12 décembre, 2024 Entrevista com uma ninfo - Parte 5
Estava tão distraída a senti-lo que nem percebi que, de repente, me encontrava no ar, como que a levitar...
(Interrupção na entrevista do psicólogo – continuação da descrição retirada do diário de Rosa, aqui reproduzida na íntegra).
«Uma semana depois, lá estava eu, descansada e refeita da grande orgia que me tinha deixado toda marcada. A minha pele estava praticamente sarada e nada me doía a não ser a alma, pois há uma semana que não fazia qualquer tipo de sexo sem ser comigo própria.
O meu marido, impressionado com a tentativa de assalto que eu e o doutor Jaime inventámos para explicar as nódoas negras no meu corpo, recusara-se a fazer amor comigo, com medo de me magoar.
Sair de casa também esteve fora de hipóteses, pois ele insistiu que eu repousasse e ligava-me de hora a hora para saber como estava.
Como não tivemos quaisquer visitas, não tive outro remédio senão passar os dias com os dedos enfiados na racha ou com os meus vibradores, fracos substitutos para a decadência sexual que eu tanto necessitava.
Finalmente, a semana terminou e obtive autorização para ir à minha sessão de pilates - o alibi que eu criara para poder ir ao psicólogo.
Desde o primeiro instante, escondi essa informação do meu marido, pois não queria que ele soubesse a razão por que precisava de ser consultada.
Eu sabia que o que fazia era completamente errado, mas não podia magoá-lo ainda mais confessando-lhe que a esposa, que ele tanto amava, desenvolvera um distúrbio sexual chamado ninfomania, que a levava a querer fazer sexo com qualquer picha que lhe aparecesse à frente!
Coitado, podia até morrer de desgosto...
Assim, foi cheia de antecipação que me pus ao caminho, sentindo-me, finalmente, libertada do meu cativeiro, e tão excitada que tive que fazer um esforço enorme para não seduzir o taxista.Era estrangeiro, tinha braços fortes, e eu conseguia cheirar a pila dele dentro das calças suadas.
Não vou mentir, estava varada de fome e tesão quando entrei no consultório do doutor Jaime. Nem sei se lhe disse bom dia, comecei logo a despir-me.
Podes dizer, querido diário, que não foi a conduta mais profissional, mas, muito sinceramente, não era altura para estar com merdas. Não sei se sabes o que significa para uma mulher obcecada por sexo estar sete dias sem levar com um caralho... Até as paredes mexem!
Além do mais, os dois éramos maiores e vacinados e sabíamos perfeitamente ao que eu ia, e não era certamente para dissertações psicoanalíticas.
Ainda não tinha tirado a roupa toda e já estava a esfregar o doutor por cima das calças. Ele não se fez rogado, ajudou-me a despir as cuecas e meteu-me logo o barrote no ânus. Não precisou de mais do que três bombadas, comecei imediatamente a vir-me e a gemer como uma puta!
– Humm, a Rosa hoje vem assanhada...
– Cala-te, cabrão, fode-me esse cu!
– Está bem, mas cabrão é o teu marido. Podemos foder só um bocadinho, porque não quero estragar a surpresa...
Ouvi o que ele disse, mas não liguei. Queria lá saber da surpresa, fosse ela qual fosse, queria era sentir pau no cu!
Estava tão distraída a senti-lo que nem percebi que, de repente, me encontrava no ar, como se tivesse ganhado a capacidade de levitar... Mas aquele voo não era nenhuma magia, era provocado pelos braços de dois homens que me transportavam pela sala, aproveitando para me enfiar os respectivos caralhos, à frente e atrás.
Sentir aqueles dois membros duros a penetrar-me depois de uma semana de seca, fez de mim uma galdéria diluviana, e à medida que me levavam para destino incerto, a minha cona esguichava e escorria, molhando todo o chão à minha passagem.
O prazer era tanto que não conseguia parar de gritar e várias vezes lhes espetei as unhas na carne, fazendo-os gritar de dor por sua vez. Só queria que não me largassem, que continuassem a perfurar-me como estavam a fazer, e cravava-lhe as garras na pele para garantir que eles o faziam.
Enquanto isso, de mãos nas ancas e caralho em riste, a pingar, o doutor Jaime ria às gargalhadas, apreciando o espectáculo com o entusiasmo de quem observa um circo de aberrações.
Mas o melhor ainda estava para vir...
Comecei a sentir algo duro a rasgar-me a pele, ao mesmo tempo que me apertava diferentes zonas do corpo. Um pouco aturdida, percebi que me atavam cordas à volta dos braços, das pernas e do meu tronco nu.
A engenharia das cordas era bem estudada, pois deixavam-me livres as mamas e o rabo, além dos buracos que certamente eles queriam manter desimpedidos.
Quando se deram por satisfeitos, agarraram em mim como se fosse um saco com asas e penduraram-me dum gancho preso ao tecto.
