21 juin, 2021 Iminente - Parte II
Sei que ela quer tanto quanto eu...
A Cleo era uma raposa dissimulada em vestes de ovelha. Num momento de acto arrojado, conseguiu tirar o meu número do telemóvel da sua irmã Irina.
As mensagens fluíam numa forma bastante fácil. Contudo eu estava confiante.
Desde a última vez que estivemos juntos com os nossos amigos que nunca mais a vi. Numa das saídas em que a Irina apareceu e a ausência da Cleo fez-se sentir, não consegui não questiona-la sobre a ausência da sua irmã.
- O que é que tens tu a ver com isso?
A Irina respondeu-me como quem tem sete pedras numa mão e com um tom bastante intragável. Ao longo da noite não dirigimos mais a palavra um ao outro, contudo a sua irmã tinha muito a dizer-me. Mensagem atrás de mensagem e eu conseguia ver o desconforto que aquilo causava à Irina, mesmo esta ainda sem saber que estava a trocar mensagens com a sua irmã.
“Onde estás pequenina?” , escrevi-lhe.
Pouco tempo depois recebo a resposta.
“Estou a trabalhar. Hoje calhou-me a mim o turno noturno.”
O Guilherme olha para o meu telemóvel e deixa-se rir.
- Pareces as mulheres pá! Larga o telemóvel!
- Socializa! – diz o Arménio.
- Deixem estar o rapaz! – diz o Rafael.
Eu não lhes respondo, prefiro antes responder ao bombom que está preso no trabalho.
“Que me dizes de eu ir buscar-te?”
A resposta demora a chegar. A forma como a Irina me olha, vejo que me está a rogar mil e uma pragas. Está a queimar-me vivo!
“Não precisas. Eu vou de transportes.” , responde-me.
Aquela resposta não me satisfez. Ia tentar novamente.
“Deixa de ser parva. Sais à meia-noite?”
A Cleo tenta demover-me, mas eu sou mais teimoso do que aparento. Numa nova mensagem digo-lhe que a vou buscar e esperarei por ela à porta da loja.
Começo a ficar impaciente. Olho quase constantemente para o telemóvel para ver as horas. A Irina percebe a minha inquietação.
- Vais a algum lado? – pergunta-me.
Ignoro-a e reparo que o meu silêncio a deixa com raiva.
Eram perto das onze e meia da noite quando me começo a despedir do pessoal. Ao começar a afastar-me da mesa o Rafael pergunta-me:
- Amanhã sempre conto contigo?
- Claro! – respondo-lhe e vou-me embora que nem uma bala.
Não demoro muito até chegar ao local de trabalho da Cleo. Mal a irmã sabia onde eu tinha vindo parar.
Estaciono o carro. Pego depois no telefone e escrevo à Cleo:
“O seu Uber já chegou!”
Não obtenho qualquer resposta.
passam quinze minutos depois da meia-noite e ainda sem sinal da Cleo. Perto da meia-noite e meia o meu telemóvel vibra.
“A ir.”
Passado pouco tempo vejo-a surgir à porta do centro comercial, olhando de um lado para o outro à minha procura. Saio do carro, levanto o braço e começo a acenar-lhe. Ao ver-me ela começa a encaminhar-se num passo acelerado na minha direção.
- Olá!
- Olá. Como estás? – pergunto-lhe.
- Obrigada pela boleia até casa.
- Casa?
- Sim! Casa. No que estavas a pensar? – questiona-me.
Fico um pouco sem saber o que pensar ou no que lhe dizer. Breves momentos depois lá consigo articular uma frase.
- Pensava em apanhar-te e irmos dar uma volta. Não queres?
- Estou cansada. – responde-me rapidamente, quase como que uma resposta pronta.
- Não queres?
- Não devo!
- Ai que já passou a hora da Cinderela estar em casa. – digo em tom de gozo.
Contorce-se no banco do carro, olhando para as suas mãos entendo que está a pensar na minha proposta. O silêncio invade o interior do carro, um silêncio embaraçoso, pesado.
Ao não me dar qualquer resposta, dou como terminada a noite e faço o que me pede – levá-la a casa. Ligo o carro. Começo a dirigir, ainda na rua do centro comercial, antes de chegarmos ao final da rua ela diz-me:
- Tudo bem. Podemos ir dar uma volta.
Aquela frase faz surgir um enorme sorriso na minha face. Não queria acreditar na sorte que ia ter.
Levo-a a um sítio com uma vista ampla sobre o rio Tejo e a cidade de Lisboa. A noite foi fora do normal, para mim. Tive que ir com calma, demasiada calma. Não queria afugentar a presa.
A conversa avança com fluidez. Sinto que estamos ambos confortáveis com a presença um do outro, por isso avanço. Primeiro, com cautela, coloquei a minha mão sobre o seu joelho. Ela não me repudia. A minha mão não avança mais do que pedaço de terreno. A conversa continua e ela não me retira a mão do seu joelho.
