava eu ruminando baixo o alto…
…de suas vénus moradias alugadas…
…grunhia ela ordens vãs de puta a metro…
…cagava eu para a língua das escravas…
…quando nisto um crepitar me alvitra…
…um flato, um gás, um cheiro cru…
E se em vez de lhe ir à crica…
…lho metesse hoje pelo cu?!
Viu-se desavinda a criatura…
…que não, nosso senhor mortalizava…
…mas então a picha dava-me tão dura…
…que eu até a própria virgem enrabava!
Para efeitos de a trazer à vaga esperança…
…lambi-lhe forte e feio o fundo falso…
…e foi tal a matemática mudança…
…que voluntária se meteu num belo quatro!
Posto assim o reles ónus da beleza…
…aberto tanto o olho sujo hipnotizante…
…cheguei a temer pela limpeza:
– Terei eu caralho bastante?!
Ia já indo sem defesas nem falácias…
…feito bruto, possuidor de nenhum zelo…
…enfiar-lho entre as nádegas rosáceas…
…quando, infame, lhe detecto um pêlo!
Desconhecedor de tal destreza capilar…
… querendo cu, mas não querendo temê-lo…
…perguntei-me: que fazer…
…tirá-lo?!
Responde-me ela: não, parvo…
…metê-lo!
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com