Aí fiquei exposta e impotente aos avanços e caprichos dos vários homens que se foram reunindo à minha volta. Mais uma vez, não sabia dizer ao certo quantos eram, talvez os mesmos cinco da semana anterior, mas não perdi tempo a contá-los e muito menos a tentar reconhecê-los.
O certo é que comecei de novo a sentir vários caralhos a entrar por mim adentro, ao mesmo tempo e em todas as cavidades que encontravam.
Pilas na boca, pilas no cu, pilas na cona, pilas a darem-me estalos na cara, a roçarem-se-me pelos pés e pernas, pilas a esfregarem-se pelos meus mamilos tesos, pilas, pilas, pilas duras e grossas por todo o lado, ao mesmo tempo...
E eu, no meio delas, a gemer como um bicho e a deitar mel da cona como se fosse uma torneira!
O que diria o meu marido se me visse naquele delírio?, pensei, sem saber porque raios me lembrava dele naquele momento.
A verdade é que os meus problemas subsistiam, não pareciam abrandar, pelo contrário. Já não era a mulher de antes, bem casada, com uma vida simples e bem resolvida. Sentia-me cada vez mais sedenta de sexo.
Não apenas de sexo, já te disse, querido diário, mas de um tipo de decadência, de degredo moral, de um bater no fundo sexual que, de alguma forma, me fizesse voltar ao meu ser primordial, à minha humanidade visceral, aos instintos primários da minha versão animal.
Não queria simplesmente ser penetrada por um pénis. Queria sentir-me violentada, dominada, ofendida, escarrada...
Não queria, simplesmente, um homem para satisfazer a minha demência. Queria monstros, bestas, trogloditas, que fossem incapazes de respeitar a minha sensibilidade, que se estivessem positivamente cagando para os meus sentimentos.
Era isso que eu queria, precisava, desejava: muitos caralhos selvagens, prontos para me atacarem sem dó nem piedade! Só isso parecia ter o poder de me acalmar.
Mas como confessar isso à pessoa que nos ama? Como dizer-lhe que o seu amor, o seu ardor, o seu carinho, outrora tão satisfatórios, eram agora o pináculo do aborrecimento, a epítome da rotina estúpida dos dias, a monumental seca incapaz de me arrepiar um pintelho que fosse?!
E ele que sempre foi tão carinhoso e amigo... Não merecia nada disto.
Como dizer-lhe que o detestava agora, que odiava tudo o que ele representava, os seus beijos flácidos, as suas carícias murchas, o seu caralho chocho, as esporradelas ensonsas...
Se ao menos ele me enfiasse o caralho nas nalgas... Se ao menos ele me esporrasse a cara... Se ao menos ele me chamasse puta do caralho… Sim, como me faziam os amigos do bom doutor...
Foder com ele agora era como comer pescada cozida enquanto se sonha com um refogado, toda uma desilusão, uma absurda insatisfação.
Os meus problemas persistiam porque não sabia como voltar atrás. Não sabia como rejeitar uma lauta explosão de sabores para voltar àquele repasto de doentes.
Pobre amor, tão doce, tão querido, tão poucochinho... Porque não podia ser mais como estes homens que agora me emporcalhavam toda com os seus sexos ávidos e as suas bocas sujas?!
Os meus bons amigos que, finalmente, me tinham libertado das amarras, não para me libertarem a mim, mas para se libertarem a si mesmos, para poderem exercer ainda mais à vontade toda a sua selvajaria. Que, imunes às minhas súplicas e protestos, me cobriam de nódoas negras e me rebentavam os buracos cada vez com mais força!
Cabrões, filhos da puta, como me fodiam bem!! Como me enrabavam bem!! Como enchiam a minha boca de puta com caralhos, dedos, até cus!!
Resumindo a história, meu querido diário, mesmo com a ajuda de tantos psicólogos, não foi possível encontrar uma cura para o meu distúrbio. Mas, créditos a quem o merece, acabou mesmo por ser o doutor Jaime a aproximar-se da solução. Só devido a ele, creio, não acabei em prostituta barata.
Porque, nesse mesmo dia, enquanto eu me entregava à orgia demente do sexo derradeiro, enquanto me interrogava sobre o que sentiria o meu pobre marido se um dia viesse a descobrir no que a sua mulherzinha se tinha tornado, não sabia que desde o primeiro minuto ele me estivera a observar!
Sim, desde que entrara na sala até ao momento em que fui despejada, como um saco de lixo orgânico que, de repente, perdeu utilidade, ele viu tudo!
A surpresa só me foi revelada no fim da sessão. Enquanto eu recuperava debilmente as minhas energias e esperava uma última foda, que o Jaime me prometera para a despedida, o bom doutor chamou o meu querido marido para a sala.
E o meu coração parou.»
(continua...)
Entrevista com uma ninfo - Parte 4
Entrevista com uma ninfo - Parte 1
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com