Percebo que estamos prestes a entrar em território perigoso quando abordamos o tema família. Vejo no seu olhar que tem muito mais a contar-me mas ela não se quer abrir muito comigo sobre esse tema. Continuamos nessa temática e eu entendo que ela começa a ficar com um ar abatido. Eu não consigo ficar indiferente. Coloco o meu braço por detrás do seu pescoço e puxo-a para junto de mim. Ela não resiste ao meu movimento audaz e deixa recair a cabeça sobre o meu peito.
Instala-se um silêncio, contudo um silêncio diferente. Ficamos assim durante um bocado até que, sem perceber como, acabamos por trocar um beijo.
Os seus lábios tocam nos meus, timidamente vão avançando. A sua mão percorre os meus cabelos, mas cautela. A sua língua subtilmente vai ao encontro da minha. Quando a minha mão a agarra pelo pescoço a Cleo afasta-se de mim, limpa os lábios e olhando para as suas mãos diz-me:
- Não posso.
Não. Não vou para agora que já começamos.
Agarro-lhe as mãos e puxo-a para junto de mim novamente. Beijo-a com vontade, com desejo. Sinto o seu corpo a estremecer, sei que ela quer tanto quanto eu.
Sinto que tenho novamente vinte anos. Ir buscar a “namorada” ao trabalho, “rouba-la” aos pais durante mais umas horas para trocarmos alguns beijos e carícias. A cada encontro que passa a nossa respiração acelera cada vez mais, ofegante, desejosos. Mas mesmo com a tesão que sentimos não avançamos. Tudo a passo de caracol. A Cleo é bastante calculista, mas vai acabar por ceder.
Passamos quatro meses nesta brincadeira, mas é numa noite chuvosa, em pleno mês de Dezembro que ela decide avançar.
“Hoje tenho algo preparado para nós”, escreveu-me.
A sua mensagem deixa-me com uma pulguinha atrás da orelha. Não sei o que pensar a não ser “Será que é hoje?”.
Como habitual fui buscá-la ao trabalho, mas os pequenos passeios que fazíamos naquela noite não existiu. Ao entrar no carro dá-me um beijo bem fugaz. Sinto o seu desejo carnal.
Fez-me conduzir até um motel onde ela tinha reservado um quarto sem o meu consentimento, mas eu não neguei, pois gostei da sua ideia.
Ao entrarmos no quarto fiquei de imediato entusiasmado ao ver tanto as paredes como o tecto repleto de espelhos. Ia ser a loucura, eu pressentia-o.
Trocámos algumas carícias, mas aquele seu olhar dava-me a entender que queria mais do que umas simples carícias sobre a sua pele. Despe-se, sem esperar que eu a ajudasse. Começo a desapertar os botões da minha camisa, mas ela atira-se a mim. Faz com que me deite sobre a cama, senta-se em cima de mim e arrebenta-me com os botões da camisa. Não digo nem uma palavra.
A sua língua serpenteia para dentro da minha boca, para se enrolar à minha língua. Chupa-me a língua. Morde-me os lábios. Agarra-me depois no pescoço e faz com que eu vire a cara de maneira a que fosse capaz de me chupar a orelha e percorre depois o meu pescoço com a sua língua, essa que me começava a endoidecer.
Desce vagarosamente sobre a minha pele até me pôr o pénis de fora daquelas roupas apertadas. Vejo o seu olhar sedento. Ela queria tanto quanto eu aquele momento. Tento-me levantar, mas deixo esse movimento de lado, ao olhar fixamente para o espelho que estava por cima da cama. Não consigo deixar de olhar, mas ao mesmo tempo as minhas mãos percorrem o corpo nu da Cleo. Aquela visão deixa-me delirante.
Começa por manusear calmamente o meu pénis, a a mão suave sabia o estava a fazer. Estava tão duro, tão fervoroso por a perfurar. Ela olha durante alguns momentos para o meu pénis enquanto lhe vai tocando. Movimentos de vai-e-vem até que com a ponta da sua língua me lambe o topo do meu pénis. Suavemente enrola a sua língua ao longo do meu pénis.
Não queria acreditar. Enquanto me começa a chupar numa forma deliciosamente vagarosa, eu salivo que nem um lobo esfomeado. Com uma mão continua os movimentos enquanto a sua boca avança até aos meus testículos, colocando-os à vez na sua boca. Lambuza-me numa maneira que me deixa tresloucado.
O meu corpo não aguenta com aquele prazer todo, agarrado aos seus cabelos, forçando que o coloque todo na sua boca digo-lhe arfante:
- Estou quase…
Ela não cessa os movimentos e devora o meu pénis como quem devora um gelado. Que sensação. Culmino ao ejacular dentro da sua boca gulosa, mas não é isso que faz deter os seus movimentos, a sua gula carnal. Continua a chupar-me mas num movimento mais brando. O meu pénis não há meio de ficar débil, este quer mais.
A Cleo endireita-se, lambe os seus lábios numa forma bastante sensual. Quando pretendo avançar na sua direcção ela salta da cama e diz:
- Espera.
Fico deitado sobre a cama a vê-la ir à sua mala. De costas para a cama eu não consigo ver o que ela foi fazer.
Ao virar-se vejo que tem uma corda grossa nas mãos. Eu abro os olhos, pois estou surpreso, não sei o que aquela menina está a pensar.
- Quero que me amarres. – diz-me.
Ao ouvi-la dizer-me aquilo ainda mais surpreso fico. Coloca-se de joelhos em cima da cama, mete a corda nas minhas mãos e diz-me:
- Quero que me maltrates.
A minha mente está naquele momento a mil à hora. O meu coração palpita. Nada me fazia prever uma coisa daquelas. Não estava preparado para tal coisa. Engulo em seco enquanto olho para as cordas.
- Não queres? – pergunta-me.
Não consigo articular nem uma palavra que seja, estou totalmente aparvalhado com aquilo tudo, mas não seriam umas simples cordas que me iriam estragar aquele momento, fazia tempo que o aguardava.
Puxo os seus pulsos na minha direcção e ato-os. Amarro-a de forma a que não se consiga desprender.
Deito-a sobre a cama e começo a devorar o seu corpo. Pareço um animal esfomeado. Quero tocar, lambuzar e beijar todos os recantos do seu corpo. Não me consigo comportar. Enquanto lambuzo desmedidamente os seus mamilos de forma a ficarem tesos, duros, perfeitos , vou roçando o meu pénis endurecido no meio das suas pernas. Oiço-a gemer, a começar a remexer-se enquanto chupo um mamilo, com uma mão vou apertando o outro. Quero-a endoidecer.
Ao chegar ao seu sexo, coloco o máximo da sua vagina dentro da minha boca. Não me consigo segurar. Quero-a enlouquecer da mesma maneira que ela me fez. Quero-lhe dar tanto ou mais prazer quanto ela me deu a mim.
Sugo o seu clitóris vigorosamente enquanto com alguma brusquidão introduzo três dedos dentro dela. Está tão molhada. Lambuzo o seu sexo enquanto a vou penetrando com os dedos. Ela grita de prazer. Não consigo parar e começo a rodopiar o polegar ao longo do seu ânus, este também já está molhado com a sua humidade que vai escorrendo pelas suas pernas a baixo. Não me consigo reter por muito mais e penetro o meu polegar no seu ânus. Sinto o seu corpo estremecer.
- Não… – diz.
Eu ignoro o seu pedido, pois o seu tom era de quem estava a gostar e queria era mais. Ela começa a mexer-se com mais vigor no sentido da minha língua sobre o seu clitóris. Os meus dedos estão cada vez mais molhados. Ela levanta um pouco as ancas e entrelaça as pernas atrás da minha cabeça. Ao pressentir que está quase a atingir o orgasmo, retiro os meus dedos e língua do seu sexo, numa forma violenta interrompo os movimentos. Puxo-a pela corda nos seus pulsos. Desaperto-lhe a corda. Coloco-a de costas viradas para mim e ato-lhe as mãos agora atrás das costas. Sinto que as ato com mais força. Estou fora de mim.
Inclino-a sobre a cama, afasto-lhe as pernas, empino bem a sua cintura. Passo as minhas mãos pelas suas nádegas fenomenais. Ela deixa escapar um gemido ao sentir dois dedos a passarem-lhe sobre o sexo excitado. Dou-lhe uma palmada e deixo a sua nádega com a minha mão bem marcada na sua pele. Ela geme.
Começo a deambular o meu pénis sobre o seu sexo. Com o meu pénis bem seguro na minha mão, ao passar sobre o seu sexo molhado não consigo deixar passar a tentativa. Depois de me esfregar bem ao longo da sua vagina ensopada dou-lhe umas quantas batidas secas. Splash, splash. A Cleo permanecia imóvel, mordia a almofada, mas em vão, pois os seus gemidos continuavam a ser bem audíveis.
Após passar algum tempo a torturá-la não resisto muito mais àquela deusa. Tive que me colocar dentro dela. Penetrei-a sem qualquer tipo de simpatia. Bruto, violento, intenso, devastador. Arrasei com o seu interior. Agarrei-me à corda que estava à volta dos seus pulsos e penetrei-a cada vez mais profundo, forte, que nem um selvagem.
As horas passaram num ápice, nem dei conta delas passarem. Quatro horas transformaram-se em seis e depois oito horas. Os nossos corpos não queriam abandonar aquele momento de luxúria, queríamos continuar até os nossos corpos culminarem num cansado descomunal. Não queríamos que aquela noite acabasse.
Saciamos os nossos demónios enchendo-os com momentos perversos e intensos, mas não iríamos parar por ali. Esta foi apenas a primeira de muitas outras noites proibidas, ardentes e inesquecíveis.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...